Mulher pedia dinheiro e prometia juros altos. Polícia desconhece paradeiro da "banqueira".
Recebeu dinheiro de uns, acenando altos juros, para poder emprestar a outros. Um esquema financeiro montado por mais uma "Dona Branca", de quem se desconhece o paradeiro, e que atingiu centenas de pessoas em todo o país.
A necessitar urgentemente de 30 mil euros e com as entidades bancárias a barrarem o acesso ao crédito, Vítor Adelino acabou por rumar, de Foz Côa, ao Centro Comercial Sommer, em Almada, onde sabia da existência de A. Caetano e Silva. Ali, em Março de 2009, encontrou uma espécie de 'Dona Branca' da margem Sul do Tejo disponível para lhe emprestar tal quantia. Em troco, a 'banqueira' exigiu-lhe não só juros elevados, como ainda várias centenas de euros para a abertura de um processo.
Ora, o procedimento nunca chegou a ser concluído e Vítor Adelino viu-se sem o empréstimo, perdeu o dinheiro que lhe foi exigido para os formalismos e ainda conta com letras em branco nas mãos da alegada benfeitora, que a qualquer momento podem ser accionadas e levá-lo a ficar sem a sua casa.
Na verdade, a vítima não foi a única a ser alvo destas acções de usura, já que A. Caetano e Silva aguarda o julgamento em quatro processos, nos quais está acusada pelos crimes de burla e falsificação de documentos, e conta também com dezenas de queixas contra si nas autoridades da região. A mulher tem angariadores por todo o país.
"Cheguei até ela através de um casal, que tem um negócio semelhante na Estrada de Benfica [Lisboa]. Só para abrir um processo pediu-me 950 euros. Garantiu-me que sem esse valor o empréstimo não estava assegurado", explicou, ao JN, Vítor Adelino, que chegou a entregar 300 euros em numerário. "Recebi depois, passados uns dias, uma chamada de alguém que falava castelhano a indicar-me que o dinheiro já estava disponível. Mas nunca vi a cor desse valor e ela desapareceu".
Para obter uma reacção a estas acusações, o JN contactou A. Caetano e Silva, através dos três números de telemóvel de que dispõe, mas sem sucesso. Ainda assim, um dos equipamentos acabou por ser atendido por um homem, que se identificou como sendo o seu ex-companheiro.
Através deste, tentou marcar-se então uma reunião nos escritórios do Centro Comercial Sommer, com o objectivo de perceber como funcionava o negócio. Mas chegado ao local, o JN foi confrontado com várias pessoas que tinham escolhido a mesma tarde para reclamar dos prejuízos que, alegadamente, a 'banqueira' lhes provocou.
"Convenceu-me a assinar um reconhecimento de dívida e uma letra em branco, que lhe dá possibilidade de me executar os bens. E não sei dela. Mudou os números de contacto. Disseram-me na PSP que ela perdeu a dimensão ao negócio", adiantou um dos clientes, sob anonimato.
A agência de depósitos e empréstimos, localizada no espaço 12, no primeiro andar daquelas galerias comerciais, encontra-se fechada e sem qualquer indicação do paradeiro da proprietária. Segundo a funcionária de uma das lojas vizinhas, há dois meses que A. Caetano e Silva se desloca pontualmente ao centro. "Quando começaram a aparecer pessoas a exigir a devolução do dinheiro que lhe entregaram, deixou de aparecer com tanta frequência. Ainda no outro dia esteve aí um casal, a chorar, queixando-se que perdeu tudo", explicou.
JN
Recebeu dinheiro de uns, acenando altos juros, para poder emprestar a outros. Um esquema financeiro montado por mais uma "Dona Branca", de quem se desconhece o paradeiro, e que atingiu centenas de pessoas em todo o país.
A necessitar urgentemente de 30 mil euros e com as entidades bancárias a barrarem o acesso ao crédito, Vítor Adelino acabou por rumar, de Foz Côa, ao Centro Comercial Sommer, em Almada, onde sabia da existência de A. Caetano e Silva. Ali, em Março de 2009, encontrou uma espécie de 'Dona Branca' da margem Sul do Tejo disponível para lhe emprestar tal quantia. Em troco, a 'banqueira' exigiu-lhe não só juros elevados, como ainda várias centenas de euros para a abertura de um processo.
Ora, o procedimento nunca chegou a ser concluído e Vítor Adelino viu-se sem o empréstimo, perdeu o dinheiro que lhe foi exigido para os formalismos e ainda conta com letras em branco nas mãos da alegada benfeitora, que a qualquer momento podem ser accionadas e levá-lo a ficar sem a sua casa.
Na verdade, a vítima não foi a única a ser alvo destas acções de usura, já que A. Caetano e Silva aguarda o julgamento em quatro processos, nos quais está acusada pelos crimes de burla e falsificação de documentos, e conta também com dezenas de queixas contra si nas autoridades da região. A mulher tem angariadores por todo o país.
"Cheguei até ela através de um casal, que tem um negócio semelhante na Estrada de Benfica [Lisboa]. Só para abrir um processo pediu-me 950 euros. Garantiu-me que sem esse valor o empréstimo não estava assegurado", explicou, ao JN, Vítor Adelino, que chegou a entregar 300 euros em numerário. "Recebi depois, passados uns dias, uma chamada de alguém que falava castelhano a indicar-me que o dinheiro já estava disponível. Mas nunca vi a cor desse valor e ela desapareceu".
Para obter uma reacção a estas acusações, o JN contactou A. Caetano e Silva, através dos três números de telemóvel de que dispõe, mas sem sucesso. Ainda assim, um dos equipamentos acabou por ser atendido por um homem, que se identificou como sendo o seu ex-companheiro.
Através deste, tentou marcar-se então uma reunião nos escritórios do Centro Comercial Sommer, com o objectivo de perceber como funcionava o negócio. Mas chegado ao local, o JN foi confrontado com várias pessoas que tinham escolhido a mesma tarde para reclamar dos prejuízos que, alegadamente, a 'banqueira' lhes provocou.
"Convenceu-me a assinar um reconhecimento de dívida e uma letra em branco, que lhe dá possibilidade de me executar os bens. E não sei dela. Mudou os números de contacto. Disseram-me na PSP que ela perdeu a dimensão ao negócio", adiantou um dos clientes, sob anonimato.
A agência de depósitos e empréstimos, localizada no espaço 12, no primeiro andar daquelas galerias comerciais, encontra-se fechada e sem qualquer indicação do paradeiro da proprietária. Segundo a funcionária de uma das lojas vizinhas, há dois meses que A. Caetano e Silva se desloca pontualmente ao centro. "Quando começaram a aparecer pessoas a exigir a devolução do dinheiro que lhe entregaram, deixou de aparecer com tanta frequência. Ainda no outro dia esteve aí um casal, a chorar, queixando-se que perdeu tudo", explicou.
JN