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Criopreservação das Células Estaminais ?

helldanger1

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Criopreservação das Células Estaminais do Cordão Umbilical


CÉLULAS ESTAMINAIS, O QUE SÃO?

As células estaminais são células que podem dar origem a diversos tipos celulares, ou seja, são indiferenciadas e tem capacidade de se auto-renovar e dividir indefinidamente.

As células estaminais com maior potencial são as células estaminais embrionárias, obtidas a partir da massa interna do blastocisto (segundo estado de desenvolvimento do embrião dos animais; é nesta fase que ocorre a nidação). Estas, dão origem a todos os tipos de células do organismo, incluindo as células germinativas. No organismo adulto também se encontram células estaminais em diferentes órgãos e tecidos, no entanto, estas diferenciam-se em células do mesmo tipo de órgão de onde derivam.

O sangue do cordão umbilical apresenta uma valiosa fonte de células. Estas, denominadas estaminais, são células hematopoiéticas, que apresentam uma grande capacidade de proliferação e expansão, podendo diferenciar-se nos diferentes tipos de células do sistema hematológico e imunológico. Podem dar origem aos Linfócitos B, Linfócitos T e às Células NK (Natural Killer). Podem diferenciar-se igualmente em progenitores mielóides, que por sua vez, dão origem aos elementos celulares do sangue (eritrócitos, às plaquetas, neutrófilos, monócitos, eosinófilos, basófalos e macrófagos).


No entanto, o sangue do cordão umbilical não possui apenas células estaminais hematopoiéticas. Tal como a medula óssea, possui igualmente células estaminais mesenquimais, que são células com capacidade de se diferenciarem em linhagens mesodérmicas e dar origem a osso ou cartilagem. As células estaminais pluripotentes do cordão umbilical, podem ainda diferenciar-se em células estaminais somáticas não restritas.


Estas células, com elevado potencial proliferativo têm a capacidade de se diferenciar em várias linhagens celulares, podendo originar células neuronais, ósseas, sanguíneas, hepáticas e cardíacas. Adicionalmente, o sangue do cordão umbilical contém células progenitoras endoteliais, as quais se podem diferenciar em células vasculares. Estas são responsáveis pela formação de novos vasos sanguíneos, podendo ser utilizadas na recuperação de danos vasculares que ocorrem em inúmeras patologias.

São várias as aplicações das células estaminais que podem contribuir para uma diminuição da morbilidade e até da mortalidade dos dadores e até de seus familiares através de transplantes autólogos (do próprio para o próprio) e heterólogos respectivamente (do próprio para outros que sejam compatíveis).


QUAIS AS VANTAGENS DA CRIOPRESERVAÇÃO DAS CÉLULAS ESTAMINAIS?

- Disponibilidade imediata para transplantação
- Ausência de risco para o dador
- Menor risco de infecção com agentes infecciosos
- Menor risco de doença do transplante contra o hospedeiro, em comparação ao transplante com células estaminais da medula óssea



INDICAÇÕES PARA A COLHEITA E RESERVA DE SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL

O sangue do cordão umbilical pode ser colhido para várias aplicações. Bancos públicos de armazenamento de sangue do cordão podem recolhê-lo e utilizá-lo para a transplantação em qualquer indivíduo para quem o sangue do cordão é compatível (transplantação heteróloga). Para além disso, pode também ser recolhido por bancos privados a pedido dos pais e financiado pelos mesmos, para uso da própria criança (transplantação autóloga) caso esta venha a necessitar. No entanto em Portugal apenas existem os bancos privados, ou seja, cabe a cada um apostar ou não neste investimento.


Há um sem número de doenças que podem ser tratadas. As mais comuns são as doenças malignas (Leucemia, Lifomas, Liposarcoma, Tumores sólidos, Síndrome Mielodisplásico, Linfoma de Burkitt, etc.), deficiências medulares (anemias, trombocitopenia etc.), Hemoglobinopatias (talassémia, anemia das células falciformes), imunodeficiências, doenças metabólicas, os problemas de transplante de medula óssea, entre outros. No entanto estudam-se possibilidades de abranger outros tipos de doenças.


