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Economistas esperam ligeira revisão em baixa das previsões do Banco de Portugal

Matapitosboss

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Set 24, 2006
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O Banco de Portugal deverá apresentar uma revisão em baixa das previsões da economia portuguesa para este ano no Boletim Económico de Verão, que será divulgado amanhã. Ainda assim, os economistas consultados pela Lusa não esperam grandes alterações face aos dados de Abril.

"Não estou à espera de grandes mudanças mas, eventualmente, poderá haver um pequeno ajustamento em baixa da taxa de crescimento do PIB", frisou hoje Paula Carvalho, economista do Banco BPI, justificando com "a perspectiva um pouco mais negativa para o consumo privado".

Jorge Santos, professor catedrático de macroeconomia no ISEG, disse que aguarda "a manutenção das previsões", mas que poderá haver "uma revisão em baixa para -1 ou -2 pontos percentuais".

Os técnicos do Banco de Portugal estimaram um crescimento negativo de 3,5 por cento da economia portuguesa em 2009, no Boletim Económico da Primavera, numa revisão em baixa face aos -0,8 por cento de anteriores projecções.

"As principais condicionantes à evolução da economia portuguesa em 2009 são as fortes quedas ao nível do investimento e das exportações", sublinhou Paula Carvalho, apesar de acrescentar que "a componente externa acaba por não pesar muito negativamente no PIB porque é compensada pelo recuo das importações".

De resto, a economista considerou que "todos os indicadores devem permanecer bastante fracos, com excepção do consumo público".

No que toca às perspectivas para 2010, Paula Carvalho apontou para um cenário de "quase estagnação, com um crescimento de 0,1 por cento do PIB em 2010", o qual estará dependente "da recuperação dos parceiros comerciais" de Portugal.

Já Jorge Santos revelou que tem uma previsão de "uma recuperação positiva" para o próximo ano, ainda que "relativamente baixa, com uma taxa de crescimento de 0,5 por cento".

"Tudo depende da economia nos EUA. Se recuperar mais rápido do que esperado, será mais fácil observar uma recuperação mais conseguida na economia portuguesa", defendeu o professor do ISEG.

Jorge Santos disse que "as exportações e as importações portuguesas têm diminuído, sobretudo as segundas" e explicou que a balança comercial portuguesa em 2008 era "tremendamente deficitária por causa a energia, que tinha um peso de 40 por cento sobre o défice português", situação que se altera em 2009 face à queda dos preços do petróleo.

O economista João César das Neves considerou que as previsões deverão ser revistas em baixa, em linha com as projecções realizadas com as organizações internacionais, "talvez um bocadinho mais baixo", considerando que a projecção para 2009 "deve agravar", juntamente com o crescimento previsto para 2010, que deverá "dar negativo". O economista António Nogueira Leite partilha a mesma opinião, considerando que a economia em 2009 deverá contrair "entre os 3,5 e os 4 por cento", apontando ainda para um crescimento negativo de cerca de 1 por cento para 2010.

"Acho que anda à volta disso até porque há alguns indicadores de natureza conjuntural que dão sinais variados", afirmou, considerando ainda que "a economia portuguesa não vai ainda recuperar para o ano", mas que irá "cair menos" que em 2009, tendo expectativa que a recuperação chegue em 2011, "se a Europa tiver um crescimento robusto".

Nas últimas projecções, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apontou para uma contracção na ordem dos 4,5 por cento em 2009 e de 0,5 por cento em 2010, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu um crescimento negativo de 4,1 por cento em 2009 e de 0,5 por cento em 2010.

A Comissão Europeia estima um crescimento negativo de 3,7 por cento em 2009 e de 0,8 por cento em 2010, enquanto o Governo prevê uma contracção de 3,4 por cento para este ano.


Fonte: Jornal de Negócios
 
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