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Crise deixa portugueses nos EUA no desemprego

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Mai 27, 2007
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A crise económica mundial está a afectar a comunidade portuguesa em algumas regiões nos Estados Unidos, principalmente ao nível do comércio, da restauração e da construção civil com o aumento do número de desempregados.

Vânia Pereira, uma jovem portuguesa que trabalha numa loja de um centro comercial em White Plains, Nova Iorque, disse à Lusa que o patrão lhe reduziu o horário de trabalho em dois dias e a obrigou a pagar parte do seu seguro de saúde, até aí coberto integralmente pela empresa.

O mesmo acontece na meia dúzia de fábricas que ainda existem nesta zona e dão emprego a mulheres portuguesas: todas as horas extraordinárias foram cortadas, o trabalho ao sábado foi suprimido e em alguns casos os salários foram também reduzidos.

Humberto Lopes, proprietário de uma ourivesaria em Mount Vernon, cidade a norte de Manhattan, à saída do Bronx, habituado a vender ouro português em grandes quantidades para a comunidade, disse à Lusa que desde final do ano passado o negócio "praticamente parou".

"Em época de crise, as pessoas compram menos ouro, ou não compram nenhum, e neste momento o que faz o negócio sobreviver é a compra e penhora de peças usadas", referiu.

Do outro lado do rio Hudson, em Newark, Nova Jérsia, onde vivem mais de 100 mil portugueses, a crise verificada no sector da compra e venda de casas tem afectado duramente a comunidade portuguesa, quer nas vendas, quer na construção de casas novas.

Fernando Santos, o chefe de redacção do jornal português Luso-Americano, disse à Lusa que há um ano o jornal tinha em cada edição cerca de 16 páginas de anúncios de compra e venda de casas, enquanto hoje tem apenas oito.

Por outro lado, as páginas de classificados com apartamentos para alugar subiram de uma página para três, o que afecta particularmente a comunidade portuguesa, em que há muitos proprietários destas casas, sobretudo no bairro do Ironbound, em Newark.

Também muitos proprietários de restaurantes portugueses desta cidade se queixaram à Lusa, embora pedindo anonimato, de uma diminuição de clientes.

Segundo vários responsáveis de agências de viagens ouvidos pela Lusa, também as vendas de passagens para férias em Portugal está este ano um pouco abaixo de anos anteriores.

No sector da construção civil pesada, a falta de trabalho tem também afectado a comunidade do estado de Nova Jérsia, pois o sindicato Local 472 tinha ainda há uma semana cerca de 300 trabalhadores em casa sem trabalho, a grande maioria de origem portuguesa.

A norte, no Estado de Connecticut, onde a comunidade se concentra sobretudo em quatro grandes cidades, é ainda a construção civil a grande responsável, directa ou indirectamente, pela elevada taxa de desemprego, nove por cento em Maio.

Manuel Carrelo, Conselheiro das Comunidades Portuguesas eleito por esta área, disse à Lusa ter conhecimento de muitas dezenas de portugueses que não conseguem arranjar trabalho há muitos meses.

"Há algumas pequenas companhias de construção civil de portugueses que ou estão reduzidas a dois ou três trabalhadores ou estão paradas por falta de trabalho", disse.

Apesar de tudo, este Conselheiro diz que a comunidade portuguesa parece resistir melhor à crise, seja porque amealhou na época das 'vacas gordas', ou pela habilidade natural de se adaptar às circunstâncias adversas.
DN
 
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