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Taxistas continuam a enganar turistas

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Mai 27, 2007
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Metade dos turistas que visitam Portugal entram pelo aeroporto de Lisboa. São 13 milhões/ano. Mas a primeira imagem do nosso país nem sempre é a melhor. Muitos queixam-se de "burlas" de taxistas. A classe assume o "fenómeno".

É o "chico-espertismo" lusitano em todo o seu esplendor. No início deste ano, a Deco realizou um estudo em que, entre outros factos, se concluiu que o serviço de táxis a partir do aeroporto de Lisboa não é só mau; é quase péssimo: uma turista checa fez dez viagens do aeroporto ao centro da cidade e, nessas, houve oito taxistas que adoptaram práticas que encareceram o preço.

O fenómeno não é novo e é por demais conhecido por toda a gente. O JN apurou junto da PSP que, nos últimos três anos, o número de detenções pelo crime de especulação de taxistas no aeroporto de Lisboa tem vido a aumentar. Em 2006 foram detidos 66 taxistas. Em 2007 o número aumentou para 89. E em 2008 foram 90. Desde o início de Janeiro até ontem, a PSP já fez 23 detenções pelo mesmo crime naquela área. Mas será isto suficiente?

"As acções de fiscalização não têm sido suficientemente dissuasórias", comentou, ao JN, Fátima Martins, técnica da Deco, e coordenadora do estudo acima citado. Na sua óptica, a impunidade continua a reinar porque "não há fiscalizações em número suficiente" e "as coimas aplicadas não são dissuasórias". Esta opinião é corroborada pelo presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral). "É preciso que as autoridades apliquem o que a lei prevê: a primeira vez que um taxista peça preços acima do estipulado deve ficar suspenso da actividade até dois anos", alerta Florêncio de Almeida, tecendo críticas aos tribunais: "Passam-lhes multas de 500 ou 1000 euros mas não se lembram que passados dias serão outra vez os incautos que vão pagar isso".

Há poucos dias, o JN teve conhecimento de dois casos com duas turistas (ver caixa ao lado) que fizeram exactamente o mesmo percurso (aeroporto/Museu do Fado, Alfama). O preço normal do trajecto, numa manhã de dia útil, rondará oito euros. Mas ambos os taxistas atravessaram a cidade com o taxímetro desligado! No final, um pediu 15 euros. A turista protestou, mas pagou. Outro pediu 20 euros mas teve azar: no destino, a turista japonesa foi recebida por um amigo português que, ao ameaçar chamar a polícia, fez baixar o preço da "corrida".

O crime de especulação pelos taxistas do aeroporto é assumido por todos os representantes do sector ouvidos pelo JN. "São situações condenáveis que dão uma má imagem ao nosso país", assume Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa de Táxis, sublinhando ser "necessário e urgente disciplinar aquela praça".

José Dionísio, presidente da Retális, lamenta que "infelizmente a capacidade reguladora daquele ponto específico é bastante complicada". Florêncio de Almeida é mais duro: "Aquela praça é uma rebaldaria onde meia dúzia de bandalhos consegue denegrir a imagem de uma classe com muitas pessoas honestas. Aqueles que cometem crimes têm que ser abolidos da classe".

Os responsáveis do sector concordam que a fiscalização deve aumentar. Pedem brigadas especiais no aeroporto e em locais como as portas dos principais hotéis. Carlos Ramos, da FPT, é defensor de um sistema obrigatório de vouchers emitidos pelo Turismo de Lisboa "porque assim desapareceria o dinheiro nos táxis". O presidente da Antral discorda e pede mais videovigilância e placards no aeroporto com os preços médios das corridas para dentro da cidade de Lisboa ou uma "taxa fixa". José Dionísio fala num "contingente especial só para o aeroporto" e em novas tecnologias para maior controlo.

JN
 
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