• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Esquema à 'Dona Branca' faz centenas de vítimas

NFS

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mar 7, 2009
Mensagens
1,101
Gostos Recebidos
0
Mulher pedia dinheiro e prometia juros altos. Polícia desconhece paradeiro da "banqueira".

Recebeu dinheiro de uns, acenando altos juros, para poder emprestar a outros. Um esquema financeiro montado por mais uma "Dona Branca", de quem se desconhece o paradeiro, e que atingiu centenas de pessoas em todo o país.

A necessitar urgentemente de 30 mil euros e com as entidades bancárias a barrarem o acesso ao crédito, Vítor Adelino acabou por rumar, de Foz Côa, ao Centro Comercial Sommer, em Almada, onde sabia da existência de A. Caetano e Silva. Ali, em Março de 2009, encontrou uma espécie de 'Dona Branca' da margem Sul do Tejo disponível para lhe emprestar tal quantia. Em troco, a 'banqueira' exigiu-lhe não só juros elevados, como ainda várias centenas de euros para a abertura de um processo.

Ora, o procedimento nunca chegou a ser concluído e Vítor Adelino viu-se sem o empréstimo, perdeu o dinheiro que lhe foi exigido para os formalismos e ainda conta com letras em branco nas mãos da alegada benfeitora, que a qualquer momento podem ser accionadas e levá-lo a ficar sem a sua casa.

Na verdade, a vítima não foi a única a ser alvo destas acções de usura, já que A. Caetano e Silva aguarda o julgamento em quatro processos, nos quais está acusada pelos crimes de burla e falsificação de documentos, e conta também com dezenas de queixas contra si nas autoridades da região. A mulher tem angariadores por todo o país.

"Cheguei até ela através de um casal, que tem um negócio semelhante na Estrada de Benfica [Lisboa]. Só para abrir um processo pediu-me 950 euros. Garantiu-me que sem esse valor o empréstimo não estava assegurado", explicou, ao JN, Vítor Adelino, que chegou a entregar 300 euros em numerário. "Recebi depois, passados uns dias, uma chamada de alguém que falava castelhano a indicar-me que o dinheiro já estava disponível. Mas nunca vi a cor desse valor e ela desapareceu".

Para obter uma reacção a estas acusações, o JN contactou A. Caetano e Silva, através dos três números de telemóvel de que dispõe, mas sem sucesso. Ainda assim, um dos equipamentos acabou por ser atendido por um homem, que se identificou como sendo o seu ex-companheiro.

Através deste, tentou marcar-se então uma reunião nos escritórios do Centro Comercial Sommer, com o objectivo de perceber como funcionava o negócio. Mas chegado ao local, o JN foi confrontado com várias pessoas que tinham escolhido a mesma tarde para reclamar dos prejuízos que, alegadamente, a 'banqueira' lhes provocou.

"Convenceu-me a assinar um reconhecimento de dívida e uma letra em branco, que lhe dá possibilidade de me executar os bens. E não sei dela. Mudou os números de contacto. Disseram-me na PSP que ela perdeu a dimensão ao negócio", adiantou um dos clientes, sob anonimato.

A agência de depósitos e empréstimos, localizada no espaço 12, no primeiro andar daquelas galerias comerciais, encontra-se fechada e sem qualquer indicação do paradeiro da proprietária. Segundo a funcionária de uma das lojas vizinhas, há dois meses que A. Caetano e Silva se desloca pontualmente ao centro. "Quando começaram a aparecer pessoas a exigir a devolução do dinheiro que lhe entregaram, deixou de aparecer com tanta frequência. Ainda no outro dia esteve aí um casal, a chorar, queixando-se que perdeu tudo", explicou.

JN
 

Hdi

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 10, 2007
Mensagens
3,920
Gostos Recebidos
0
"Dona Branca" de Almada garante que não lesou qualquer cliente

Uma mulher investigada pela PSP por suspeita de crimes de burla num esquema semelhante ao da "Dona Branca" rejeitou hoje as acusações, garantindo que nunca lesou qualquer cliente.

Encontrada pela Lusa no seu escritório no centro comercial Sommer, em Almada, Aurora Silva contou à Lusa que se instalou ali há cerca de um ano. O escritório está identificado com o nome A.Silva e na placa pode ler-se "Prestação de serviços. Mediação financeira. Consultadoria".

Questionada pela Lusa sobre as notícias do seu alegado envolvimento num esquema financeiro que, segundo a imprensa, terá lesado centenas de clientes numa verba que atingirá os 10 milhões de euros, Aurora Silva garantiu: "não lesei nenhum cliente".

"Muitas vezes a lesada sou eu. É muito frequente que as pessoas me paguem com cheques sem cobertura", disse.

Garantiu que está legal perante as Finanças e passa recibos, reiterando a sua inocência. "Os meus clientes directos sabem onde eu moro. Podem dirigir-se a minha casa e são sempre recebidos. Quando recorrem a nós, as pessoas já têm a corda no pescoço", disse, justificando que alguns clientes possam regir mal perante o preço dos serviços prestados.

