• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

A nova guerra fria joga-se na internet

Amorte

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mai 27, 2007
Mensagens
7,461
Gostos Recebidos
0
Milhões e milhões são gastos a responder ou a reparar os estragos feitos por ciberataques. Os mais usuais são a espionagem, a replicação de vírus e a recusa de serviço. Este último foi o tipo de ataque sofrido, a 4 deste mês, por quase três dezenas de 'sites' dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

A Internet foi inventada durante a Guerra Fria como forma de os americanos preservarem o seu sistema de comunicações em caso de um ataque nuclear soviético. Neste momento, em pleno século XXI, aquilo de que muitos falam é numa nova guerra fria em curso na Internet. Nesta ciberguerra há vários tipos de ataques, desde a distribuição de vírus até à ciberespionagem, passando por ataques que tornam lento ou impossível o acesso a certos sites. Ao longo dos últimos anos têm aumentado os casos que vêm a público, com empresas, organizações e governos a admitirem ter sido atacados ou mesmo a considerarem hipóteses de contra-ataque.

A última batalha conhecida ocorreu no dia da celebração da independência dos EUA, 4 de Julho, quando vários computadores americanos e sul-coreanos estiveram inactivos durante horas devido àquilo a que se chama um ataque de recusa de serviço. A Coreia do Norte apareceu, de imediato, no topo da lista dos suspeitos, mas sem que tenham sido apresentadas provas contra o controverso regime. Os alvos foram quase três dezenas de sites americanos e sul-coreanos. Nos Estados Unidos foram afectados, entre outros, o Departamento de Defesa, a Casa Branca e a Bolsa de Nova Iorque. Na Coreia do Sul, o palácio presidencial, o Ministério da Defesa e o Parlamento. A comissão de comunicações coreana referiu que os ataques de recusa de serviço foram lançados a partir de 166 mil computadores fantasmas localizados em 74 países diferentes.

"Os ataques não podem ser directamente e definitivamente ligados à Coreia do Norte", disse a porta-voz do Departamento de Segurança Interna norte-americano, Amy Kudwa. Mas caso haja confirmação vai ser complicado agir contra o já isolado regime de Pyongyang. "Não podemos impor sanções comerciais porque já o fizemos. Nem fechar a embaixada, porque já não a têm. Os norte-coreanos não estão vulneráveis porque nós já os isolámos; eles tiram vantagem disso", disse James Lewis, do think tank Center for Strategic and International Studies. "Faltam regras para definir o que os governos podem ou não fazer. Temos de parar de tratar a Internet como uma espécie de velho Oeste selvagem", declarou o especialista americano ao Christian Science Monitor, referindo-se às lacunas legais que existem sobre a ciberguerra, numa altura em que a discussão, até na ONU, não acompanha o ritmo a que ela evolui.

Numa altura em que há já 120 países a desenvolver formas de usar a Internet como arma, segundo um relatório de 2007 da McAfee, os EUA decidiram, em Abril deste ano, que vão nomear um ciberczar, ou seja, alguém responsável pela defesa dos sectores estratégicos americanos dentro do Pentágono. Isto porque só em seis meses o Departamento de Defesa gastou cem milhões de dólares a responder a reparar os estragos feitos por ciberataques. Os sectores mais sensíveis são o da Defesa, do abastecimento de água e de electricidade, e as comunicações. Medidas já tomadas incluem a colocação de computadores em offline e a proibição de usar canetas USB trazidas do exterior.

O uso de computadores desligados da rede ou da Internet é uma forma de proteger informação confidencial dos ciberespiões, da penetração de vírus que se replicam ou dos chamados cavalos de Tróia. Muito recentemente houve casos de espionagem na União Europeia, tendo o próprio Alto Representante para a Política Externa, Javier Solana, tido o seu portátil espiado. "Fui submetido a espionagem, durante meses, por uma potência não europeia", desabafou numa conferência em Madrid. Na assistência, segundo o El País, alguém concluiu: "Se Solana pode ser espiado, qualquer um pode."
DN
 
Topo