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Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer

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Na hora da caminha

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Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. Diz o aforismo popular que deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. É, pois, durante a noite que as hormonas de crescimento entram em acção e o organismo repõe as energias. Mas na hora de deitar nem todas as crianças conseguem chamar o João Pestana. Alguns distúrbios do sono impedem que os mais pequenos tenham o tão merecido descanso



O sono desempenha um papel central na vida humana. Não é por acaso que passamos um terço das nossas vidas a dormir. Esta função vital ajuda-nos a restaurar energias e a carregar baterias para o dia seguinte. «Contrariamente ao que se julgava há uns anos, durante o sono, a actividade cerebral continua em processamento. De tal maneira que a manutenção da rede neuronal e as funções cognitivas, nomeadamente a consolidação da memória, são fundamentais no processo de aprendizagem», afirma Rita Lopes da Silva, neuropediatra do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa. E se é verdade que, no adulto, uma noite repousada faz milagres ao corpo e à mente, certo é que, na infância, a quantidade e a qualidade do sono assumem um papel fulcral na actividade cognitiva. «A estrutura do sono e o número de horas de sono de que necessitamos variam consoante os escalões etários.» Embora não haja um tempo padrão de descanso para cada idade, a especialista defende que «o número de horas adequado é aquele que permite que no dia seguinte sintamos um bem-estar físico e psíquico». Há, contudo, crianças que sofrem de algumas perturbações associadas ao sono. Podem dividir-se os distúrbios do sono em dois grupos: as insónias e parassónias. As primeiras correspondem a alterações da quantidade, da qualidade e do tempo de sono. Já as parassónias estão relacionadas com «alterações comportamentais» em determinadas fases do sono ou durante a noite. Na transição da vigília para o sono, podem ocorrer «pesadelos, terrores nocturnos, sonambulismo, bruxismo [ranger dos dentes], espasmos, enurese [fazer chichi na cama] e até movimentos com a cabeça até que, finalmente, adormecem». Algumas doenças, nomeadamente «o refluxo gastroesofágico, asma e roncopatia (a criança não deve ressonar durante a noite), traduzem-se em fenómenos de apneia e défices sucessivos de oxigénio». Estas situações, relatadas pela neuropediatra, «prejudicam a qualidade do sono e interferem com o rendimento cerebral e cognitivo do dia seguinte». Sozinho ou na cama dos pais? Depois de a luz se apagar, surgem os medos. A criança sente-se insegura perante a escuridão, teme o aparecimento de monstros e fantasmas. Mas será salutar dormir na cama dos pais para abafar estes temores? Em O Livro da Criança, Mário Cordeiro, pediatra, diz que, muito embora «a cama dos pais seja o local mais seguro do mundo», não é a melhor solução. Isto porque «a criança precisa, desde que nasce, de gerir a sua autonomia». Quando os pais consentem que os filhos durmam na cama deles, aumenta a dificuldade de «adaptação das crianças ao seu próprio espaço». Com esta protecção, os progenitores estão a contribuir para o «fenómeno de regressão», em que os miúdos se tornam mais dependentes. Para além disto, Mário Cordeiro assegura que uma criança que dorme na cama dos pais «invade o espaço íntimo e reforça, assim, a sua omnipotência». Para resolver a questão, o pediatra diz que «cada pessoa deve estar no seu espaço de dormir». E, assim sendo, os pais devem usar todas as estratégias para «acalmarem a angústia dos filhos», mesmo que isso implique levantarem-se várias vezes durante a noite: «É tentador levar a criança para a cama dos pais, onde, de facto, adormece instantaneamente, mas é um erro pelo qual se vai pagar caro, em termos de autonomia, equilíbrio da personalidade e relação pais/filhos.» Chamar o sono Um estudo desenvolvido pela Unidade de Desenvolvimento do Hospital de Santa Maria e que envolveu cem crianças, entre os 5 e os 10 anos, concluiu que 74 por cento apresentavam uma perturbação do sono. «Por distúrbio entendia-se algo que acontecia uma vez por mês e que prejudicava o funcionamento do sono.» Um dado curioso foi que quase noventa por cento das crianças tinham um tempo de sono adequado, pelo que «não era um problema de quantidade». Da amostra, verificou-se, ainda, que «46 por cento tinham pesadelos, 45 por cento falavam durante a noite, 24 por cento rangiam os dentes, 12 por cento tinham terrores nocturnos [muito frequente antes dos cinco anos] e 12 por cento tinham dificuldade em adormecer», aponta Rita Lopes da Silva.Das crianças estudadas, 17 por cento dormiam na cama dos pais, porque tinham medo de dormir sozinhas, e vinte por cento dormiam com a luz acesa. Segundo a neuropediatra, a solução para minorar o medo do escuro pode ser acender uma luz de presença «de fraca intensidade». Mas alerta que uma situação deste género «pode constituir uma chamada de atenção para certos receios que tenham de ser trabalhados e abordados». Não quer dizer que seja um sinal de uma doença, mas é «algo que deve ser tido em conta, quando se faz a avaliação global da criança e do seu funcionamento familiar». Os problemas do sono devem ser estudados caso a caso e analisados em consulta: «Não há uma regra para tratar as perturbações do sono. Primeiro deve apurar-se o grupo etário. Depois, dependendo da variabilidade de cada criança, há que criar rotinas. E, se estas não forem eficazes, parte-se para um apoio psicológico ou medicamentoso

Fonte:Açoriano Oriental


 
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