"É preciso compreender que eu não trabalho de graça. Estou aqui para ajudar as pessoas, mas não trabalho de graça", afirmou.

Aurora Silva rejeitou as acusações divulgadas na imprensa: "Tendo alguma coisa a esconder, não teria aberto a porta para falar com jornalistas". Acrescentou ter chamado ao escritório a TVI para exigir um desmentido da reportagem divulgada segunda-feira.

Diz que devido à divulgação das notícias foi ameaçada por um cliente que se dirigiu a sua casa armado e exigiu a devolução do dinheiro.

Afirmando não ter lido as notícias - "Foram-me comunicadas pelo meu advogado e por amigos" - afirmou que as queixas apresentadas na PSP de Almada não têm a ver com o trabalho em Consultadoria: "são questões a nível pessoal".

Reconheceu que houve uma altura em que não atendia o telefone, mas justificou estar a atravessar um momento difícil após ter perdido o marido em Abril, pelo que estava sob forte medicação. Mas nega que não atenda agora.

Acrescentou que não houve qualquer manifestação à porta do escritório, uma vez que, apesar de estar ausente por luto até Agosto, tem amigos que têm atendido os clientes.

Fonte policial disse segunda-feira à Lusa que a mulher, indiciada de quatro crimes de burla e falsificação de documentos, "foi interrogada pela PSP há cerca de três semanas".

"As quatro queixas apresentadas são referentes a ocorrências do início do ano", adiantou à Agência Lusa a fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Almada, sublinhando que "pode haver mais lesados".

Jornal de Negócios
 

Amorte

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mai 27, 2007
Mensagens
7,461
Gostos Recebidos
0
“As pessoas choravam de tanto desespero”

Uma vida dedicada a enganar pessoas. Este parece ter sido o percurso de Aurora Caetano e Silva, nascida em Cedofeita, no Porto, há 46 anos, e agora conhecida como a nova ‘Dona Branca’, radicada em Almada. Prometeu emprestar dinheiro a centenas de pessoas com a ‘corda na garganta’ e a juros baixos, em todo o País – mas era afinal o engodo perfeito para ficar com 950 euros pedidos a clientes para lhes abrir o processo.


O que prometia ser a salvação dos clientes, acabou por se tornar no maior pesadelo de centenas de pessoas de Norte a Sul – em todo o lado onde Aurora abriu escritórios temporários e empregou angariadores. "Ela já não vem aqui há muito tempo, mas, no início do ano, lembro-me de as pessoas se acumularem aqui a reclamar o dinheiro. Choravam de tanto desespero", diz ao CM uma lojista do Centro Comercial Sommer, em Almada, onde a burlona tem escritório.

Há três semanas, foi ouvida pela PSP de Almada, pela recente apresentação de quatro queixas relativas ao início do ano – burla e falsificação de documentos que, no total, ascendem a cerca de cinco mil euros –, mas as vigarices de Aurora Silva têm anos. As polícias tentam agora apurar a dimensão das burlas, que podem superar os cem mil euros, com mais de cem vítimas.

Só no Tribunal de Almada já respondeu pelo menos por dois crimes, um de emissão de cheque sem provisão, a Janeiro de 1997, e outro por falsificação de documentos, a 21 de Setembro de 1999. Apesar de as vítimas desconhecerem o paradeiro da burlona, a renda do escritório é paga. Mas o local está vazio.

MULHER DISCRETA E DE POUCAS FALAS

A ‘banqueira’ tenta passar o mais despercebida possível no negócio. No Centro Comercial Sommer, onde tem o escritório montado há cerca de um ano, pouco se sabe dela. "Andava sempre com a cabeça em baixo, parecia que não queria ser vista. E depois passava por nós e nem os bons-dias ou boas-tardes. Acho que nunca a ouvi falar", conta ao CM a funcionária de uma loja. "Ela já não aparece aí há algum tempo. De vez em quando vem cá um rapaz, mas só cá está cinco minutos. Talvez para buscar correio."

BURLONA SEMPRE A MUDAR DE CASA

Além de discreta, Aurora Caetano e Silva está sempre em diferentes sítios. Natural do Porto, escolheu a zona de Almada para viver. Já foi casada, tem dois filhos e, durante algum tempo, viveu com a mãe na zona da Trafaria, na Costa de Caparica. Mudou-se então para a área de Cacilhas, Almada, a poucas centenas de metros do escritório no Centro Comercial Sommer. Neste momento, desconhece-se a actual morada da burlona.

PORMENORES

CONDENADA

No processo da emissão de um cheque sem provisão, em 1997, a burlona ficou com Termo de Identidade e Residência por despacho de Março 2007.

CAMALEÓNICA

Talvez de modo a não ser reconhecida facilmente, Aurora tem por hábito mudar de aparência. "Ela estava sempre a mudar a cor do cabelo", disse ao CM uma ex-vizinha.

ANGARIADORES

Segundo consta, a ‘banqueira’ tinha vários angariadores espalhados pelo País. Suspeita-se de que sobre si recaiam muitas outras burlas.

CM
 
Topo