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Reconstrução Mamária

estela

GF Ouro
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Estas informações destinam-se a todas as pacientes com neoplasia da mama e procura ser uma informação complementar a todos os elementos discutidos na Consulta. A Reconstrução Mamária deve estar integrada no plano global de abordagem de doentes com neoplasia da mama. Esta orientação deve compatibilizar os critérios e calendário oncológicos com os aspectos psicológicos, emocionais, sociais e estéticos de cada paciente.


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Em que é que consiste uma Reconstrução Mamária?

Objectivos


Com a Reconstrução Mamária pretende-se reconstruir uma mama que se aproxime das expectativas da doente, quer do ponto de vista psicológico, quer estético atendendo a vários parâmetros, nomeadamente, no que diz respeito à simetria (volume e forma ) com a mama oposta, projecção, ptose e nível do sulco infra-mamário



Quando é que está aconselhado realizar-se uma Reconstrução Mamária?


Discussão de Indicações


Os critérios prioritários que decorrem do entendimento da doença como uma solução de continuidade dum estado de equilíbrio não só psicológico como socio-psico-emocional fazem com que o único critério aceitável de exclusão dum paciente do programa de reconstrução mamária seja a recusa após esclarecimento adequado ou situação em que o próprio acto reconstrutivo aumente sensivelmente o risco da paciente.

Deste quadro devem excluir-se receios de que a reconstrução possa camuflar a recidiva, á luz das actuais técnicas imagiológicas da informação, que todos os clínicos devem ter sobre estes procedimentos e suas repercussões semiológicas.

De mesma forma deve afirmar-se que a reconstrução não prejudica nem invalida a indicação de qualquer dos métodos terapêuticos oncológicos ancilares subsequentes à sua realização.

A cirurgia Reconstrutiva é uma decisão pessoal pois só a mulher mastectomizada ou na iminência de o ser poderá avaliar o significado dessa cirurgia.

No entanto, se olharmos ao beneficio cosmético mas sobretudo à ajuda do reequilíbrio e reencontro psicológico da mulher num "todo", verificamos que o resultado é frequentemente positivo e que na quase totalidade dos casos vale a pena este esforço suplementar.


Timing

No plano de tratamento da doente deve ter-se em consideração a altura da Reconstrução Mamária, uma vez que se pode iniciar no mesmo tempo operatório da Mastectomia. Esta atitude terapêutica deverá, contudo, ser ponderada caso a caso. A Reconstrução imediata quando efectuada em doentes seleccionados e por uma equipa multidisciplinar bem organizada tem benefícios consideráveis.

Pensamos que actualmente não é necessária que a doente viva com a deformidade da Mastectomia para apreciar devidamente a Reconstrução Mamária e compreender as suas limitações.

De qualquer maneira não podemos, nem devemos esquecer que este processo Reconstrutivo é longo podendo levar cerca de 1,5 ano.



Como é que é realizada uma Reconstrução Mamária?

Métodos de Reconstrução Mamária



Considerações Gerais

Há várias técnicas de reconstrução mamária. Não se pode dizer que seja uma dada técnica seja melhor que outra, mas sim que uma é mais adequada para determinado caso.

Quase todas as mulheres podem iniciar a reconstrução no mesmo tempo operatório que a Mastectomia.
Excepto pacientes portadoras de algumas patologias ou com determinado tipo (histológico) de tumores poderão não ter condições para ser submetidas a Reconstrução Mamária.
 

estela

GF Ouro
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Continuação

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Métodos


A Reconstrução Mamária envolve, no minimo, três outros tempos operatórios, além da Mastectomia.

Inicia-se pela Reconstrução da mama e parede torácica, sendo necessários dois tempos operatórios (um destes tempos pode ser na altura da Mastectomia) ; a Reconstrução do Complexo areolo-mamilar tem lugar numa fase posterior. Nesta altura e/ou logo inicialmente também se pode fazer modificações na mama oposta com o objectivo de se conseguir uma simetria o mais adequada possível.

Não são de excluir tempos operatórios complementares para refinamento estético.



Os Métodos habitualmente usados podem ser:

• Implante mamário
• Expansão (expansor tissular) e Implante Mamário
• Retalhos musculo-cutâneos:
◦ 1.Latissimus dorsi ( L. D. )
◦ 2.Rectus abdominis ( T.R.A.M. ou Hartramph )
• Métodos microcirurgicos ( Gluteus maximus, T.R.A.M., L.D. )

A selecção de um dado método depende do estado clínico global, da expectativa e tolerância do doente, do estado da mama contralateral, assim como da obtenção de uma Reconstrução que consiga se aproximar dos objectivos atrás referidos.



Reconstrução Mamária com introdução de implante

É tecnicamente a Reconstrução mais simples; consiste na introdução de um implante por debaixo do musculo e fascia da parede torácica.

Este tipo de Reconstrução tem poucas complicações; os problemas mais frequentes, como por exemplo tamanho insuficiente da prótese, não são verdadeiras complicações da intervenção, mas limitações das suas indicações, além de que, quer o tamanho, quer a forma pode ser melhorada nas intervenções subsequentes.

