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"Acabou o crédito fácil"

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Os presidentes dos maiores bancos a operar em Portugal garantiram esta segunda-feira que continuam a financiar a economia, mas são unânimes em afirmar que acabou o tempo do crédito fácil e barato.

"É um mito", "é uma ideia falsa", os bancos estão até a "subsidiar" a compra de habitação, por exemplo, asseguraram os responsáveis máximos da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Millennium bcp, Banco Espírito Santo (BES), Santander Totta, Banco BPI e também de bancos mais pequenos, como o Banif, o Deutsche bank e o Finantia, na conferência "Os bancos e o financiamento da economia". O que existe, admitem, é maior avaliação do risco e maior ponderação porque "o tempo do crédito fácil acabou".

O presidente da CGD mostrou vários tipos de soluções adoptadas pelo banco público para responder as necessidades dos clientes nesta conjuntura e defendeu que "os bancos têm mostrado grande sentido de solidariedade social, [tanto nos financiamentos] às empresas como às famílias".

Provam-no, considera Faria de Oliveira, os aumentos de crédito concedido tanto a empresas como a particulares neste período de crise, apesar das maiores dificuldades de financiamento dos próprios bancos.

O vice-presidente do Millennium bcp, por seu lado, recorreu aos resultados do primeiro trimestre do banco para mostrar que o crédito concedido nos diferentes segmentos de negócio continua a crescer a ritmos "muito elevados".

Com a crise, há um aumento do crédito em incumprimento, do risco e do custo desse risco, explica Armando Vara. "É incontornável: risco mais elevado é preço mais elevado", disse o administrador, admitindo que aparece por vezes um ou outro caso em que a empresa que pede crédito não tem como assumir as responsabilidades dessa divida.

"Que a banca não financia a economia e que isso contribuiu para o acentuar da crise é uma ideia totalmente falsa", disse Armando Vara, referindo que o Governador do Banco de Portugal também já apresentou dados que "desfazem" essa ideia.

Vítor Constâncio disse na sua apresentação na conferência que a expansão do crédito concedido pelos bancos está acima do PIB nominal, considerando, portanto, que não há um problema de concessão de crédito por parte dos bancos, e alertou até que espera "que todos os bancos tenham medido bem o risco do crédito".

"O tempo do dinheiro fácil acabou", confirmou Ricardo Salgado, secundado pelos administradores do Banif e do Deutshe Bank.

O presidente do Santander Totta, Nuno Amado, sublinhou que "a banca não é um factor de restrição ao crescimento da economia", retomando a ideia de que a concessão de crédito cresce a um ritmo que é o dobro do crescimento do PIB.

Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, disse que concordava com os seus pares e colocou a tónica da sua intervenção no facto de que "acabou a época do dinheiro fácil" tanto do ponto de vista do custo ["spreads" aplicados] como das exigências que os bancos colocam as empresas para as financiarem.

"Para concedermos crédito temos que avaliar risco" e "infelizmente quando queremos olhar para as contas das empresas estamos mal nesta matéria", disse o presidente do BPI, criticando que as empresas não tenham as suas contas em dia.

As contas das empresas, além da credibilidade, história, situações que os empresários já tenham ultrapassado, são importantes para os bancos avaliarem o risco e, referiu Ulrich como exemplo e em tom de critica, a 20 de Maio, "40 por cento das grandes empresas clientes do banco não tinham apresentado as suas contas, nas médias só 21 por cento o tinahm feito e das PME só 5,0 por cento".
 
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