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Cães pastores diminuem ataque de lobos a rebanhos

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Em cinco anos, o valor das indemnizações por causa de ataques de lobos baixou mais de 40 mil euros na área do Parque de Montesinho. Decréscimo atribuído ao sucesso do Programa Cão de Gado Transmontano.

O projecto, que promove a distribuição de cachorros da raça pelos pastores da região, tem, actualmente, 70 criadores de gado em lista de espera para os receber. Entre 2003 e 2008, os valores ressarcidos pelos prejuízos dos ataques de lobo em rebanhos baixaram de 60,930 euros para 20,319. Um valor que, segundo os responsáveis pelo Programa do Cão de Gado Transmontano no Parque de Montesinho, demonstra o "sucesso" da iniciativa iniciada em 1994. "Os valores indemnizados compensam largamente os montantes dispendidos na manutenção do programa de distribuição gratuita dos cachorros pelos rebanhos", adiantou o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).

Desde 1998 já foram entregues mais de 500 cachorros e o número de ataques tem diminuído consoante aumenta a entrega dos cães pelos rebanhos, aponta a monitorização do ICNB.

Ramiro Pires, proprietário de um rebanho de ovelhas da raça churra transmontana com 170 cabeças, em S. Julião de Palácios, em Bragança, aderiu há cerca de 10 anos ao programa. A localidade onde reside está incluída na Reserva Nacional de Caça da Lombada, onde existem alcateias de lobos, mas o jovem garante que há mais de quatro anos que não avista um lobo nos campos onde pastoreia.

Ramiro Pires é dos pastores que beneficiou da entrega de cães e não está arrependido. Há anos que não sofre ataque de lobos. "Nem sequer os vemos, não têm hipótese por aqui, com estes cães, que são muito corpulentos, o lobo foge e evita o confronto, porque o cão é maior", explicou.

No Verão, Ramiro Pires e a mulher Ivone Santos madrugam para apascentar as ovelhas pela fresca. Às cinco, já andam no campo e regressam às 10 horas, para "acarrar" as ovelhas em zona de sombra, até ao fim do dia, altura em que voltam a levar o gado para o campo. Durante a maior parte do dia, os animais são guardados pelos cães que "dão muito bem conta do recado, ninguém consegue aproximar-se, nem lobos nem pessoas", garante Ivone Santos.

O cão de gado transmontano é dócil, mas não hesita em atacar intrusos, características que levam Ramiro Pires a recomendá-los, não só para guardar rebanhos, mas também residências.

Há uns anos, entregaram-lhe uma cadela, agora com nove anos, e actualmente tem cinco exemplares da raça, já se tornou criador e distribuiu cachorros por outros pastores. A raça transmontana faz sucesso. Da última ninhada da sua cadela Lara nasceram seis cachorros, só já resta um.

Quando o programa foi lançado pelo Parque de Montesinho, a raça estava a cair em desuso nos rebanhos locais, mas voltou a ser adoptada e fez-se um trabalho de preservação que levou à sua classificação como raça, incluída no 2º grupo, classe II molossóides.

JN
 
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