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Economistas receiam que Portugal demore mais tempo a sair da recessão

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Mai 27, 2007
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Os economistas João Duque e António Nogueira Leite consideram preocupante a recessão de 0,6 por cento do PIB prevista para 2010, explicando que tal deixa deixa antever que Portugal vai sair mais tarde da crise mundial que outros países.

"O que é mais preocupante é continuação de um clima de quebra do PIB em 2010, o que permite antever uma saída muito lenta de Portugal desta recessão [mundial]. A pergunta agora é quão diferido vai ser o efeito em Portugal da retoma internacional", disse à Lusa o economista João Duque.

O Banco de Portugal (BdP) anunciou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) português deverá contrair-se 3,5 por cento este ano, mantendo a previsão que havia realizado em Abril último, mais favorável que a das organizações internacionais.

De acordo com o Boletim Económico de Verão, a economia portuguesa deverá continuar em contracção em 2010, com uma quebra de 0,6 por cento do PIB, uma previsão mais negativa do que a avançada em Janeiro pelo BdP, que previa um ligeiro crescimento de 0,3 por cento.

"Os números de hoje reforçam os que já tinham sido anunciados. Nesse sentido, dentro do mau, já não é mau de todo", sublinhou João Duque.

Já para António Nogueira Leite, "a boa notícia é que existe a convicção de que a probabilidade de deflacção na Europa é muito pequena".

"A má notícia é que a economia portuguesa não vai voltar a crescer quando as outras o fizerem: vai demorar mais tempo e vai crescer menos", acrescentou.

Para o também administrador do Grupo Mello, "a fraca capacidade de resposta" de Portugal "deve-se à falta de reformas estruturais e a uma estrutura produtiva que não ganhou competitividade".

"Apesar das grandes melhorias de qualificação e recursos humanos, a organização dos portugueses - quer nas empresas, quer no Estado - continua a ser um ponto muito fraco. Especialmente em momentos de crise", explicou.

João Duque também receia um afastamento maior entre a economia portuguesa e a Europa.

"O receio é que a economia portuguesa entre num estado de afastamento tal que não seja positivamente reanimada pelo aumento do aquecimento da economia a nível internacional", disse.

Os dois economistas coincidem que o investimento público em Portugal deve ser "claramente repensado". Para João Duque, o Governo que sair das legislativas de Setembro deve reforçar "a aposta nas energias renováveis e na sociedade do conhecimento", enquanto Nogueira Leite põe a tónica "no apoio de facto à capacidade exportadora da economia".

João Duque e Nogueira Leite também consideram que deve haver mais "pensamento estratégico".

"O único grupo que teve pensamento estratégico em Portugal - não necessariamente concindente com o interesse do país - foi o dos empreiteiros. Fizeram magnificamente: conseguiram convencer os bancos que estão neles atravessados, os fundos de investimento, o Estado que promoveu as obras e o contribuinte, que paga e não refila", sintetizou Nogueira Leite.

JN
 
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