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Pai morre a salvar filha bebé

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Hélder Jesus morreu quando tentava salvar a filha de três anos das águas do rio Cávado. O homem, de 28 anos, residente em Matosinhos, passava o dia de ontem com a família na praia fluvial da Barca do Lago, em Esposende, quando o barco insuflável em que brincava a bebé de três anos foi puxado pelo vento para dentro de água. Em aflição, Hélder atirou-se ao rio para ir buscar a filha e acabou por morrer afogado. A menina foi resgatada por um trabalhador da construção civil que se apercebeu da situação e partiu num barco em seu socorro.


Esta tragédia juntou-se ontem a outra, também nas águas do Norte do País, com uma menina de 12 anos a morrer afogada, ao início da tarde, na Afurada, Gaia.

Em Esposende, o dia estava a ser divertido para a família. A bebé brincava num pequeno barco, que acabou por ser puxado pelo vento para uma zona profunda do rio. "Eu estava a trabalhar aqui na casa de um particular. Não consigo ver bem o rio mas ouvi gente a gritar. De início pensei que fossem pessoas na brincadeira mas depois vi a senhora em cima de uma bóia a gritar pela filha e a pedir que lhe salvassem o marido. Só consegui apanhar a menina", contou ao CM Manuel Alves, o popular que salvou a filha do casal.

De pés descalços e visivelmente transtornado, Manuel lamentava a morte de Hélder. "Apanhei a situação a meio mas ainda o vi a nadar. Estava a aguentar-se na água, sempre pensei que se safasse", disse o homem, que, depois de resgatar a menina, ainda a levou para sua casa. A criança só regressou para junto da mãe já depois de o corpo de Hélder ter sido encontrado e transportado para o Instituto de Medicina Legal de Viana do Castelo, cerca das 15h30.

A mulher de Hélder ficou em estado de choque e teve de ser assistida por um psicólogo do INEM. Na Barca do Lago, esta não é a primeira situação de afogamento. No ano passado morreu uma criança de nove anos.

"RIOS TÊM PERIGOS ESCONDIDOS E MENOS FLUTUABILIDADE QUE O MAR"

Para o responsável pela formação do Instituto de Socorros a Náufragos, comandante Galhardo Leitão, a repetição de acidentes mortais em praias fluviais deve "servir de alerta para as pessoas terem mais cuidado na escolha das praias que frequentam". "Desde o início da época balnear não houve qualquer morte em praias vigiadas, quer marítimas quer fluviais. É preciso construir uma cultura de segurança, evitar ingerir álcool antes de ir para a água, não mergulhar em lugares desconhecidos e ter em consideração que os rios têm perigos escondidos e oferecem menos flutuabilidade que o mar. É um pouco como no trânsito. Se se respeitarem as regras e a sinalização pode evitar-se muitos acidentes, refere o responsável.

OUTROS CASOS

AMARANTE

Filipe Silva, de 20 anos, morreu anteontem na praia fluvial da Aurora, Amarante, em consequência de uma congestão.

MONTEMOR-O-VELHO

João Barata, 16 anos, morreu a 6 de Julho numa praia fluvial do Mondego, em Montemor-o-Velho.

TORRES VEDRAS

Bruno Coentro, 15 anos, morreu a 10 de Junho na praia (deserta) do Seixo, em Santa Cruz, Torres Vedras.

MATOSINHOS

Em Março, Diogo Sabrosa, o sobrinho de quatro anos de Simão Sabrosa, foi arrastado por uma onda na praia da Quebrada, em Matosinhos. O corpo do menor não foi encontrado.

MENINA MORRE NO RIO NA ZONA DE RISCO DA AFURADA

Liliana Sofia, de 12 anos, morreu ontem afogada nas águas do rio Douro, quando tomava banho com outras amigas no cais da Afurada, em Gaia. Uma zona de rio considerada perigosa mas que não tem qualquer vigilância ou sinais de proibição. Liliana e os amigos que moram na Afurada foram ontem tomar banho no rio, tal como fazem com frequência no Verão. Desta vez, as águas do rio provaram que a zona é de risco. A menina de 12 anos e outras duas crianças foram apanhadas pela corrente que, naquela zona, avança para o mar.

A mãe das vítimas ainda se atirou à água e conseguiu salvar duas. Liliana foi engolida pelo rio. Os mergulhadores dos Bombeiros Sapadores de Gaia chegaram rapidamente ao local e resgataram a menina inanimada, a quatro metros de profundidade. Durante o percurso para o Hospital de São João, Porto, a equipa médica do INEM tentou a reanimação, mas Liliana morreu a caminho do hospital.

O presidente da Junta da Afurada foi à unidade de saúde prestar apoio à família mas recusou esclarecimentos sobre falta de vigilância das autoridades na zona do rio onde Liliana morreu.

CONSELHOS E REGRAS ESSENCIAIS

PRAIAS VIGIADAS

Prefira as praias concessionadas com nadador salvador. Estes estão aptos a desempenhar diversas funções que não apenas de salvamento, nomeadamente prestar primeiros socorros.

SINALIZAÇÃO

Respeite as bandeiras. As cores são uma indicação sobre o estado do mar e o comportamento que se deve ter perante cada uma. Têmas mesmas cores dos semáforose devem ser encaradas como tal.

COMPANHIA

Procure sempre tomar banho ou nadar acompanhado. Numa situação de emergência, a pessoa que nos acompanha é a que se encontra em melhores condições de pedir ajuda.

PERTO DA COSTA

Nade sempre paralelamente à praia, não se afastando demasiado da linha de costa. Esta é a forma mais segura de se ser socorrido rapidamente em caso de emergência.

CRIANÇAS

Nunca deixe crianças sozinhas na água. O uso de braçadeiras é aconselhável, mas sempre sob atenta vigilância. Uma praia paradisíaca pode esconder locais perigosos, correntes ou rochas.

NOTAS

NO LOCAL: MAIS CASOS

Este não foi o primeiro caso de afogamento na Barca do Lago. No ano passado morreu uma menina de 9 anos, sugada pelas areias do rio.

PERIGO: SEM VIGIA

De acordo com os Bombeiros de Fão, a Barca do Lago não é considerada praia fluvial, daí que nãotenha qualquer vigilância.

RIO: ÁGUAS PERIGOSAS

Alguns populares disseram ao ‘CM’ que tem sido quase um caso de afogamento por ano. O rio é conhecido pelas fortes correntes.

CM
 
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