ESA dá primeiro passo para o estudode um módulo que reentre na atmosfera, mas que só será tripulado em 2025.
Aprovado em conferência ministerial em Dezembro do ano passado, o projecto europeu de construção do Advanced Reentry Vehicle (ARV) deu este mês um novo e importante passo, com a celebração do contrato de desenvolvimento entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a divisão Astrium da EADS, líder da indústria especial europeia. Ao avançar com o projecto de uma nave espacial tripulada, a Europa pretende dar um claro sinal de empenho do Velho Mundo na aventura global da conquista do espaço.
Uma vez pronto - as previsões apontam para que o primeiro voo não tripulado tenha lugar em 2016 -, o ARV dará à ESA a capacidade de levar a cabo missões espaciais tripuladas na totalidade da duração destas, do lançamento à aterragem, sendo que a Estação Espacial Internacional (ISS) será o primeiro destino.
O ARV será concebido tendo por base o ATV (Veículo de Transferência Automatizada), que já demonstrou as suas capacidades no abastecimento logístico da Estação Espacial Internacional, bem como nas tecnologias de reentrada na atmosfera já testadas com o "Atmospheric Reentry Demonstrator". Para a EADS Astrium, estão já desenvolvidas as competências "que abrirão caminho para o desenvolvimento de um transporte de carga que regresse à Terra". Porém, a possibilidade de fazer voos europeus tripulados está prevista apenas para 2025. "Estamos a construir a nossa base tecnológica e a dar passos para posicionar a Europa num papel mais importante neste campo estratégico, nivelando a nossa base industrial e estimulando os recursos humanos altamente qualificados que nela trabalham. Esta será uma viagem muito compensadora para a Europa", diz Simonetta Di Pippo, directora do departamento de voos espaciais tripulados da ESA.
O programa de estudos para desenvolvimento do ARV está orçado em 21 milhões de euros. Lançado com o auxílio de foguetões Ariane 5, o novo veículo terá uma secção frontal concebida para regressar à terra, transportando equipamentos que poderão ser reutilizados (o ATV desintegra-se ao reentrar na atmosfera), sendo depois desenvolvida no sentido de transportar uma tripulação.
Aparentemente tardio, este passo é necessário, atendendo a que, em 2010, a NASA (agência norte-americana) desactivará a frota de vaivéns espaciais, momento a partir do qual a única opção de transporte de astronautas para a ISS serão as cápsulas russas Soyuz. Há, portanto, uma evidente componente política no arranque deste projecto europeu, atendendo a que, sendo a Rússia um dos parceiros da Estação Espacial Internacional, não interessará aos restantes parceiros, apesar da natureza pacífica do consórcio, deixar tudo nas mãos de Moscovo.
JN
Aprovado em conferência ministerial em Dezembro do ano passado, o projecto europeu de construção do Advanced Reentry Vehicle (ARV) deu este mês um novo e importante passo, com a celebração do contrato de desenvolvimento entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a divisão Astrium da EADS, líder da indústria especial europeia. Ao avançar com o projecto de uma nave espacial tripulada, a Europa pretende dar um claro sinal de empenho do Velho Mundo na aventura global da conquista do espaço.
Uma vez pronto - as previsões apontam para que o primeiro voo não tripulado tenha lugar em 2016 -, o ARV dará à ESA a capacidade de levar a cabo missões espaciais tripuladas na totalidade da duração destas, do lançamento à aterragem, sendo que a Estação Espacial Internacional (ISS) será o primeiro destino.
O ARV será concebido tendo por base o ATV (Veículo de Transferência Automatizada), que já demonstrou as suas capacidades no abastecimento logístico da Estação Espacial Internacional, bem como nas tecnologias de reentrada na atmosfera já testadas com o "Atmospheric Reentry Demonstrator". Para a EADS Astrium, estão já desenvolvidas as competências "que abrirão caminho para o desenvolvimento de um transporte de carga que regresse à Terra". Porém, a possibilidade de fazer voos europeus tripulados está prevista apenas para 2025. "Estamos a construir a nossa base tecnológica e a dar passos para posicionar a Europa num papel mais importante neste campo estratégico, nivelando a nossa base industrial e estimulando os recursos humanos altamente qualificados que nela trabalham. Esta será uma viagem muito compensadora para a Europa", diz Simonetta Di Pippo, directora do departamento de voos espaciais tripulados da ESA.
O programa de estudos para desenvolvimento do ARV está orçado em 21 milhões de euros. Lançado com o auxílio de foguetões Ariane 5, o novo veículo terá uma secção frontal concebida para regressar à terra, transportando equipamentos que poderão ser reutilizados (o ATV desintegra-se ao reentrar na atmosfera), sendo depois desenvolvida no sentido de transportar uma tripulação.
Aparentemente tardio, este passo é necessário, atendendo a que, em 2010, a NASA (agência norte-americana) desactivará a frota de vaivéns espaciais, momento a partir do qual a única opção de transporte de astronautas para a ISS serão as cápsulas russas Soyuz. Há, portanto, uma evidente componente política no arranque deste projecto europeu, atendendo a que, sendo a Rússia um dos parceiros da Estação Espacial Internacional, não interessará aos restantes parceiros, apesar da natureza pacífica do consórcio, deixar tudo nas mãos de Moscovo.
JN