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Avião cai e mata quatro

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GF Ouro
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Já tinham percorrido quase mil quilómetros. Já só faltava um para atingir o destino final: a pista do aeródromo de Tit-Mellil, em Casablanca, Marrocos. No entanto, quis o destino que o avião DynAero MCR-4, que levava ontem a bordo quatro pessoas, caísse em terra por razões desconhecidas, colhendo a vida a três portugueses e um marroquino.


Rúben Alves, sócio da empresa de sistemas de alarmes Controlvídeo, ia a Marrocos em negócios. Apesar de também estar habilitado a pilotar aviões, levava consigo Tiago Casinhas, que recebera as asas em Março, na Academia Aeronáutica de Évora; bem como dois técnicos da sua empresa, um luso--francês e um marroquino.

Partiram os quatro de Santarém – no aeródromo onde o avião estava sediado – na tarde de domingo. Fizeram uma escala de algumas horas já em território marroquino, em Tânger, para reabastecimento, mas o pequeno DynAero MCR-4, considerado um dos topos de gama da marca, acabou por cair com a pista final já no horizonte.

Segundo os primeiros elementos do inquérito das autoridades daquele país africano, o piloto terá perdido o controlo da aeronave a cerca de um quilómetro.

Tanto Tiago Casinhas como Rúben Alves partilhavam o amor pela aviação. Ambos na casa dos 30 anos, Tiago estava prestes a mudar-se para o continente asiático para trabalhar numa companhia aérea como piloto comercial num Airbus A-320. O segundo, por seu lado, também era um apaixonado pelos aviões. A aeronave era propriedade da empresa que geria e costumava viajar nela de forma regular. Deixa mulher e dois filhos menores.

ENDIVIDA-SE PARA PAGAR CURSO

O amor pelos aviões era tão grande que Tiago Casinhas não hesitou na altura de se endividar para pagar o curso na Academia de Aeronáutica de Évora, onde recebeu as asas em Março passado. Há um mês qualificou-se, numa escola de Barcelona, para pilotar o Airbus A--320, tendo pago cerca de 40 mil euros. E, em breve, Tiago, da zona de Paço de Arcos, ia mudar-se para a Tailândia, onde iria ter um emprego de sonho: ser piloto da companhia low cost Air Asia. Na altura do acidente, estava a acumular horas de voo e experiência.

PORMENORES

AVIÃO RECENTE

O DynAero MCR-4 tinha cerca de um ano de existência e era movido por um motor Rotax de cem cavalos de potência. Tem um raio de acção médio de pouco mais de mil quilómetros.

CHOQUE

Tiago Casinhas era visto como uma pessoa afável e simpática por aqueles que com ele privaram na academia de Aeronáutica de Évora, onde tirou o curso. A bandeira foi ontem colocada a meia-haste.

EMBAIXADA

Segundo fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades, contactado ontem pela agência Lusa, "a Embaixada de Portugal em Rabat está a acompanhar a situação".

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“Custa acreditar na morte do meu filho”

Vou ali a Marrocos e já venho." Foi assim que Rúben Alves, 39 anos, se despediu dos seus funcionários, no domingo, antes de partir no avião monomotor de quatro lugares, que se despenhou no dia seguinte em Casablanca, causando a morte aos quatro ocupantes, três dos quais portugueses.


"Não sabemos o que se passou. A embaixada disse que houve uma comunicação com a torre de controlo, ouviu-se um ruído estranho no motor e uma explosão", disse ontem ao Correio da Manhã Adriano Alves, pai de Rúben. A viúva, Sara, que vivia com Rúben na zona do Bombarral, está em Marrocos para reconhecer o corpo e tratar da trasladação para Portugal.

Também no avião seguia Tiago Casinhas, 34 anos, que vivia em Évora. Foi contratado por Rúben Alves e contactou os pais pela última vez na véspera do acidente, por SMS. "Olá, correu tudo bem. Dormimos em Tânger por causa do pôr-do-Sol, não tivemos tempo de ir para Casablanca. Vamos de manhã. Beijinhos", lê-se no telemóvel de Otília Marques, mãe de Tiago, inconsolável com a tragédia.

"Eu e o meu marido íamos de férias e recebemos a informação quando estávamos num hipermercado a fazer compras. Custou muito a acreditar". A mãe, que vive em Paço de Arcos, Oeiras, apela à embaixada de Portugal em Marrocos para que o corpo do filho regresse a Portugal o mais rápido possível. "Sempre o ajudámos, demos-lhe dinheiro para tirar o curso. Nunca pensámos que terminasse assim."

A viagem a Marrocos devia-se aos negócios de Rúben Alves, proprietário da Controlvídeo, empresa de sistemas de videovigilância com sede no Bombarral. "A aviação era a paixão dele. Tinha o brevet há seis meses, mas já com muitas horas de voo e era habitual levar funcionários", diz um deles, Nuno Correia.

Além de Rúben e Tiago, seguiam no avião Yan Rochefort, luso-francês da Algarvolt, e o marroquino Medhti, contacto naquele país.

CM
 
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