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Santa Maria: chamada anónima diz que houve sabotagem na substância injectada

J.O

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Jun 1, 2009
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No sábado passado foi recebido um telefonema anónimo no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que indicava que, juntamente com o fármaco Avastin que deveria ter sido injectado nos seis doentes operados há dez dias, foi colocada outra substância, tóxica para os olhos.

Essa, segundo a teoria avançada na chamada, teria sido a causa da perda de visão dos seis pacientes que continuam internados na unidade hospitalar.

Não se sabe se o telefonema foi realizado do interior ou do exterior do hospital e o assessor de imprensa do conselho de administração do Santa Maria, Pinto da Costa, recusou-se ontem a comentar o assunto.

O PÚBLICO sabe que este é um dos inúmeros elementos que a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) está a analisar, tentando perceber quem e com que objectivo fez a chamada, não estando excluída neste momento qualquer hipótese. Isso mesmo confirma o director do Serviço de Oftalmologia do Santa Maria, Monteiro Grilo. "O que foi injectado no dia 17 de Julho a seis doentes era Avastin que estava contaminado ou estava adulterado ou era outro medicamento", resume o médico.

Os especialistas colocaram de parte a hipótese de infecção, o que significa que o problema se centra no produto injectado nos olhos dos seis doentes - dois em ambos e quatro apenas num. Mas isso não basta para chegar a conclusões finais. Ainda há muitas possibilidades em aberto.

O mais provável é a troca de medicamentos, admitindo-se também que pode ter havido uma adulteração do Avastin, que pode ter estado exposto ao calor ou mal armazenado. Agora abre-se também a porta a uma possível mistura intencional com uma outra substância tóxica.

INML chamado a ajudar

As atenções da investigação centram-se agora na farmácia do Santa Maria, onde terão sido preparadas as oito seringas que seguiram através de uma manga esterilizada para o bloco operatório. Questionada há dias pelo PÚBLICO, a assessoria do Santa Maria recusa-se a dizer como são preparadas as injecções na farmácia.

Os inspectores da IGAS têm, contudo, passado o hospital a pente fino, recolhendo vários testemunhos e provas documentais, tendo pedido também a colaboração a várias entidades. O Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos está a colaborar na análise pericial, assim como o Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), que irá realizar exames toxicológicos para tentar descobrir a substância injectada nos olhos dos seis doentes.

Ontem, o director do serviço de Toxicologia da região sul do INML teve a primeira reunião sobre o caso, estando a ser avaliada a viabilidade das análises. Isto porque se pretende fazer recolhas no humor vítreo (líquido gelatinoso existente dentro dos olhos), mas já passaram dez dias da injecção. Além disso, muitos dos pacientes foram entretanto tratados com antibióticos e corticóides, não sendo claro se o efeito destas drogas não terá apagado o rasto da substância injectada a 17 de Julho.

Publico/Clix​
 
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