Existem algumas situações em que a colheita de sangue está contra-indicada, nomeadamente:

- Suspeita ou confirmação de corionamniotite;
- Herpes genital activo;
- Condilomas perineais extensos;
- Anomalias cromossómicas do feto;
- Afalagia (ausência de dedos nas mãos ou pés);
- Polidactilia (Dedos a mais);
- Microcefalia,
- Albinismo,
- Dwarfismo;
- Hemihipertrofia;
- …



QUAIS AS RAZÕES PARA O INSUCESSO DA CRIOPRESERVAÇÃO?


- Volume de sangue recolhido insuficiente
- Clampagem do cordão umbilical, quanto mais rápida for, maior será o número de células recolhidas
- O próprio tamanho do cordão umbilical
 

helldanger1

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COMO ADERIR AO SERVIÇO?

Com algum tempo de antecedência (preferencialmente antes dois meses da data prevista para o parto), os pais devem contactar uma empresa, das muitas que existem no mercado para solicitar o envio do Kit de recolha do sangue. O Kit contém todo o material e informações necessárias para que a equipe de saúde que assiste o parto possa fazer a recolha do sangue do cordão umbilical do seu bebé.



COMO É EFECTUADA A RECOLHA DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL?

O procedimento de recolha é efectuado imediatamente após e parto. Depois de clampado o cordão umbilical, este é cortado e o sangue é recolhido para um saco fornecido no kit. O sangue é posteriormente enviado para e laboratório de criopreservação num período de 48 horas após e parto. A recolha do sangue do cordão umbilical não comporta riscos nem para a mãe nem para o bebé.




O QUE ACONTECE AO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL?

Depois da colheita, os pais deverão comunicar à empresa através de um número que lhes será fornecido, para que possam ir levantar o sangue ao hospital onde nasceu o bebé. Até lá o sangue deverá ser mantido à temperatura ambiente. Este é transportado por uma empresa especializada para o laboratório em questão, é analisado e dá-se início ao processo de isolamento e criopreservação das células estaminais. As unidades ficarão congeladas em azoto líquido a 196º negativos, durante pelo menos 20 anos. A partir deste momento, o beneficiário, nessa altura já adulto, terá que decidir se quer ou não prosseguir com o armazenamento. Se decidir fazê-lo terá que pagar uma taxa adicional pelo período adicional contratado.

Cabe apenas a si como progenitor ou como Mãe/Pai decidir ou não armazenar as células do cordão umbilical do seu filho. Esperamos que com este artigo se torne mais fácil tomar essa decisão. Este será o nosso contributo enquanto profissionais de saúde.
De qualquer forma, se tiver dúvidas, pense que “Mais vale prevenir do que remediar”


BREVE RESENHA HISTÓRICA

O estudo do sangue do cordão umbilical teve início em 1982. Nessa época experiências laboratoriais efectuadas por Broxmeyer & Boyse sugeriam que o sangue do cordão umbilical continha células estaminais hematopoiéticas que poderiam ser usados em processos de transplantação.


Em 1988 em Paris, Glukman e seus colegas realizaram o primeiro transplante de células estaminais do cordão umbilical numa criança com Anemia de Fanconi, tendo recorrido a uma reserva de sangue do cordão umbilical de um familiar, anteriormente recolhida e criopreservada. Os resultados foram um sucesso e a criança teve alta cinco meses após. Desde então inúmeros transplantes têm sido efectuados em diferentes regiões do mundo.

Em Portugal, o primeiro transplante realizado com uma amostra Criopreservada num banco privado aconteceu em 2007 numa criança de 14 meses após o diagnóstico de Imunodeficiência Combinada Severa, recorrendo ao sangue do cordão umbilical de seu irmão, que os pais tinham guardado. O transplante foi realizado com sucesso.

 
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