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Comandos já combatem talibãs na Carregueira

J.O

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Jun 1, 2009
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Portugal decidiu enviar 150 comandos para o Afeganistão , que se juntarão aos cerca de 100 militares que já lá estão. A missão agora é combater os talibãs às ordens do comandante da missão da NATO.

Ainda não sabiam que iam combater para o Afeganistão e já estavam a treinar como se lá estivessem. Homem prevenido vale por dois e, na tropa, mais ainda.

Os 15 comandos que, esta semana, simulavam uma emboscada na serra da Carregueira, procediam já como se aquele mato feito de plantas rasteiras e pinheiros escondesse de facto talibãs ou outros "insurgentes" com que vão ter de lidar dentro de poucos meses.

O Conselho Superior de Defesa Nacional decidiu, afinal, aquilo que estava previsto: enviar um reforço de tropas para o Afeganistão. A decisão foi rápida e pacífica - será uma força "escalão companhia", quer dizer 150 homens, e, embora o comunicado não o diga, serão comandos.

São a tropa indicada para o efeito e são eles que andam a treinar há meses, antevendo uma decisão que se tornou evidente depois do apelo do Presidente americano Barack Obama. Há um mês, a reunião do Conselho de Estado convocada por Cavaco Silva para debater a presença militar portuguesa naquele país chegou à mesma conclusão.

Agora, o Barbosa, o Ferreira, o Ruas, o Santos... três equipas de comandos, 150 homens ao todo, estão ansiosos por lá chegar... ou regressar, que há quem repita. Quem vai para os comandos gosta mesmo é de acção, tenha 20 anos, como o Rui Barbosa, há um ano no Centro, ou 45, como o tenente-coronel Gonçalves Soares.

O 2.º comandante do Regimento é 'repetente' da experiência afegã, a primeira em 2006 numa companhia de comandos, a segunda ainda no ano passado, na primeira equipa de formadores do Exército afegão (OMLT), quando o Governo decidiu acabar com a participação na força de reacção rápida da ISAF.

A medida nunca foi inteiramente percebida pelos militares e chegou a merecer a contestação americana. Os portugueses eram a única força ao serviço do comandante da missão da NATO no Afeganistão empregues sem qualquer restrição em qualquer ponto do território (uma excepção), e não foram substituídos desde então.

Mas ali, na Carregueira, não se brinca em serviço. De Sig Sauer em punho (no Afeganistão o Exército ainda prefere - que remédio! - a velhinha e segura G3), os 10 soldados de cara pintada saltaram em menos de um ápice dos Humvees, ao grito do apontador, o efectivo que vai na torre do carro: "Inimigo à esquerda!"

Era tudo a fingir, a pólvora era seca e, no cimo da pequena encosta, só estavam dois ou três 'talibãs', que acabaram estendidos e desarmados, a fingir de mortos. O chão ficou pejado de cartuchos, mas nunca tantos como se fosse real: só a metralhadora do apontador faz dois mil tiros por minuto quando dispara 'à séria'.

O tenente-coronel explica que este tipo de emboscada é a que mais ocorre na "vida real". É preciso repetir tantas vezes até os soldados demorarem apenas segundos a reagir. É disso que depende a sua vida. Os portugueses já deixaram dois mortos no Afeganistão e vários feridos, um deles incapacitado para sempre.

Tropa de elite, os comandos não ultrapassam hoje os 240 homens. Não é a vocação que falta, mas o talento e a capacidade: ainda no último curso chumbaram 70%. "Não podemos baixar a exigência", diz Gonçalves Soares. Queixam-se de que estão a perder homens de "grande experiência", porque estão a chegar ao fim os contratos.

A companhia, mais os elementos de apoio aéreo, chegará ao Afeganistão antes de Janeiro de 2010. Falta a combinação com a NATO e comprar o material em falta, nomeadamente Humvees. Mas Portugal poderá dizer que respondeu à chamada. Da forma possível.

Expresso​
 
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