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24 crianças voltaram para casa

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RoterTeufel

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Desaparecimentos: Número 116000 passa a funcionar 24 horas todos os dias
24 crianças voltaram para casa

Raquel de 15 anos e Sandra de 13 (nomes fictícios) são portuguesas e fazem parte das estatísticas dos casos de sucesso na recuperação de menores desaparecidos. Não se conhecem mas partilham uma história muito semelhante. Certo dia saíram de suas casas para cair nas mãos de predadores sexuais, deixando as respectivas famílias em estado de choque e desespero. Foram encontradas um mês e meio depois com a ajuda da Policia Judiciária. Mas durante o período de ausência foram abusadas física e psicologicamente.

Raquel foi aliciada pela Internet. Filha de uma família de poucos recursos do Norte do país deixou-se levar pela conversa de um homem de 34 anos, que a foi buscar ao porto e que antes até lhe mandou um telemóvel para comunicarem discretamente. Foi encontrada um mês e meio depois a mais de 300 quilómetros de casa na companhia de um abusador sexual, alcoólatra. A Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD) recolheu-a, ajudou-a a mudar de escola e a regressar à família. Raquel recupera do trauma, enquanto o seu abusador aguarda julgamento. Sandra foi “seduzida” por um familiar através de conversas na Internet e pessoalmente. A PJ recorreu à cooperação internacional e um mês depois do seu desaparecimento encontraram-na em França.

Segundo a Vice-presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas, Patricia Cipriano, os principais motivos para o desaparecimento de crianças em Portugal são a fuga ou o rapto parental. Desaparecimentos devidos a raptos criminosos, como a prostituição infantil, ainda representam uma percentagem pequena quando comparada cm outros países europeus. Embora, explica Patricia, esses dados estatísticos ainda sejam insuficientes.

“As crianças ainda não são uma prioridade para os políticos”, afirmou, justificando assim o facto de, dos 27 países membros da União Europeia, apenas 10, entre eles Portugal, terem o numero 116000 em funcionamento. Por isso não há um numero exacto de crianças desaparecidas a nível europeu.

Os números fornecidos pela Federação Europeia para as crianças desaparecidas e sexualmente abusadas são avulsos. Mas dão uma ideia deste flagelo mundial. Por exemplo, no Reino Unido são reportados 140 mil casos de desaparecimento de crianças por ano. No Estados Unidos, 621 dos casos acabam em assassinato.

Desde Janeiro deste ano foram registados 24 casos de crianças desaparecidas

Em Portugal, segundo dados da PJ, desde Janeiro deste ano foram dadas como desaparecidas 24 crianças com idade até aos 12 anos. Até agora foram todas encontradas. Dos 148 casos registados em 2008, apenas dois estão por resolver.

Menos sorte tiveram os familiares de Sara Santos, Tatiana Nunes, Sofia Oliveira, Pamela Santos, João Teles, Claudia Alexandra, Jorge Sepúlveda, Rui Pedro e Madeleine Mccann. Os dois últimos foram dos casos mais mediáticos e desapareceram sem deixar rasto.

Hoje é o Dia Mundial das Crianças Desaparecidas e Portugal assinala a data com uma campanha de divulgação do novo número de emergência europeu. O número já está em funcionamento, mas a partir de hoje o seu horário será alargado e passará a estar disponível 24horas, todos os dias da semana. A iniciativa, marcada para as 9h30, na Fundação Calouste Gulbenkian, é promovida pelo Instituto de Apoio à Criança, dirigida por Manuela Eanes. Os Secretários de Estados da Administração Interna, José Magalhães, e da Justiça, Conde Rodrigues, marcam presença.

MAIS DADOS

SEXO FEMININO

Dos jovens desaparecidos em Portugal em 2008, 70 por cento foram do sexo feminino, revelam dados da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD).

75 POR CENTO NO NORTE

Ainda segundo dados da associação, na distribuição geográfica, 75 por cento dos desaparecimentos em 2008 ocorreu no Norte, enquanto a segunda maior incidência de casos diz respeito à Grande Lisboa com cerca de 25 por cento.

APCD DÁ FORMAÇÃO

A APCD pretende dar formação aos jornalistas para que estes saibam como podem ajudar na divulgação do desaparecimento de uma criança. Nem sempre a sua publicitação ajuda, ou seja, pode até levar a uma morte precipitada.

PORMENORES

20 ANOS

O Parlamento aprovou a proposta que impõe que os crimes de abuso, exploração sexual de crianças e de violência doméstica fiquem vinte anos no registo criminal.

DEZ PAÍSES

A partir de hoje, em dez estados-membros da UE, será mais fácil pedir ajuda. Portugal, Bélgica, Eslováquia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Polónia, Roménia aderiram ao 116000.
 
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