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Bobby, o bebé chegou.

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O culminar de toda a preparação de um cão para a chegada do bebé é também o desenlace de uma séries de medos e ansiedades dos pais quanto à segurança da criança e à reacção do animal.

INTEGRAÇÃO deverá ser a atitude a assumir, de forma a obter o resultado ideal. O cão não deverá sentir-se rejeitado ou com ciúmes, vendo a chegada do novo elemento como algo de negativo. Mas a verdade é que o tempo para o animal será menor e a disponibilidade para lhe dar atenção também.

O momento do regresso a casa com o bebé é um momento de excitação e nervosismo. Deve ser um momento em que a atenção recai mais sobre o animal. O animal estará com saudades da dona, consciente da ansiedade dos donos, curioso quanto aos novos aromas e, sobretudo, quanto ao novo personagem.
A entrada do bebé deve, pois, ser planeada com antecedência.

A ENTRADA DO BEBÉ
Se o animal já recebeu as peças vindas da maternidade, os cheiros serão mais fáceis de identificar.
A mãe deverá entrar primeiro em casa, sozinha, apresentando as mãos vazias. Apesar de natural, a excitação do animal deverá ser refreada. Se a mãe estiver muito debilitada deve pedir a um amigo ou membro da família, com quem o animal já esteja acostumado, para ajudar neste momento. Quando o cão acalmar, a dona poderá então fazer umas festas, brincar e dar uma goluseima.

De seguida, deve trazer-se a bagagem da mãe e da criança. O animal há-de querer cheirar tudo, o que é positivo. Preste-se atenção, neste momento, a comportamentos anormais.
Finalmente, o pai e a criança devem entrar. Mais uma vez, comportamentos excessivos devem ser contrariados (sempre calmamente), sempre evitando conotações negativas para o animal. Quando acalmar, deixem que cheire a criança, se quiser e sem forçar.

O animal deve estar à trela, ainda que a mesma não esteja em tensão. Devem estar sempre dois adultos nesta fase, um segurando a criança, outro controlando o cão.
O primeiro contacto é importantíssimo para o animal, devendo o animal ser bastante recompensado pelo seu bom comportamento. A impressão que lhe devemos deixar é simples: a criança é uma coisa boa, os donos não o trocaram por este novo ser.

Não forcem o contacto com o bebé, deixem ao animal a decisão de se aproximar. Se o cão insistir em cheirar ou lamber repetidamente a criança, o dono deve desviar a sua atenção para uma actividade positiva, como brincar.
Se, por outro lado, surgirem comportamentos indesejáveis (receio, agressão, excitação), o adulto que o controla deve puxar a trela o mais calmamente possível, sem ralhar ou castigar e, simplesmente, afastá-lo.
Este é também um momento crucial para os donos. Obviamente, estejam atentos a comportamentos indesejáveis: movimentos bruscos, ladrar, sinais de ansiedade, de agressividade ou de fuga, por exemplo. Todos os comportamentos anormais devem ser registados para futura referência ao médico veterinário, se necessário.

PRIMEIROS DIAS
Nos primeiros dias, obviamente, a atenção tende a ser focada no bebé. No entanto, deve haver um esforço importante para não negligenciar o animal. Ele deve estar presente na maior das actividades diárias possível. O que deve ser mesmo evitado é a exclusão, pela qual a mensagem percepcionada pelo cão é de abandono, rejeição e ciúme.

Aproveitem o sono da criança para dar atenção ao animal, embora desencorajando o ladrar.
Se o animal insistir em comportamentos ansiosos, agressivos ou de excitação, contactem o médico veterinário, que poderá prescrever medicação para os contrariar.

No que diz respeito ao contacto entre cães e bebés, existe uma regra de ouro:

NÃO SE DEVE DEIXAR NUNCA UM BÉBÉ SOZINHO COM UM CÃO.

O mesmo princípio se aplica com crianças pequenas e com gatos, deve acrescentar-se.

Estas são apenas algumas das medidas para garantir maior segurança na apresentação do bebé ao cão. Em casos mais difíceis, outras poderão ser recomendadas pelo médico veterinário. Elas também servem para permitir um são e alegre convívio no seio da família, que engloba um cão e favorecer uma reacção calma e positiva do animal.


Autor: Dr. Paulo Pereira
Médico Veterinário
 
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