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“As palmadas doem-nos a dobrar”( video)

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Nov 18, 2007
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"A minha princesa está a sofrer tanto. E ainda dizia que éramos nós que a maltratávamos. Cada palmada que lhe dá, dói-nos a dobrar", disse, a chorar, Florinda Vieira, mãe ‘afectiva’ da pequena Alexandra – a menina de seis anos que foi para a Rússia com a mãe biológica por ordem judicial –, ao ver as imagens da televisão russa NTV que mostram a mãe Natália a dar quatro violentos açoites à criança e a empurrá-la, quando aquela pedia para ir ter com Valéria, a irmã russa.



Mais revoltado, o marido, João Pinheiro, não contém a fúria. As palavras atropelam-se, o sentimento é certeiro: 'É para isto que nos tiraram a menina. Imaginem o martírio que está passar.'

Numa reportagem da estação NTV pode ouvir-se Natália criticar a família portuguesa e a sua relação com Alexandra. Disse a mãe biológica que a educação europeia é muito permissiva. E admitiram que, em Portugal, a menina poderia acabar na prostituição ou ser usada numa rede de tráfico de órgãos. 'Ela acha que se educa uma criança à pancada? Além de que está a contradizer-se. Primeiro disse que nós éramos violentos, mas agora somos permissivos', disse Florinda.

As imagens que chegaram, ontem, a Portugal motivaram a indignação de toda a família de acolhimento. 'Se lhe fazem isto à frente das câmaras, imaginem as barbaridades que lhe fazem por trás', disse a madrinha da menina, Alexandra Silva. À cabeça de todos vêm outras situações de violência. 'Às vezes dava-lhe umas sapatadas à nossa frente. Chamávamos à atenção, não fazia caso', disse a familiar.

O CM entrou em contacto com Natália, na Rússia, que explicou o porquê das palmadas à menina. 'Não respeita ninguém, digo-lhe para fazer alguma coisa e faz o contrário. Não foi bem educada e precisa de ser orientada', disse a mãe biológica. Quanto ao facto da menina ter aparecido em algumas imagens a dormir em cima de um fogão, Natália defende-se: 'Era o que ela queria nesse dia.'

FAMÍLIA VAI PARA A RÚSSIA AMANHÃ

Amanhã, João e Florinda, juntamente com o advogado da família, vão partir para a Rússia, para participar num programa de televisão. Têm expectativa de poder encontrar a criança, mas a viagem foi marcada pelo canal de televisão e a presença da menina não é garantida.

'ESTÁ EM SOFRIMENTO' (José Carlos Garrucho, Psicólogo da Família e do Casal)

Correio da Manhã – O que significam estas agressões?

José Carlos Garrucho – Uma vez que justiça portuguesa entregou esta criança, não há mais controlo possível, nem há muito a fazer. Resta-nos a revolta e o repúdio pela decisão da justiça portuguesa, que foi baseada em pareceres de técnicos que não são conhecidos. Esta criança está num óbvio sofrimento, devido ao confronto de duas realidades completamente distintas. A actual, na qual está com uma mãe que se revelou incapaz de a proteger quando nasceu e que ainda se mantém, e a anterior na qual era protegida, bem acolhida por quem lhe supria todas as necessidades.

– É possível fazer-se algo?

– Estas imagens reforçam os receios que já existiam. A Alexandra é uma criança em risco que precisa de ser vigiada de muito perto. Agora a justiça portuguesa já não tem qualquer possibilidade de intervir, mas nós, cidadãos, temos o direito à indignação. Não nos podemos esquecer que as crianças estão protegidas pela Declaração Universal dos Direitos das Crianças. Podemos fazer com que a justiça portuguesa repense as suas decisões no futuro.

– Como será o futuro desta criança?

– Vai sofrer bastante, vai ficar com sequelas e pode transformar-se numa adulta que, tal como a sua mãe, não saiba cuidar dos seus filhos. No entanto há uma reserva emocional que lhe foi passada pela educação portuguesa, que pode ser muito útil no futuro e que nos dá a esperança de que nem tudo pode estar perdido. Ela está metida em vários factores de stress muito elevados, mas há casos de outras crianças em situações traumáticas que sobreviveram.

VANESSA QUERIA A 'MÃE ROSA' E FOI ASSASSINADA EM CASA

Vanessa tinha cinco anos quando morreu, em 2005. Retirada à família que a criou, a menina chorava pela ‘mãe Rosa’ quando foi visitada pelas técnicas da Segurança Social. Foi esse o seu ‘pecado’ e o ‘castigo’ foi ser várias vezes colocada na banheira com água a ferver. Vanessa agonizou durante dias e morreu em casa, ao lado da avó e do pai que a Justiça determinou que deveriam ser a sua verdadeira família.

Paulo e Aurora, pai e avó de Vanessa, foram condenados pela Relação do Porto a 20 e a 17 anos de cadeia. A primeira instância tinha determinado 17 e 14 anos de cadeia, mas os juízes desembargadores consideraram que a pena era demasiado benévola.

A história de Vanessa não é assim tão diferente de Alexandra. Apenas no desfecho. O corpo de Vanessa foi atirado ao rio pelo pai, que simulou depois, com a avó, o seu desaparecimento. Inventaram um rapto numa feira de Vila Nova de Gaia e queixaram-se à polícia. Dias depois foram presos e confessaram. Vanessa foi castigada, porque chorava e pedia para a deixarem voltar para a ‘mãe Rosa’.


João Carlos Malta / T.L.


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