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PSP no local não evita homicídio

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RoterTeufel

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Vila do Conde: Pedido de casamento acaba em morte violenta
PSP no local não evita homicídio

Dois agentes da PSP estavam anteontem em Vila do Conde e presenciaram os disparos que mataram Carlos ‘Boguinha’, pai da menina de 12 anos, alegadamente grávida de um rapaz de 18 e ‘prometida’ para casamento. Os polícias não evitaram o crime e também não prenderam os suspeitos pelo homicídio. Só lhes imputaram crimes de posse de arma, participação em rixa e desobediência à PSP.



Já durante a manhã de ontem, a PJ acabou por acrescentar à detenção os crimes de homicídio consumado e tentado. Pelas 20h00, o tribunal determinou que Miguel e o filho ficavam em prisão preventiva. ‘Carocha’ ficou com apresentações semanais às autoridades.

Romão Silva ‘Carocha’, cunhado da vítima mortal, recorda a situação vivida. Os agentes já tinham sido alertados por moradores da zona para a confusão, mas não reagiram. "O Miguel deu-me um tiro que me acertou no pescoço e, quando a polícia chegou, o meu cunhado estava vivo", garantiu ‘Carocha’ ao CM, lembrando que os polícias tentaram acalmar o homicida. "Até pediram ao Miguel para guardar as armas", referiu. Uma versão confirmada ao CM por várias testemunhas que assistiram a todos os factos, na rua António Lopes Pereira Cadeco.

O motivo da discussão foi a relação entre Yara, 12 anos, filha do homem assassinado, e o neto de Miguel ‘Cigano’, comerciante de peles nas Caxinas, Vila do Conde. Um namoro que não era do agrado da família do jovem de 18 anos, que já vivia há alguns meses com Yara, em casa dos pais daquela, na Caxinas.

Há suspeitas de que a menor esteja grávida, mas nenhum elemento da família o confirmou. "Está de certeza desonrada e até por isso o pai foi fazer o pedido de casamento", contou o tio da menina, assumindo que na tradição cigana é o que a família da menor deve fazer.

Contactada pelo CM, a PSP remete para mais tarde esclarecimentos sobre a actuação dos agentes que presenciaram o crime.

TRADIÇÃO CIGANA IGNORA LEI QUE PROTEGE MENOR

A comunidade cigana faz tábua rasa da lei que considera crime as relações sexuais com menores de 14 anos. "Eles até podem não chegar a casar, mas o pedido de casamento deve ser feito, uma vez que até já vivem juntos", dizem, garantindo que a tradição é para manter. Carlos ‘Boguinha’, anteontem à tarde, cumpria a tradição. Acompanhado pela mulher e dois cunhados, foi a casa de Miguel ‘Cigano’, para que as duas famílias assumissem o pedido de casamento.

"O Miguel e o filho, o Nanu, recusaram e disseram que o rapaz já estava prometido a outra rapariga cigana e a discussão foi por isso. Começou na rua, com as mulheres à pancada", contou ainda ‘Carocha’, que acabou atingido. "Podíamos ter resolvido isto com a mediação do cigano de lei ou cigano velho", disse referindo-se a outra tradição.

'CAROCHA' ESTAVA DETIDO E FALAVA COM 'CM'

Segundo o relatório da PSP, Romão Silva (‘Carocha’) e Raul Gomes foram detidos após o tiroteio. Contudo, ‘Carocha’, depois de tratado no Hospital da Póvoa de Varzim, esteve sempre visível junto à unidade de saúde, frente a uma dezena de agentes da PSP, armados de shotgun e com coletes à prova de bala. Falou várias vezes com o CM, contando a sua versão dos acontecimentos, como testemunha e vítima de um tiro no pescoço. Fez declarações a diversos outros meios de Comunicação Social e o próprio pensava que estava em liberdade. Raul Gomes, o outro cunhado da vítima mortal, foi detido à noite.

PORMENORES

DETIDO FOI AO HOSPITAL

Um dos detidos pela PSP recebeu tratamento no Hospital de São João, no Porto. Durante a rixa, Romão ‘Carocha’ agrediu-o com violência, provocando-lhe alguns ferimentos.

MORREU NO LOCAL

As testemunhas afirmam que ‘Boguinha’ morreu no local. A PSP chamou o INEM e afirma que faleceu a caminho do hospital.

FAMILIARES EM PESO

Foram chegando de vários pontos do País. Eram centenas à porta do Hospital da Póvoa.
 
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