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A sesta dá saúde e faz crescer

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Sesta, muito mais do que dormir

Que as crianças precisam de dormir mais do que um adulto, todos nós sabemos...

Elas precisam de dormir mais do que um adulto. Mas nem sempre damos muita importância à sesta, na escola e em casa. E, no entanto, durante a sesta as crianças sonham e...crescem.

É aos três anos que, em regra, as crianças ingressam no ensino pré-escolar.

Naturalmente que muitas frequentam a creche desde os primeiros meses de vida, mas para outras os três anos marcam o primeiro contacto com a escola. Uma nova experiência que corresponde a alguma mudança de hábitos, ao contacto com outras crianças da mesma idade, à presença de um adulto estranho com o qual conviverão boa parte do dia, e ao fim de algumas rotinas que até então mantinham em casa, dos pais ou dos avós.

Uma dessas rotinas - e porque as crianças até essa idade necessitam de dormir pelo menos 12 horas diárias - era a sesta. A seguir ao almoço, uma a duas horas de pausa é o mínimo indispensável, sob pena de o dia se tornar demasiado longo e cansativo.

Na escola, muitas vezes este hábito perde-se. No pré-escolar público é praticamente inexistente, até por incompatibilidade do horário de funcionamento e por imposição do número de horas diárias que cada educadora deve dedicar a actividades lectivas.

Sono diurno importante como o nocturno


No sistema privado, porém, o panorama é diferente: com horários extensivos, muitos dos jardins de infância proporcionam às crianças o descanso que o seu pequenino corpo pede.

A solução encontrada passou por alargar a hora de almoço das educadoras, de maneira a sobrar algum tempo útil após a sesta para as actividades pedagógicas.

O sono diurno é tão importante como o sono nocturno. Aos três anos, o corpo precisa de ver satisfeita a sua necessidade de um intervalo para descanso. Até porque dificilmente à noite dormem as 12 horas consideradas retemperadoras nesta idade.

Poucos serão os pais que deitam os filhos às oito da noite e os acordam às oito da manhã...

Devido aos horários laborais, que pouco se compadecem com as necessidades infantis, muitas crianças acabam por adquirir os hábitos de vida dos pais - deitar tarde e acordar cedo. Para elas, a sesta diária é indispensável.

Sem a sesta, crianças que logo às oito da manhã entram na cruel engrenagem do stress quotidiano ficam rabugentas, implicam umas com as outras, cabeceiam - fazem tudo menos prestar atenção às propostas das educadoras, por mais lúdicas que sejam.
Em suma, não dão rendimento.

O que se compreende. A verdade é que o sono é tão importante como a alimentação. O descanso é fundamental para o equilíbrio da criança. É a hora da intimidade, o período em que a criança recorda as actividades que fez, em que se tranquiliza com as imagens das pessoas de que mais gosta.

A sesta dá saúde e faz crescer

É durante o sono que as crianças sonham e, fazendo-o, é como se recarregassem as pilhas do seu sistema nervoso.

Hora e meia a duas horas depois, acordam como novas, bem dispostas, prontas para o lanche para as actividades que se seguem até à hora de regressar a casa. Uma criança que não dorme a sesta acaba inevitavelmente por adormecer a caminho de casa. E quando isso acontece a "culpa" não é dos balanços do autocarro ou do carro: é tão só porque estão esgotadas.

É claro que há excepções, mas a sesta deve ser a regra em casa e na escola, embora naturalmente o período de sono vá regredindo. É a criança que o encurta espontaneamente e aos cinco anos já nem sequer quer dormir, até que com a entrada no ensino básico (a antiga primeira classe) este hábito se perde.

Mas até lá há que insistir. Criando na escola um ambiente propício ao descanso. Depois de almoço e de lavados os dentes, as crianças devem voltar calmamente à sala, ajudando a educadora a preparar o espaço para dormirem.

As janelas devem ser ligeiramente cerradas, mas deixando entrar luz suficiente para que afugentar os medos próprios destas idades e para que as crianças distingam o sono diurno do sono nocturno.

A sala deve ter uma temperatura agradável e as crianças devem dormir entre lençóis e não apenas tapadas por um cobertor. Na hora de acordar, a educadora deve ir abrindo as janelas, falando baixinho com as crianças para as despertar, aliciando-as para as brincadeiras que se seguem.

À medida que crescem, é natural que uma ou outra criança não queira dormir, o que lhe deve ser permitido desde que não perturbe os demais.

Assim como as refeições têm horário, também a sesta deve ter a sua rotina, embora de vez em quando possa ser suprimida.

Uma regra válida para a escola e para casa. Também aqui é importante a criação de um ambiente tranquilo, mas isso não implica a cessação das conversas e dos ruídos habituais numa casa. Não é preciso desligar a televisão nem o telefone.

O ideal é que a criança durma a sesta no seu quarto, mas se ela preferir o sofá, deve ser-lhe permitido, de modo a que a sesta seja vista como atractiva e não como uma imposição dos pais. Para que a criança adormeça mais facilmente, pode estabelecer-se um pequeno ritual, do tipo contar uma história ou cantar uma canção. Mas mais breve do que à noite, porque o sono também é mais breve.
 
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