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Malária: Neurologista angolana desenvolve estudo pioneiro sobre malária cerebral

ecks1978

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Out 29, 2007
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Uma neurologista angolana está a desenvolver no Instituto Gulbenkian de Ciência um estudo pioneiro sobre factores genéticos que justifiquem susceptibilidade à malária cerebral, uma das formas severas desta doença infecciosa endémica no seu país.

Maria do Rosário Sambo revelou, em declarações à Agência Lusa, ter encontrado "sinais de pelo menos um gene ainda não descrito que aparentemente permite distinguir a malária cerebral de outras formas de malária severa".

A investigadora vai apresentar quarta-feira em Lisboa, numa conferência sobre malária, uma comunicação sobre o seu estudo, que realizou no Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, entre 2005 e 2007, com crianças de seis a 13 anos de idade.

O trabalho, pioneiro em Angola, baseia-se num grupo de 130 doentes com malária cerebral e três grupos de controlo, um de 319 crianças sem doença, outro de 142 com malária não complicada e o outro de 158 com malária severa mas sem malária cerebral. "Seleccionámos um conjunto de genes de que já havia associação descrita à malária cerebral e estudámos depois algumas variantes genéticas destes genes", explicou Maria do Rosário Sambo.

"O objectivo é ver se nos casos de malária cerebral essas variantes genéticas estão numa frequência significativamente superior às que estão nos controlos, para vermos se há algum factor de susceptibilidade genética", acrescentou. Interessava sobretudo ver nos doentes com malária severa cerebral e não cerebral se existia algum factor genético que permitisse distinguir os doentes com malária cerebral dos doentes com malária severa não cerebral.

Embora o trabalho não esteja ainda concluído, a investigadora assinalou já "um aspecto inovador", que consiste na descoberta de um gene ainda não descrito, pelo menos em humanos e em modelos animais, que permitiria fazer distinguir aquelas duas formas de malária severa.

No geral, a malária é a segunda causa de internamento em Angola e a quarta em termos de mortalidade, excluindo os recém-nascidos, depois das meningites, das doenças respiratórias agudas e do tétano.

A malária é uma doença muito frequente nos países tropicais, sendo endémic na África subsahariana, e especificamente a malária cerebral contribui muito para a elevada mortalidade desta patologia, que varia, de acordo com as condições locais e o tratamento, entre 10 e 39 por cento.

"Estima-se que em cada 100 indivíduos que têm malária, um deles vai ter malária severa", prevê a investigadora, que é também docente na Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, em Luanda.

Maria do Rosário Sambo justificou a sua vinda para o Instituto Gulbenkian de Ciência - onde faz parte de um grupo que estuda a genética das doenças complexa - por este integrar vários investigadores da malária e reunir óptimas características" para poder prosseguir o seu trabalho.
Lusa
 
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