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Na cama com os pais-cosleeping

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Hoje, são cada vez mais os que defendem o cosleeping


Polémica, muito polémica entre pediatras e psicólogos, a partilha do sono (cosleeping, na terminologia anglo-saxã) é uma prática cada vez mais comum nas famílias ocidentais.

Estudos feitos nos EUA indicam que o número de adultos que dormem rotineiramente com os filhos naquele país aumentou mais do dobro entre 1993 e 2000.

Em 2003, o Estudo Nacional sobre a Posição para Dormir na Infância, conduzido pelos Institutos Nacionais de Saúde, concluiu que, num período de duas semanas, 45 por cento das crianças mais pequenas passavam alguma parte da noite na cama dos pais.

O aumento crescente do número de adeptos do cosleeping levou mesmo a que especialistas cujo nome é sinónimo de credibilidade, como o médico Richard Ferber, guru norte-americano do sono pediátrico e outrora crítico frontal da partilha da cama entre pais e filhos, revissem as suas teorias.

As coisas mudam e Ferber defende agora que, «desde que resulte», cada família sabe o que é melhor para si em termos de rotinas de sono. Se a escolha recair sobre o cosleeping, muito bem, senão, muito bem na mesma.

Mas o estigma contra a partilha da cama é forte. Então, por um bebé a dormir com os pais é ou não um erro do ponto de vista educacional? De todo, diz Pedro Caldeira da Silva, pedopsiquiatra do Hospital Dona Estefânia.

Pode até ser a solução para alguns problemas. O médico dá o exemplo dos bebés irritáveis ou difíceis de acalmar. Dormir com os pais é, por vezes, o caminho para a tranquilidade. Esse é, aliás, um dos conselhos terapêuticos que frequentemente dá quando lhe surgem casos desses.

O medo de que os bebés se tornem «mimados» ou cheios de vícios por dormirem com os pais é infundado, esclarece Pedro Caldeira da Silva. «Dormir em família pode ajudar a regular o sono. Os bebés tornam-se mais calmos e os pais mais tranquilos.»

Cada bebé é um bebé, diz o médico, e há bebés que «para se sentirem bem, precisam de dormir com os pais.» Outros não. É por isso que Pedro Caldeira da Silva raramente dá conselhos sobre o sono das crianças.

«O que eu digo aos pais é: conheça o seu bebé.» Tal como os adultos, «as crianças têm necessidades individuais e características diferentes. Nenhuma regra serve para todas.»

Desaconselhar (ou aconselhar!), genericamente, o cosleeping é, por isso, simplista. «Os especialistas metem-se muito onde não são chamados, inclusive na cama dos pais. Há muitas maneiras de adormecer um bebé.»

Ainda assim, autoridades científicas como a Academia Americana de Pediatria (AAP) desaconselham a partilha da cama entre pais e filhos.

A posição tem mesmo endurecido ao longo dos últimos anos, sobretudo desde que, em 1999 a Comissão de Protecção dos Consumidores nos EUA emitiu um comunicado a alertar para o risco de sufocação dos bebés quando estes dormem com os pais.

A Comissão justificava a medida com os resultados de estudos que haviam estabelecido um risco maior de morte súbita quando os bebés dormem com os pais na mesma cama.

Celina Pires questiona esta relação: «Esse risco é importante quando algum dos adultos que dorme com o bebé é fumador. No entanto, quando nenhum dos pais fuma e o bebé tem mais de oito semanas, o risco é insignificante.»

Texto de Maria João Amorim

Revista Pais & Filhos
 
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