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“Não fiquem em casa, não vão de férias”

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RoterTeufel

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Campanha: Apelo do Presidente da República ao voto nas Europeias
“Não fiquem em casa, não vão de férias”

O apelo não é novo, mas o Presidente da República, Cavaco Silva, aproveitou ontem o primeiro dia de campanha oficial para as eleições europeias para pedir a comparência dos portugueses nas urnas no próximo dia 7 de Junho.



"Espero que a campanha decorra com serenidade, que seja uma campanha esclarecedora e que mobilize os portugueses para que no dia 7 de Junho não fiquem em casa, não vão de férias, não aproveitem os feriados que vêm a seguir e compareçam nos locais de voto e exerçam o seu direito cívico", declarou Cavaco, prometendo contenção nas palavras, à margem de uma visita à Academia Portuguesa de História, em Lisboa.

A seguir ao dia 7 de Junho há três feriados: o Dia de Portugal, (10 de Junho), Corpo de Deus (11 de Junho) e o de Santo António, (13 de Junho).

A abstenção é o principal problema das Europeias e tem-se mantido acima dos 60 por cento desde 1994.

O tema preocupa todos os quadrantes políticos e ontem o deputado socialista Manuel Alegre reconheceu que é "difícil mobilizar" as pessoas para este tipo de acto eleitoral. Os valores da abstenção muito elevados são um fenómeno transversal na Europa e a sistemática fraca adesão nas europeias acaba por ser reveladora de "um défice de cidadania", prossegue Alegre. O também vice-presidente do Parlamento destaca que sessenta por cento da legislação já tem origem em Bruxelas. Por isso, "deveria-se discutir mais Europa, para discutir com mais rigor Portugal", sem se excluir as questões nacionais.

Alegre não tem nada agendado para a campanha do PS e questionado pelo CM sobre a sua participação, deixa escapar: "É pouco provável".

No arranque oficial da campanha, o cabeça-de-lista do PSD, Paulo Rangel, acusou os socialistas de fazerem uma campanha baseada nos slogans. Já Vital Moreira acusou a direita "conservadora" de se ter tornado "reaccionária" porque entende que as infra-estruturas "devem ser adiadas infinitamente".

BE E PSD DEBATEM GASTOS

Os gastos em campanha numa época de crise voltou ontem a ser um dos temas de campanha. O cabeça-de-lista do BE, Miguel Portas, criticou os gastos excessivos dos partidos na campanha eleitoral, considerando que o orçamento de 725 mil euros é o suficiente para "fazer as coisas bem feitas".

Já Paulo Rangel, do PSD, o partido que prevê mais gastos em campanha – 2, 2 milhões de euros –, afirmou que a "julgar pelos meios no terreno, alguns estão a gastar mais do que o PSD". Contudo, não soube precisar os gastos da sua campanha, alegando que não trata da contabilidade, nem da logística.

O PS, recorde-se, tem um orçamento de 1,5 milhões de euros, a CDU, 1,2 milhões, e o CDS-PP só prevê gastar 477 mil euros.

RANGEL E MINISTRO TROCAM ACUSAÇÕES

O cabeça-de-lista do PSD às Europeias, Paulo Rangel, afirmou ontem que "se alguém está a botar abaixo alguma coisa é naturalmente o ministro da Agricultura a botar abaixo a agricultura portuguesa", em resposta a Jaime Silva que o acusou de imitar o líder do CDS-PP, Paulo Portas, limitando-se a fazer uma política "de bota abaixo" no que respeita ao sector agrícola. "A agricultura portuguesa está numa situação crítica, e isso deve-se à acção deste Governo e deste ministro", referiu.

NOTAS

EUROPEIAS: PAULO PORTAS

O líder do CDS-PP apareceu ontem de surpresa numa empresa de carpintaria em Avintes e apelou para a união entre trabalhadores e patrões.

MULHERES: ILDA FIGUEIREDO

A candidata ao Parlamento Europeu pela CDU (Ilda Figueiredo) defende o fim da discriminação das mulheres na sociedade e no emprego.

A CAMPANHA HOJE

PORTO

Paulo Rangel reúne-se com autarcas, Paredes, 21h00.

ARRUADA

Jerónimo de Sousa junta-se a Ilda Figueiredo em Coimbra.

VITAL MOREIRA

Visita ao Centro de Formação Profissional de Chaves, 16h30.

MIGUEL PORTAS

Visita à Escola Profissional de Salvaterra de Magos, 09h30.

CDS-PP

Paulo Portas e Diogo Feio nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, 15h00. Nuno Melo interrompe campanha devido à audiência de Oliveira e Costa no Parlamento.

NÓS, PORTUGUESES: DONZÍLIA CIPRIANO FALA COMO UMA VISIONÁRIA

O tempo parou em Sequeiros, um pé no rio Paiva, as costas viradas para a serra de São Macário e os olhos postos na serra de Montemuro. Donzília Cipriano, 50 anos, está atrás de um balcão deserto do café Flor do Campo a descansar de uma manhã a tratar da batata. Donzília, uma ex-empregada de hotelaria, ex-operária numa fábrica de relógios e ex-funcionária de um lar de idosos na Suíça, vê o futuro em tons pálidos.

"Este País está todo ao contrário, investem em grandes obras e não no turismo no Interior. Se fosse na Suíça, já havia há muitos anos um hotel no topo da serra e um teleférico que trouxesse os turistas por cima da aldeia da Pena para o lado de cá", diz. Donzília tem muitas ideias mas nenhum poder nem dinheiro. "Temos aqui paisagens tão bonitas. Já foi ao rio Paiva? Nem uma praia fluvial temos".

Donzília, há muito arrependida de ter deixado a Suíça – "foi a maior burrice que fiz na vida"– fala como uma visionária: "Trazíamos os estrangeiros aqui aos nossos rios, montanhas, vales, fazíamos passeios entre as aldeias, mostrávamos a vida nos campos. Assim, vai tudo embora. Isto aqui está morto.

Os jovens querem ir embora porque não há trabalho."Entusiasmada com o rumo dos seus sonhos, Donzília vai buscar vinho, salpicão, presunto, numa generosidade difícil de encontrar nos grandes centros. "Mais um aeroporto? Mais uma ponte em Lisboa? Para os nossos últimos rapazes e raparigas irem para lá trabalhar e viver?"
 
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