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Polícias vão entregar bonés a José Sócrates

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RoterTeufel

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Manifestação: Oito mil elementos da PSP contra o governo no centro de Lisboa
Polícias vão entregar bonés a José Sócrates


Mais de oito mil polícias no Centro de Lisboa levaram ontem à rua o maior protesto de sempre feito por profissionais da PSP em Portugal. A manifestação reuniu associados de nove sindicatos policiais e na forja está já o regresso à rua, com a deposição, a 8 de Junho, de bonés junto à residência oficial de José Sócrates, o Palácio de São Bento.


“O projecto de estatuto profissional da PSP tem sido concebido à margem dos sindicatos. Ainda aguardamos pela última ronda de negociações”, disse ao CM António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia.

Por isso, os polícias acharam por bem sair à rua e exigir, por exemplo, “a cessação da aplicação à PSP da lei 12/A (vínculos e carreiras) da Função Pública”. “Queremos ainda a inclusão dos cônjuges na assistência à doença aos polícias, a aposentação aos 55 anos de idade ou 36 de serviço, a adequação dos salários ao tempo de carreira, e a prometida atribuição do subsídio de risco”, enumerou Peixoto Rodrigues, presidente do Sindicato Unificado de Polícia.

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), por seu turno, quer que “o Governo faça a leitura correcta de mais de oito mil polícias na rua”. “As negociações têm sido uma formalidade”, referiu Paulo Rodrigues, presidente da ASPP.

Também os oficiais da PSP apoiaram a manifestação. Anabela Alferes, presidente da Associação Sindical de Oficiais de Polícia, pediu ao Governo “a certificação da formação dos oficiais da carreira-base”, que têm a progressão nas carreiras “estagnada”.

FALHAM O ALVO COMO FORMA DE PROTESTO

A indignação de algumas das subunidades da Unidade Especial de Polícia – já noticiada pelo CM – continua e alguns elementos lembraram-se, na segunda-feira, de protestar de uma forma provocatória. Numa sessão de treino de tiro, que envolveu 70 elementos do Corpo de Intervenção, nenhum acertou, propositadamente, no alvo.

O CM apurou que o comandante da UEP, intendente Magina da Silva, foi chamado à carreira de tiro onde se realizava o treino, na Quinta das Águas Livres, e tentou saber a razão do protesto. No entanto, não obteve qualquer resposta e retirou-se. Em causa estão as boinas e as fardas usadas por cada subunidade, a falta de condições das subunidades que não o Grupo de Operações Especiais, e o pagamento de subsídios a não-operacionais.

DIRECTOR ADMITE FECHAR ESQUADRAS

O director nacional da PSP, superintendente-chefe Oliveira Pereira, admitiu ontem o encerramento de esquadras, sublinhando que o acesso do cidadão à polícia está mais facilitado, tornando “injustificável” o número de postos existentes. Apesar de não querer referir directamente o fecho de portas de mais esquadras, Oliveira Pereira sublinhou que “hoje em dia, há uma acessibilidade dos cidadãos às esquadras que não havia no passado”.

Como exemplo, o responsável máximo da PSP apontou o sistema de queixa electrónica, que permite as denúncias através da internet. Num almoço promovido pela revista ‘Segurança e Defesa’, em Lisboa, Oliveira Pereira defendeu “a reavaliação do modelo de policiamento”, dando o exemplo de Madrid, que tem metade das esquadras de Lisboa”. Já sobre a manifestação dos polícias, Oliveira Pereira sublinhou que “o diálogo por um novo estatuto ainda não terminou.”

PORMENORES

BRIGADAS DISTRITAIS

Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), garantiu ao ‘CM’ ter já criado “brigadas distritais que, em visitas do ministro Rui Pereira, ou do primeiro-ministro José Sócrates, às capitais de distrito, os façam lembrar de que devem cumprir o que prometeram aos polícias”.

'DIÁLOGO FRANCO'

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, referiu ontem “respeitar o direito dos polícias à manifestação”, acrescentando, no entanto, “ter havido um diálogo franco com os sindicatos”.

'ENCARAMOS NEGOCIAR COM TEIXEIRA DOS SANTOS' (Paulo Rodrigues, Associação Sindical dos Profissionais de Polícia)

Correio da Manhã –A manifestação superou as vossas expectativas?

Paulo Rodrigues – Sim. Não pensámos conseguir, mas superámos os cinco mil participantes. Houve adesão de profissionais da PSP do Continente e ilhas que, na maior parte dos casos, sacrificaram folgas e férias para vir a Lisboa protestar pelas injustiças na PSP.

– O que quiseram denunciar com este protesto?

– Os problemas que aqui denunciámos hoje [ontem] são transversais a toda a PSP. O novo estatuto policial é importante para todos os profissionais desta polícia e, por isso, acredito que não haja um polícia que não esteja com esta manifestação.

– Denunciaram o critério economicista que gere a PSP. Consideram que o Governo esteja a gerir a polícia como um normal órgão de função pública?

– Se o Ministério da Administração Interna continuar a negar que deve negociar com os sindicatos da PSP na discussão das questões importantes para o futuro da corporação, então encaramos negociar com Teixeira dos Santos. Querer aplicar à PSP a lei de vínculos e carreiras da Função Pública é claramente um critério economicista de gestão, que nós achamos negativo para a PSP.
 
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