Tal como nos outros métodos que utilizam implantes mamários desenvolver-se-á uma cápsula fibrosa para o que a doente deve estar informada e efectuar as medidas para contrariar o seu desenvolvimento sugeridas pelo cirurgião.



Reconstrução Mamária com expansão e introdução de implante mamário


Este método é uma variação da técnica anterior; utiliza o principio da distensão gradual de tecidos que serão utilizados para cobrir o Implante Mamário.

O expansor tissular é um dispositivo formado por um reservatório ( "bolsa" ou "saco" ) que está ligado a uma válvula por onde se introduz, semanalmente, soro fisiológico com o objectivo de aumentar o volume do reservatório e assim distender os tecidos moles suprajacentes.



Este é o método mais frequente na Reconstrução Imediata.

Na primeira intervenção cirurgica introduz-se o expansor que será mantido alguns meses ( 2 a 3 meses para a expansão e mais de 3 meses após a expansão) que na intervenção subsequente ( segunda intervenção ) será removido e substituido pelo implante.
Tal como no método anterior um dos problemas pode ser o desenvolvimento de contractura capsular sintomática, além de implicar uma intervenção cirúrgica adicional e o seguimento semanal em Consulta Externa durante a expansão.

O doente deve estar ciente que este método é lento e inclui várias intervenções cirúrgicas.

A Reconstrução Mamária com Expansão Tissular tem mais complicações do que a feita apenas com a introdução de Implante Mamário. Além das que ocorrem neste tipo de Reconstruções podem surgir também as relacionadas com a Expansão Tissular, mas o resultado é habitualmente compensador.
 

estela

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Reconstrução Mamária com Retalhos Musculo-Cutâneos

Os Retalhos Musculo-cutâneos servem para fornecer tecidos adicionais à Reconstrução Mamária nos casos em que deles há escassez e são técnicas mais complexas.

Os Retalhos mais utilizados são o Latissimus dorsi e o Rectus abdominis ( T.R.A.M. ) . Em casos mais raros pode utilizar-se o Gluteus Maximus.

O Retalho de Latissimuos dorsi utiliza pele e musculo da face posterior do tórax; pode ser útil quando se pretende o preenchimento axilar ou foi efectuada uma Mastectomia Radical em doentes magros, com pele fina ou irradiada e em pacientes com perturbações sensíveis da drenagem linfática do membro superior.

As complicações mais frequentes são o seroma da área dadora e a necrose parcial ( < 5 % ) ou total do retalho.

A sequela cicatricial da zona dadora dorsal , alongada , não é desprezível.

O Retalho de Rectus abdominis ( T.R.A.M. - transverse rectus abdominis musculocutaneous flap ou Retalho de Hartrampf ) utiliza pele, tecidos celular subcutâneo e adiposo da parte inferior do abdómen.

Este retalho implica um esforço físico e emocional muito importante , daí que só deverá ser efectuado em doentes motivados e preparados para uma grande cirurgia com um período de convalescença arrastado.

Além das complicações associadas aos retalhos podem ocorrer problemas relacionados com a fraqueza da parede abdominal sendo possível o desenvolvimento de hérnias ou eventrações.

Quando não estão disponíveis ou já foram utilizados noutras reconstruções os retalhos anteriormente referidos pode utilizar-se o Retalho de Gluteus Maximus, formado pela parte superior do Gluteus Maximus, pele e tecido celular - subcutâneo.

Esta Reconstrução é bastante complexa tendo necessidade de recorrer a técnicas microcirúrgicas que têm também outros campos de aplicação como técnica auxiliar em casos especiais.



Reconstrução do complexo areolo - mamilar


A Reconstrução do Complexo Areolo - Mamilar faz parte integrante da Reconstrução Mamária e o objectivo é a reconstruçao de um Complexo Areolo - Mamilar semelhante ao do lado oposto, quer em termos de simetria, quer em termos de cor e textura.

A Reconstrução do Complexo Areolo - Mamilar só deverá ser efectuada quando se atingir a simetria mamária; em geral realiza-se 2 a 3 meses após a Reconstrução Mamária.

A Reconstrução do mamilo pode ser feita à custa do mamilo oposto ou à custa de retalhos locais.


A Reconstrução da areola pode ser feita com:


• Areola do lado oposto
• Enxerto de pele total da face interna das coxas, da axila ou de cicatrizes

Em geral é necessário tatuagem do Complexo Areolo - Mamilar reconstruido para se obter uma tonalidade semelhante à da mama oposta.



Procedimentos complementares

Na maioria dos casos é necessário proceder-se a técnicas cirurgicas para simetrização com a mama contralateral com o objectivo de se alcançar o melhor resultado possível.

Há casos em que é feita uma mamoplastia na mama sã, que poderá ser de aumento, redução ou uma mastopexia ( subida) para que o resultado quanto ao tamanho e forma das mamas seja o mais simétrico que possível, sabendo sempre que nunca ficarão iguais.



Fonte: Faccia
 
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