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Bisfenol-A: Perigo nos biberões e plásticos

estela

GF Ouro
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Estudos recentes demonstram que o bisfenol-A, um composto utilizado na maioria dos plásticos de uso quotidiano, poderá estar relacionado com diversos problemas de saúde.

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O Bisfenol-A (BPA) é um composto utilizado no fabrico do policarbonato, um tipo de plástico rígido e transparente, usado, por exemplo, em recipientes para o armazenamento de alimentos.

Este químico faz parte de uma lista de disruptores endócrinos, substâncias prejudiciais à saúde que imitam hormonas como o estrogénio modificando o seu funcionamento.

Na verdade, é um composto tão comum que encontra-se em quase todas as embalagens de plásticos que conhecemos, bem como no interior das latas que armazenam a nossa comida e foi detectado na urina de 93% da população com mais de seis anos dos EUA.

Trata-se de um produto químico que tem alimentado muita controvérsia entre os que pedem a sua proibição e os que minimizam os seus efeitos.

O estudo Toxic Baby Bottles publicado em finais de Fevereiro 2007 pelo Environment California Research and Policy Center, revela que mesmo em pequenas quantidades o Bisfenol-A pode provocar algumas doenças, incluindo, cancro da mama, obesidade, aumento da próstata, diabetes, hiperactividade, alterações do sistema imunitário, infertilidade e puberdade precoce.

Este estudo inclui a recolha de amostras de alguns biberões dos maiores fabricantes do mundo e as respectivas medições sobre a quantidade de Bisfenol-A libertada do plástico para o alimento.

Segundo investigadores o Bisfenol-A é mais perigoso se os alimentos em contacto com o composto forem aquecidos, por exemplo, quando se aquece o leite no biberão no microondas.

Apesar de ainda não existir consenso para a proibição do Bisfenol-A, no passado mês de Abril saiu mais um estudo, desta vez do programa nacional de toxicologia dos Estados Unidos (National Toxicology Program) alertando para os possíveis efeitos negativos que o Bisfenol-A pode ter na saúde humana. O relatório inclui a análise de 500 ratos que foram alimentados com doses baixas de Bisfenol-A.

O químico provocou alterações de comportamento, puberdade precoce, cancro da próstata e mama e problemas do aparelho urinário. Apesar de não serem conclusões definitivas os investigadores alertam que não podem ser ignoradas, não podendo garantir que não possa acontecer nos seres humanos.

O risco poderá ser maior se se pensar num feto ou bebé que está em desenvolvimento, e que nos primeiros anos de vida tem contacto diário com biberões, podendo a absorção do Bisfenol-A ser maior.

Os ambientalistas saúdam mais este relatório e pedem que o composto seja considerado um produto tóxico. Os industriais do sector argumentam que estes resultados não são conclusivos, nem definitivos e que o composto é perfeitamente seguro.

Também é verdade que a produção de plástico rígido e transparente livre de Bisfenol-A é um processo mais dispendioso, e, como não existem, até à data, leis que proíbam a utilização deste composto no fabrico de biberões, os fabricantes optam por não alterar a produção. No entanto já existem no mercado marcas recentes que fabricam os seus biberões sem Bisfenol-A.

Que medidas estão ser tomadas?

A EFSA (European Food Safety Authority - apurou em Janeiro de 2007 o factor TDI (Ingestão diária Tolerável), considerando que a quantidade de Bisfenol-A ingerida pelos bebés, através de biberões com esta substância, estaria abaixo do nível tolerável, não ficando assim provado ser perigoso para a saúde. No entanto é luz destes novos estudos a ingestão por parte dos fetos e bebés poderá ser mais prejudicial que num adulto uma vez que estes ainda se encontram em fase de desenvolvimento. A EFSA está neste momento a reavaliar tanto os relatórios norte-americanos como canadianos, para posterior tomada de posição.



Porque os biberões não são todos livres de Bisfenol-A?


A produção de plástico rígido e transparente livre de Bisfenol-A é um processo mais dispendioso, e, como não existem, até à data, leis que proíbam a utilização deste composto no fabrico de biberões, os fabricantes optam por não alterar a produção. Verifica-se que alguns dos novos fabricantes de biberões utilizam já plástico livre de Bisfenol-A, assinalando sempre este factor no exterior da embalagem como um ponto positivo.



Como posso saber se determinado Biberão tem Bisfenol-A?

A grande maioria dos biberões existentes no mercado português ainda é fabricada com recurso a plástico com Bisfenol-A. Não existe legislação para a rotulagem de biberões quanto à existência desta substância. Uma vez que a ausência de Bisfenol-A representa uma vantagem competitiva, estes fabricantes tornam bem visível a anúncio "Livre de Bisfenol-A" ou "Bisphenol-A Free". Ao contrário, existência de Bisfenol-A num biberão, tipicamente não é anunciada.



Sabia que:

Existem sete classes de plásticos usados para o fabrico de embalagens. O de tipo 7 junta todas as outras classes e alguns plásticos número 7, como o policarbonato (identificado com o número 7 ou as letras PC dentro do símbolo de reciclagem) são fabricados recorrendo ao Bisfenol-A. Quando este tipo de plástico é exposto a líquidos quentes liberta Bisfenol-A 55 vezes mais rápido que em condições normais. O tipo 3 (PVC) também pode conter o bisfenol-A como antioxidante. Os plásticos do tipo 1 (PET), 2 (HDPE), 4 (LDPE), 5 (polipropileno) e 6 (polistireno) não utilizam o Bisfenol-A durante o seu processo de fabrico.
 

smfnunes

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É impressionante o poder dos lobbies. Já em 2007 se falava neste problema e, até hoje, pouco ou nada foi feito. Pelos vistos não basta estar mais do que provado o perigo do bisfenol para que todos os biberões que o contenham sejam retirados do mercado e a sua venda interdita!
 
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