• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Polícia procura suspeito de ter ateado fogo com 5 vítimas

Amorte

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mai 27, 2007
Mensagens
7,461
Gostos Recebidos
0
Incêndio em prédio antigo e sobrelotado da Avenida Almirante Reis está a ser investigado para determinar a origem da ignição que provocou um morto e quatro feridos por inalação de fumo. Vizinhança desconfia de "fogo posto por vingança". Vereador Manuel de Brito diz que "aquilo era uma bomba"

"Há fortes suspeitas de crime" na origem do incêndio que deflagrou na noite de sexta-feira no segundo andar do número 112 da Avenida Almirante Reis, na zona de Arroios, em Lisboa, que causou um morto e quatro feridos, todos devido à inalação de fumos, soube o DN junto de fonte policial não oficial.

De facto, na sequência do incêndio, que obrigou à evacuação de todo o prédio e o deixou sem condições de segurança nem de habitabilidade (ver caixa), compareceram no local vários agentes das autoridades policiais, incluindo elementos de investigação da Polícia Judiciária, que procederam à recolha de vestígios que possam permitir identificar a origem da ignição que se tornou fatal para um morador de 81 anos, conhecido no local pela alcunha "O Major".

Junto de moradores na zona, o DN soube que o segundo andar, onde deflagrou o fogo, "estava ocupado por vários homens com problemas de alcoolismo, doenças mentais, depressões, alzheimer. Parece que ali não havia ninguém em estado normal". Só num pequeno quarto viviam quatro pessoas, divididas por dois beliches, havendo casos semelhantes de sobrelotação nos restantes quartos.

O mesmo sucedia no primeiro andar, ocupado por "muitos brasileiros e africanos. Parece que havia ali muitos casos de aluguer e de subaluguer, chegando a viver seis e sete pessoas no mesmo quarto", denunciou um vizinho.

Outro residente lembrou que, "por vezes, ficavam sem electricidade por não pagarem a conta. Depois acendiam velas em casa para terem luz. Aquilo era um perigo".

Uma vizinha acrescentou que "o maior problema eram as pessoas que andavam constantemente a entrar e a sair daquele prédio. Muitos deles drogados, com muito mau aspecto". No local, as pessoas falam de "fogo posto, por causa de alguma vingança".

Quanto aos residentes no segundo andar onde tudo começou, Emília Castelo, dos serviços de Protecção Civil de Lisboa, revelou serem pessoas que aí viviam em regime de pensão, com apoio da Santa Casa da Misericórdia.

Uma vizinha contou ao DN que nesse segundo andar vivia um homem que "andava quase sempre bêbedo e dizia, alto e bom som, que estava farto de tudo e um dia deitava fogo àquilo. Agora só falta saber se foi mesmo ele".

A chamada de socorro foi recebida no Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) às 23.57 de sexta-feira, mas a essa hora "já isto estava cheio de fumo", relatou ao DN a inquilina do quarto andar, Maria Rosário Santos.

"O marido da vizinha do segundo andar é que se pôs a gritar que havia fogo, porque eu e o meu marido estávamos a ver televisão e não tínhamos dado por nada. Ainda pus uma toalha molhada na cara para tentar descer a escada e fugir. Mas não consegui, porque o fumo era muito. Tivemos de sair pela janela e descer pela escada do carro dos bombeiros", lembrou. Ela e o marido foram assistidos no Hospital de S. José, tal como outras duas pessoas do segundo andar, devido à inalação de fumo.

Quando foi encontrado pelos bombeiros, "O Major" estava "todo encolhido, escondido a um canto do quarto onde vivia", revelou um vizinho. Não resistiu à excessiva inalação de fumo e morreu.

Para o local seguiram oito viaturas e 30 bombeiros do RSBL, que circunscreveram o incêndio às 00.25 de ontem e o extinguiram às 00.50. "Contaram-se 16 desalojados, que foram encaminhados pela protecção civil municipal", declarou ao DN fonte oficial dos Sapadores Bombeiros.
DN
 
Topo