• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Banhos proibidos não afastam gente da praia

Amorte

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mai 27, 2007
Mensagens
7,461
Gostos Recebidos
0
Há quem fique indiferente a perigos para a saúde em Árvore, Vila do Conde.

A praia de Árvore, a pior do país segundo a Quercus, foi interdita pelo quinto ano consecutivo. Apesar disso, tem nadador-salvador e até placas a indicar a zona de banhos, onde centenas mergulham, indiferentes aos perigos para a saúde.

"Interdita? A sério?". A pergunta, feita com admiração por uma banhista, tem razão de ser. De facto, a praia tem todas as condições exigidas a uma qualquer concessão e, não fosse a bandeira vermelha (entendida por muitos, não como proibição, mas como resultado de um mar "mais revolto"), ninguém diria estar interdita. Na água, crianças e adultos vão a banhos, sem medo e alheios aos perigos. Há barracas, nadador-salvador, campo de voleibol, uma biblioteca de praia e até placas a indicar a zona de banhos, mas nenhuma a indicar a interdição.

Já por duas vezes a praia da Árvore, Vila do Conde, constou da lista da Quercus como a pior do país. Este ano arrancou, mais uma vez, a época balnear interdita a banhos e com a certeza de que a proibição não será levantada até ao final do Verão. O Centro Regional de Saúde Pública do Norte baseia-se em análises "más" à qualidade da água e, dada a proximidade da foz do rio Ave e movimentação de correntes, recusa levantar a interdição, enquanto não for resolvido o problema do tratamento de esgotos no concelho.

"A água da praia de Árvore tem um número de bactérias elevadas e, desde 2003, um longo historial de análises más. O perigo para a saúde é real. Sobretudo nos grupos de risco (crianças e idosos) pode resultar em infecções intestinais", explicou, ao JN, o delegado de Saúde de Vila do Conde, Rui Jorge Costa.

Mas quem lá vai habitualmente tem outra opinião. "Por acaso, não tomo banho, mas, sinceramente, não entendo porque é que aqui não se pode, mas a 300 metros, em Azurara, e, mais à frente, em Mindelo, já se pode", afirma António Caldeira, que, sentado na areia, brinca com o neto de dois anos. Mora ali muito perto há 26 anos e garante que a praia "tem dias". "Quando a corrente está sul, significa que a poluição do rio está a ser levada toda para norte, para Vila do Conde".

Mais à frente, António Sousa, outro morador, partilha a ideia: "Nas Caxinas, junto ao molhe sul da Póvoa, há uma praia concessionada com o esgoto a sair ali à beirinha e ninguém fecha a praia".

António Caldeira admite que há alturas em que, de facto, a água "chega a cheirar muito mal", sobretudo em dias que "o mar está calmo", mas, nesta altura, com as correntes "de sul", a poluição do rio é lançada a norte.

As análises, explicou ao JN o vereador do Ambiente, Vítor Costa, parecem reforçar a opinião dos moradores. "Este ano, entre 8 de Junho e 12 de Junho, tivémos quatro análises aceitáveis e uma boa. Nenhuma má", afirmou o vereador, acrescentando que a Autarquia está, agora, a recolher elementos para que, no próximo ano, em que já estará em funcionamento a nova ETAR do Ave, a praia possa começar a época balnear sem restrições. "Achamos que, de facto, a interdição durante toda a época balnear não faz muito sentido", frisou.

Rui Jorge explica que a zona, já alvo de vários estudos, tem uma movimentação de correntes que a tornam fortemente influenciada pela poluição do Ave, ao contrário, por exemplo, da praia da Azurara, e aconselha os vila-condenses a acatarem a interdição, apesar do que possa, à primeira vez, parecer. Tal como a Câmara, o delegado de Saúde não tem dúvidas de que, com a entrada em funcionamento da ETAR, será possível voltar a banhos em Árvore.

JN
 
Topo