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Desacordo sobre redução de emissões de CO2 bloqueia negociações climáticas

ecks1978

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Uma curta referência na página 776 de um relatório científico da ONU que defende uma redução de gases com efeito de estufa (GEE) maior do que a que os países desenvolvidos puseram em cima da mesa tornou-se no principal bloqueio ao novo tratado da ONU para o clima. A conferência de Bona termina hoje com poucos consensos.

Para os países em desenvolvimento que participaram nas duas semanas de negociações em Bona, as reduções de GEE pelos países desenvolvidos – de 25 a 40 por cento abaixo dos níveis de 1990, até 2020 – tornaram-se vitais para um acordo em Copenhaga, em Dezembro.

O problema é que muitos países desenvolvidos dizem que essas reduções iriam prejudicar em muito as suas economias.

“A fasquia dos 25 aos 40 por cento tornou-se numa espécie de farol”, comentou Yvo de Boer, director do Secretariado da ONU para as Alterações Climáticas. “As pessoas estão a considerá-la uma forma de medir o sucesso de Copenhaga”.

Foi na conferência de Bali, Indonésia, em 2007, que a fasquia 25-40 ganhou relevância política, incluída como nota de rodapé nos relatórios daquela conferência.

“Foram conseguidos muito poucos progressos na definição de novas metas”, comentou em Bona Shyam Saran, enviado especial para o clima do primeiro-ministro indiano Manmohan Singh. Opinião semelhante tem o enviado francês, Brice Lalonde. Em comparação com outras reuniões anteriores, "as atitudes foram mais construtivas mas o nível de ambição é baixo".

"Todos sabem que as emissões globais têm que ser reduzidas para metade em 2050 (comparadas aos níveis de 1990), o que implica que os países industrializados devem reduzir as suas emissões em 80 por cento. E todos sabem que as emissões dos países em desenvolvimento devem começar a cair, o mais tardar, em 2025", disse Lalonde. "Mas ninguém se está a comprometer".

Os países em desenvolvimento, liderados pela China e Índia, dizem que os países ricos devem reduzir em, pelo menos, 40 por cento as suas emissões, especialmente da queima dos combustíveis fósseis. Já os pequenos Estados do Pacífico, receando ficar debaixo de água, não aceitam menos que 45 por cento.

Mas muitos países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, consideram que essa meta não pode ser alcançada: o Presidente norte-americano, Barack Obama, quer reduzir as emissões a níveis de 1990 em 2020, uma redução de 14 por cento a níveis de 2007 e uma redução de 80 por cento em 2050.

Esta semana, o Japão definiu uma redução de oito por cento, abaixo de 1990, até 2020.

“Uma redução de 25 por cento ainda é possível mas será muito difícil”, comentou Bill Hare, do Potsdam Institute for Climate Impact Research, autor do relatório final do IPCC.

E se aos países desenvolvidos são pedidas maiores reduções, os países em desenvolvimento devem abrandar o crescimento das suas emissões.

“Ambas as partes sentem que lhes está a ser pedido demasiado”, comentou Alden Meyer, da Union of Concerned Scientists.

Não ficou claro como será resolvido este bloqueio.

Andrew Deutz, director das Relações Internacionais da Nature Conservancy que acompanhou os trabalhos em Bona, considera que o esboço do acordo está "demasiado longo e o ritmo dos trabalhos é demasiado lento para que consigamos um acordo em Copenhaga". Além disso, diz, "estas negociações ficaram marcadas por uma falta de urgências entre os negociadores".
 
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