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Violência xenófoba regressa à África do Sul

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Mai 27, 2007
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As autoridades sul-africanas encontram-se em estado de alerta, na sequência de ataques contra estabelecimentos comerciais de estrangeiros registados hoje, quarta-feira, e terça-feira em Balfour, província de Mpumalanga (leste).

Os ataques, que visaram pequenas lojas de comerciantes etíopes, paquistaneses e chineses, resultaram na fuga de uma centena de estrangeiros. O Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, já condenou os ataques, mas a situação continua tensa em várias zonas.

Mpumalanga situa-se a norte da província do KwaZulu-Natal e junto à fronteira da Suazilândia e de Moçambique.

Ao princípio do dia, vários grupos de vigilantes, que se afirmam descontentes pelo não cumprimento de promessas eleitorais por parte do partido no poder (Congresso Nacional Africano, ANC) continuavam a patrulhar Balfour e a localidade vizinha de Syathemba, enquanto um grupo de vereadores da província se reunia de emergência para fazer o ponto da situação e estudar formas de normalizar as áreas afectadas.

Residentes de Balfour e Syathemba assumiram publicamente que promoveram ataques contra estrangeiros, destruindo e saqueando muitos dos seus estabelecimentos, mas afirmaram que as suas acções se devem às péssimas condições de vida e à pressão dos estrangeiros sobre o mercado de trabalho.

"Somos africanos. Eles (as autoridades) deveriam forçar os estrangeiros a deixar o país. Estamos zangados porque o presidente da câmara não nos escuta", disse Velaphi Radebe, um residente de um bairro degradado de Balfour a uma estação de rádio local.

Um outro residente, que esteve alegadamente envolvido nos ataques contra cidadãos estrangeiros, disse à mesma estação que "as lojas dos estrangeiros foram incendiadas para chamar a atenção das autoridades".

Em várias outras zonas do país, em particular na província de Gauteng, vários protestos populares violentos contra a inércia das autoridades locais no combate à pobreza têm-se verificado nos últimos dias.

Em Thokoza, a cerca de 30 quilómetros de Joanesburgo, centenas de residentes das delapidadas estalagens para trabalhadores migrantes, que existem desde os tempos do "apartheid" e que albergam tradicionalmente mineiros de outras províncias, queimaram pneus e construíram barricadas em estradas de acesso à localidade nos últimos dois dias, forçando à intervenção de unidades anti-motim.

Nas imediações de Meyerton, no sul da cidade, onde residentes de bairros degradados da área bloquearam terça-feira e hoje a estrada R59 e alvejaram viaturas com pedras e outros projécteis, a situação é ainda tensa.

Mais de três dezenas de efectivos policiais estão ainda na zona, mantendo os manifestantes a uma distância prudente da R59.

Grupos de residentes insatisfeitos com as condições de vida nos seus bairros - muitos sem electricidade, nem água canalizada - continuem a ameaçar novos ataques contra os motoristas e bloqueio daquela importante via.

O presidente da Comissão Sul-Africana dos Direitos Humanos, Jody Kollapen, alertou para a possibilidade dos novos ataques xenófobos poderem agravar-se, como sucedeu no ano passado, quando por razões aparentemente idênticas, mais de 60 pessoas foram mortas por grupos de vigilantes que lançaram ataques contra moçambicanos, congoleses, malauianos e imigrantes de outras nacionalidades nos arredores de Joanesburgo.

"É minha forte convicção que a violência é o resultado de males sócio-económicos e da percepção entre muitos sul-africanos de que estão a ser marginalizados. Eles olham para os cidadãos estrangeiros como concorrentes desleais", disse Kolllapen.


JN
 
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