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Porque falha o coração?

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Porque falha o coração?
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Alguns factores de risco podem ser corrigidos




“Em circunstâncias normais, as nossas artérias apresentam paredes lisas, que permitem a fácil passagem do sangue», explica Quitéria Rato, cardiologista do Hospital de São Bernardo, em Setúbal. Porém, com o decorrer dos anos e em consequência de estilos de vida pouco saudáveis, que se associam a vários factores de risco, as artérias começam a «entupir», devido à acumulação de placas de gordura que se depositam no interior das suas paredes, provocando o seu espessamento e a diminuição do lúmen arterial (estreitamento das artérias). Alguns factores de risco podem ser corrigidos. A hipercolesterolemia, a hipertensão arterial, os hábitos tabágicos, a diabetes, a obesidade, o sedentarismo e o stress fazem parte desse grupo. Contudo, indica a especialista, «existem factores de risco que são independentes da vontade do indivíduo, nomeadamente a idade, o género e os antecedentes familiares de doença cardiovascular». Em consequência do número dos factores de risco presentes, da sua gravidade e do tempo de exposição do organismo aos mesmos, «as artérias são “agredidas” de uma forma mais ou menos intensa, havendo uma formação mais ou menos acelerada de placas ateroscleróticas». Resultado: «Níveis elevados de colesterol no sangue, muitas vezes associados a hipertensão arterial, a diabetes e a outros factores de risco cardiovasculares, contribuem para o aumento das placas e, consequentemente, para a obstrução das artérias, o que diminui o fluxo sanguíneo e o fornecimento de oxigénio aos tecidos», explica a cardiologista. Quitéria Rato diz que «é fundamental fazer uma abordagem precoce do risco cardiovascular global», de modo a conseguir um controlo eficaz dos factores de risco modificáveis, já que não existe a possibilidade de «alterar a herança genética». Assim, adianta, «é preciso investir na saúde, alterando comportamentos alimentares, promovendo a prática regular de exercício físico, optando estilos de vida adequados, em suma, apostando na prevenção». Um dos primeiros passos para a adopção de uma vida mais saudável dá-se à mesa, já que a alimentação desregrada e hipercalórica constitui um dos factores de risco com mais peso no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os maus hábitos alimentares, aliados ao sedentarismo, potenciam vários factores de risco, nomeadamente a hipertensão arterial, a obesidade, a hipercolesterolemia e a diabetes mellitus. O combate a estes «inimigos» do coração, do cérebro e da vida faz-se com várias medidas, algumas muito simples e ao alcance de todos. Uma delas é andar a pé durante pelo menos trinta minutos, todos os dias. A par dos factores de risco referidos, encontra-se ainda o tabagismo. Segundo Quitéria Rato, os hábitos tabágicos «estão na origem de cerca de cinquenta por cento das morte evitáveis, metade das quais devido à aterosclerose». Estes números são ainda mais alarmantes se considerarmos que quem fuma mais do que um maço de tabaco por dia tem um risco de enfarte quatro vezes superior a um indivíduo que não fuma. Mas atenção: bastam cinco cigarros fumados por dia para que o risco de enfarte do miocárdio aumente quarenta por cento comparativamente ao dos não fumadores. A cardiologista afirma que «a cessação do tabagismo é, isoladamente, a medida preventiva mais importante para diminuir as doenças cardiovasculares». Sinais de alerta A doença coronária surge, por norma, na sequência de lesões ateroscleróticas que, com o passar do tempo, podem obstruir as artérias que conduzem o sangue ao coração. E o que é a aterosclerose? «É uma doença que resulta do depósito de gordura na parede das artérias e que as torna mais espessas e mais estreitas», explica Carlos Aguiar, cardiologista do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide. Devido ao «afunilamento» das artérias, o fluxo de sangue vai sendo cada vez mais reduzido, impedindo que o coração receba os nutrientes e o oxigénio para continuar a funcionar. Assim, perante uma actividade física mais brusca ou a vivência de uma situação emocional mais intensa, com aumento do stress, é exigido um esforço redobrado ao coração. Nalguns casos, e em virtude do estreitamento das artérias, ocorre uma interrupção súbita do fluxo sanguíneo arterial e, por falta de alimento, o coração entra em sofrimento – é a chamada isquemia. «Nesta situação, geralmente sente-se uma pressão na parte central do peito, um aperto ou um ardor, que, por norma, cessa quando se diminui o esforço físico que desencadeou o bloqueio», adianta o cardiologista. Da isquemia «resulta a angina de peito, um sintoma benigno e transitório que tem subjacente a existência de doença coronária». O risco aumenta quando as placas de gordura (ateroma) se misturam com a circulação sanguínea, dando origem a um coágulo que obstrui, total ou parcialmente, a artéria. Apesar de haver uma capa fibrosa a barrar este contacto, face a uma situação de stress exacerbado ou a um esforço físico aumentado, a «cápsula rompe-se e, se houver uma coagulação muito activa, podem formar-se os chamados trombos ou coágulos», sublinha o cardiologista. Nestes casos, existe o perigo iminente de o coágulo entupir a artéria, dando origem a um enfarte agudo do miocárdio (músculo cardíaco). Significa isto que o coração, após a obstrução da artéria, deixa de ser irrigado e, por conseguinte, não recebe o oxigénio e os nutrientes para se manter em funcionamento: «Um enfarte agudo do miocárdio é uma manifestação clínica potencialmente fatal e com compromisso de vida, exigindo hospitalização e cuidados intensivos nas 12 primeiras horas», completa Carlos Aguiar. O coração começa a dar sinais de enfraquecimento depois de muitas agressões. Deste cansaço resulta um bombeamento insuficiente ou uma recepção deficiente do sangue: «A falência do coração traduz-se numa diminuição da irrigação a outros órgãos, provocando fadiga muscular, cansaço físico, diminuição da diurese [urinar] e falta de ar, em virtude do esvaziamento inadequado do sangue», fundamenta Dulce Brito, cardiologista do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Após um enfarte agudo do miocárdio, em resultado da obstrução das artérias, parte do tecido cardíaco pode «morrer», deixando de funcionar: «O restante músculo cardíaco, o que sobrevive, tentará adaptar-se a esta nova realidade, mas pode conduzir a uma situação de insuficiência cardíaca crónica.» Uma das situações que também estão na génese deste problema é a hipertensão arterial que, quando não controlada, exerce uma «sobrecarga diária no músculo cardíaco». Apesar de tudo, e contrariamente ao que se poderia julgar, o coração não pára. Apenas deixa de funcionar em pleno, porque parte do músculo deixa de trabalhar. Para compensar a zona lesada, o coração é obrigado a um esforço mais intenso, motivo pelo qual aumenta de volume e se dilata. Contudo, a especialista adianta que estas situações têm tratamento farmacológico que permite prolongar a vida do doente. Mas, sublinha, «os medicamentos não bastam, pelo que é necessário aprender novos hábitos de vida».

Fonte:Açoriano Oriental


 
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