• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

"30 milhões de euros há ano e meio ao ar livre"

NFS

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mar 7, 2009
Mensagens
1,101
Gostos Recebidos
0
As primeiras viaturas blindadas 'Pandur' de oito rodas, fabricadas na Áustria, chegaram a Portugal com defeitos de origem e encontram-se ao ar livre há cerca de ano e meio, sem arranjo. A General Dynamics promete entregá-las em dois a três meses e propõe, para recuperar o atraso do programa, deslocalizar a produção para outra empresa instalada em Portugal.

Dezanove viaturas blindadas Pandur de oito rodas (8x8) fabricadas na Áustria, destinadas ao Exército, "estão paradas há um ano e meio ao sol e à chuva" porque os problemas técnicos de origem continuam por corrigir, soube ontem o DN.

Sob anonimato, uma das fontes adiantou que as 19 Pandur 8x8 estão parqueadas nas instalações da Fabrequipa - empresa encarregue de fabricar, em Portugal, 218 das 260 viaturas blindadas adquiridas à fabricante austríaca Steyr, agora propriedade da norte-americana General Dynamics (GD) - no Barreiro.

"São mais de 30 milhões de euros" empatados naquelas 19 viaturas, cuja reparação demorará pelo menos "meio ano" devido ao estado de degradação (ferrugem no material, equipamentos sem manutenção), sustentou a fonte.

Fonte da GD confirmou a história ao DN, adiantando que as viaturas "serão entregues nos próximos dois a três meses" e depois de serem objecto de "ajustes na configuração", uma vez que "não estão a ser feitas reparações".

Sobre este e outros assuntos relacionados com o programa das Pandur, o DN não obteve resposta da Fabrequipa ou da Comissão de Contrapartidas, onde terça-feira houve teve lugar uma nova reunião para resolver o atraso - de cerca de um ano e com tendência para aumentar, segundo diferentes fontes - no calendário de entrega das viaturas.

Segundo as fontes, a GD propôs deslocalizar o fabrico das Pandur para outra empresa - mas, desta vez, sedeada em Portugal e ligada ao grupo Salvador Caetano, de acordo com as fontes. O problema é que a Fabrequipa é a única empresa em território nacional que possui as necessárias licenças militares de fabrico das Pandur, o que ajuda a explicar o impasse criado em torno das reparações das 19 viaturas atrás referidas, adiantaram.

Recorde-se que esta proposta de deslocalização interna, que a GD se recusou a comentar, ocorre depois de falhadas as propostas informais de transferir parte da produção das Pandur para o estrangeiro, primeiro para a República Checa, depois para a Áustria e, por fim, para uma fábrica em Espanha. Este esforço decorre das responsabilidades da fábrica-mãe, na Áustria, nos atrasos que se registam nas entregas da Fabrequipa.

O assunto foi revelado há cerca de dois meses e, nessa altura, o ministro da Defesa garantiu que a solução era inviável e punha em causa os contratos assinados entre as partes - os quais incluem uma garantia bancária de 130 milhões de euros que está na posse do Estado e pode ser executada de imediato em caso de incumprimento.

O Ministério da Defesa, questionado segunda-feira sobre o assunto, respondeu ontem que não houve alterações à posição assumida em Março pelo titular da pasta, Nuno Severiano Teixeira. "Os contratos de fornecimento e de contrapartidas relativamente às Pandur serão integralmente cumpridos", escreveu ontem Alexandra Abreu Loureiro, assessora de imprensa do governante.

De acordo com fontes militares, a posição de Severiano Teixeira implica a autorização para prolongar a entrega das Pandur até 2011, um ano depois do contratualizado. Daí decorrerá também a aceitação da transferência de verbas da Lei de Programação Militar (LPM) para o ano seguinte. "Quanto à execução financeira da LPM, neste programa, não se verifica qualquer problema de transferência de saldos", assegurou o Ministério.

Quanto ao número de viaturas já entregues ao Exército, elas rondam as sete dezenas e dizem respeito apenas a quatro das 12 versões adquiridas: viaturas blindadas de transporte de pessoal, de combate de infantaria, ambulâncias e de posto de comando.

A falta de outras versões importantes é a razão, segundo fontes do Exército, para as Pandur ainda não substituído as Chaimite nas missões no exterior, pois implicaria ter os dois modelos - e duas cadeias logísticas - no terreno.
 
Topo