Madeira: Cadáver de empresário desaparecido apareceu no fundo de um poço em Camacha

O corpo do empresário de 78 anos, de Porto Santo, e que alegadamente foi sequestrado na passada quinta-feira, foi encontrado sábado à noite no fundo de um poço na freguesia da Camacha, infirmou fonte da Policia Judiciária.

A Policia Judiciária deteve um cidadão estrangeiro suspeito de envolvimento no desaparecimento de Guilherme Bernardino Alves e está à procura de um outro madeirense.

Os homens têm idades compreendidas entre os 35 e 45 anos e terão delineado um crime de rapto, caso raro no arquipélago da Madeira, exigindo à família um resgate de cerca de meio milhão de euros.

JN

Cadáver de empresário morto na Madeira mostra indícios de violência

O corpo do empresário do Porto Santo que foi sequestrado na passada quinta-feira evidencia alguns sinais de violência. Um dos seus alegados raptores conseguiu fugir para fora de Portugal.

O coordenador da Policia Judiciária, Ricardo Silva, confirmou que o cadáver do empresário de 78 anos foi encontrado na noite de sábado no fundo dum poço no sítio da Achadinha, na freguesia da Camacha, concelho de Santa Cruz.

Na sequência da investigação, foi detido no Funchal um estrangeiro de 35 anos, sem antecedentes criminais, que depois de ser ouvido pelas autoridades judiciárias de turno, o tribunal de S.Vicente, ficou em prisão preventiva.

Um outro suspeito, natural da Madeira, de 35 anos, foi referenciado pela PJ mas conseguiu fugir da região.

"A PJ accionou os mecanismos de cooperação internacional visando a detenção e extradição deste indivíduo", adiantou o responsável policial.

Ricardo Silva referiu que os elementos recolhidos permitem aferir que o empresário "terá sido atraído à Madeira para uma armadilha, tendo em vista o seu rapto e pedido de resgate, que não veio a ser pago".

Admitiu que o corpo do empresário apresenta "ligeiros indícios de alguma violência física", mas a causa da morte só poderá ser determinada em sede de autópsia.

O coordenador da PJ salienta que esta é uma ocorrência rara na região, "o que não significa que a insegurança tenha aumentado na Madeira, porque a PJ tem conseguido responder de forma eficaz nas diversas situações, o que permite ao cidadão no arquipélago estar mais descansado".

Apesar deste caso ter tido um desfecho menos feliz, a PJ conseguiu chegar aos raptores em cerca de 40 horas, mencionou.

O empresário Guilherme Alves de 78 anos, proprietário da bomba de gasolina do centro da cidade do Porto Santo, além de outros interesses no ramo da construção civil e extracção de inertes na ilha do Porto Santo, desapareceu na passada quinta-feira depois de se deslocar à Madeira para uma reunião de negócios.

Não regressou no voo das 20:00 como era esperado e a família recebeu um telefone pedindo um resgate de 500 mil euros, tendo contactado as autoridades policiais.

O seu cadáver foi encontrado na noite de sábado num fundo de um poço na ilha da Madeira.


JN

Casamento protege homicida de empresário madeirense

José Martins, que raptou e assassinou o empresário madeirense Guilherme Bernardino Alves, apanhando o primeiro voo para o Brasil logo após o crime, na madrugada de sexta-feira, pode já estar a salvo da Justiça portuguesa. É casado com uma brasileira – e, mesmo que um dia seja apanhado naquele país, a dupla nacionalidade faz com que não possa ser extraditado.
CM

Raptores tinham lista de vítimas

José Gabriel Líbano Martins – suspeito de ser o mandante e um dos autores materiais do rapto e homicídio do empresário madeirense Guilherme Bernardino Alves – tinha uma lista de alvos a sequestrar: as pessoas e entidades que o empresário da construção civil considerava responsáveis pela falência da Sociedade de Construções Erucasa, Lda. E, em jeito de ameaça, publicou-a numa página do Hi5 na internet.


A lista de pessoas a raptar incluía, entre outros, engenheiros de quem José Martins se queixava numa questão de negócios e empreiteiros com quem contactou nos últimos anos. Há ainda referências a entidades como o Tribunal de Porto Santo e as Finanças da Madeira.

Em fuga no Brasil desde sexta-feira, José Martins é suspeito, não só de ter planeado o rapto e homicídio do antigo sócio, mas também de estar, desde Março, a recrutar homens para fazer o trabalho sujo. O CM apurou que o empresário chegou a ter três cúmplices, mas um deles foi alvo de uma tentativa de homicídio junto ao Cabo Girão no início de Maio por querer abandonar o grupo.

Um dos suspeitos desta tentativa de homicídio é o brasileiro detido pela PJ do Funchal poucas horas depois da morte de Guilherme Alves. Já ontem, a PJ deteve mais um brasileiro de 32 anos por ser considerado "co-autor dos crimes de rapto e homicídio".

ASSASSINADO COM EXTREMA VIOLÊNCIA

O corpo de Guilherme Alves, descoberto no fundo de um poço na freguesia da Camacha, na ilha da Madeira, já foi autopsiado pela delegação do Instituto de Medicina Legal do Funchal. A conclusão, apurou o CM, "é de que a morte foi indubitavelmente provocada, mas só os exames laboratoriais que serão feitos em Coimbra vão determinar se foi por afogamento ou pelas agressões infligidas". Apesar de os exames laboratoriais ainda não terem sido realizados, o corpo de Guilherme Alves já foi libertado. O funeral realiza-se hoje, às 16h00, no cemitério de Porto Santo.

CM