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Mãe e filha acusadas de burlar 105 juntas

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Mai 27, 2007
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Promessa de elaboração de DVD a troco de 2500 euros. Autarcas acreditaram que receberiam 50 euros por eleitor.

Com a promessa da edição de um DVD, mãe e filha burlaram mais de uma centena de juntas de freguesia do país em cerca de 50 mil euros. São acusadas, em co-autoria, de 105 crimes - 72 consumados e 33 na forma tentada.

Segundo a acusação do Ministério Público de Almodôvar, no Alentejo, as duas mulheres deslocavam-se às juntas para propor um negócio. Pediam informações sobre as freguesias e comprometiam-se a editar um DVD sobre as características das zonas. Em troca, as autarquias pagariam quantias que poderiam chegar aos 2500 euros. A mãe, de 42 anos, apresentava-se como historiadora e a filha, de 24, como advogada. "Falavam bem, tinham boa apresentação e pareciam sérias. Pediam um sinal, mas assinavam contrato", disse, ao JN, um dos autarcas lesados, recusando ser identificado.

O primeiro passo para o desmantelamento deste esquema foi dado em Março deste ano, quando as duas arguidas conseguiram marcar uma reunião na Junta de Freguesia de Santa Cruz, no concelho de Almodôvar.

Os 1500 euros pedidos para a elaboração do DVD eram apelativos, mas a contrapartida que anunciavam levantou suspeitas. As mulheres diziam que a autarquia iria receber 50 euros por cada cidadão inscrito nos cadernos eleitorais. Quantias que seriam pagas por "entidades oficiais".

Desconfiado, o presidente da junta contactou a GNR, que o aconselhou a marcar uma segunda reunião para o dia seguinte, 25 de Março. A mulher mais velha compareceu ao encontro e foi detida em flagrante, à porta da junta, depois de ter assinado o contrato fictício. Residente em Moita do Ribatejo, está desde então em prisão preventiva por decisão de um juiz de instrução. A filha só viria a ser detida a 14 de Maio e está em liberdade, mas sujeita a apresentações periódicas às autoridades.

A investigação, conduzida pela Directoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ), permitiu concluir que as mulheres burlaram 105 juntas de freguesia de vários distritos do país, a maioria no Alentejo e na Guarda.

As mulheres actuaram entre finais de 2006 e Março deste ano e tinham como alvo preferencial juntas de freguesia do interior do país. Fonte da PJ explicou, ao JN, que a queixa do autarca de Santa Cruz foi determinante para pôr fim ao esquema. "Há fortes suspeitas de que cometeram mais crimes e de que os lesados tenham decidido não participar às autoridades", acredita, sem duvidar que, a partir de agora, "vão surgir novas queixas".

JN
 
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