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"Não queira sardinha grande, antes a boa"

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GF Ouro
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Mai 27, 2007
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A azáfama da festa de S. João chegou à lota de Matosinhos com alguns dias de antecedência. O vai e vem de gaivotas, que fazem voos rasantes na estrada, denunciam que chegou um novo barco. Na rua, as caixas de esferovite apinhadas de sardinhas são vendidas a cinco euros. O quarteirão é um euro.

"Ó dona, leve da nossa sardinha!", sai o pregão apressado, enquanto a cor prata do pescado atrai os olhos dos clientes. "Na véspera da festa é o fim do mundo e cada cabaz chegam a atingir os 200 euros. Por isso, há gente que, cada vez mais, vem comprar as sardinhas alguns dias antes e congela", contou, ao JN, uma vendedora que preferiu o anonimato.

Também na banca de Graça Santos, no mercado do Bolhão, no Porto, uma cliente ouve atenta as recomendações: "Coloca a cuvete com as sardinhas no congelador. Depois, quando for utilizá-las, deite sal por cima delas. Assim mesmo, congeladas".

Para o dia de S. João, Graça Santos tem já 30 encomendas. "São de pessoas que vêm à minha banca há muito tempo e confiam na qualidade do peixe que vendo", diz a comerciante que informa que tem "sardinhas para dois preços: a três e seis euros o quilo".

"Meta-me aquela ali", escolhe a cliente. "Não queira sardinha grande, antes a boa", responde a peixeira, que actualmente lidera o comércio de família que "já vai na terceira geração".

Mas ainda que o jantar de S. João tenha "obrigatoriamente" sardinhas à mesa, Américo e Adelaide Gomes, com o Restaurante Lisbonense instalado provisoriamente no bairro típico das Fontainhas, confessam que o "negócio está a passar dias difíceis", estando "muito aquém das expectativas".

"Para a licença que pagamos para aqui estarmos , acho que vamos chegar ao fim da festa com prejuízo", disse, ao JN, Américo Gomes, que confessou que "há dias que as sardinhas saem da grelha directamente para o lixo".

A pensar numa forma de a conta do cliente "não ser muita pesada", Américo e Adelaide servem as sardinhas a um euro cada e os acompanhamentos (batata cozida e salada de pepinos) à parte".

Aos lamentos do comerciante, somam-se as críticas à actuação da Câmara do Porto "que pouco ou nada investe no S. João". "Admite-se este ser um dos bairros mais típicos da festa e ter tanta falta de estacionamento?", interroga Américo.

Já consciente do "muito trabalho" que vai ter na noite de S. João está Paulo Guilherme, empregado de mesa do restaurante Avó Maria, na Ribeira. Por 10,50 euros é servida a dose de (seis) sardinhas. Porém, desengane-se quem pense que o restaurante com vistas privilegiadas faz reservas.

fonte:jn
 
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