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Descoberto o 'garganta funda' do escândalo das despesas

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O homem que vendeu as listas das despesas dos deputados britânicos ao 'Daily Telegraph' tem empresa que negoceia libertação de reféns em zonas de guerra

O escândalo das despesas, que está a abalar a política britânica, teve origem em informações vendidas ao Daily Telegraph pelo ex- -militar de elite John Wick, admitiu o próprio em entrevista.

"Nós, media e cidadãos, estávamos preocupados com as despesas dos deputados e com a forma como eles estavam a geri-las. Hoje em dia os políticos sabem tudo sobre nós e acho legítimo que também saibamos tudo sobre eles", disse Wick, de 60 anos, em entrevista ao site do jornal.

Antes da confissão, já um outro jornal, o Wall Street Journal, indicara que o 'garganta funda' deste caso era Wick. Antigo major da Special Air Service, força de elite britânica, lidera actualmente uma empresa de serviços de informações especializada na negociação da libertação de reféns em teatros de guerra, com sede na City de Londres.

Graças a Wick e à pessoa que fez sair do Parlamento de Westminster os CD-ROM com as listas, o Daily Telegraph já divulgou o tipo de despesas que 200 membros da Câmara dos Comuns pagaram com o dinheiro dos contribuintes: filmes pornográficos, tampas de sanita, desinfestações contra toupeiras, lagos para patos no meio de jardins...

O escândalo atinge deputados dos maiores partidos, tanto trabalhistas, no poder, como conservadores, na oposição. E já provocou algumas demissões. A grande baixa de peso, até agora, é o presidente da Câmara dos Comuns, Michael Martin, próximo do Labour e do primeiro-ministro Gordon Brown. Este prometeu, tal como o líder dos Tories, David Cameron, excluir das listas das próximas legislativas os deputados envolvidos.

O cúmplice de Wick, esse, não é para já conhecido dos media. Antes de o Telegraph ter aceite comprar as listas de despesas, estas foram oferecidas ao Times e ao Sun, que recusaram pagar por uma informação que, afinal, haveria de ser tornada pública em Julho. "Eles pediam cinco mil libras (5 600 euros) por cada deputado, o que dava um total de 300 mil libras (341 mil euros)", escreveu o Times.

Wick, que até há um ano era sócio do selecto Carlton Club, que só admite membros conservadores, nega que ele e o cúmplice sejam mercenários. E argumenta que a versão que ia ser tornada pública tinha de passar, primeiro, pelos deputados.

"Havia uma versão em bruto do documento e outras versões polidas. E, segundo me disseram, o texto tinha sido enviado aos deputados em várias ocasiões para que retirassem o que achassem oportuno. Não ia vir à luz do dia conforme saiu no Telegraph. Apenas como tinha sido censurado pelos deputados", disse.

Wick pode agora ser chamado a prestar declarações na polícia, embora, na semana passada, as autoridades tenham anunciado que não pretendiam intervir, por considerarem que o assunto e a sua divulgação eram do interesse público dos britânicos.
 
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