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Empresa portuguesa entre os proprietários de um satélite de observação da Terra

ecks1978

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Out 29, 2007
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Pela primeira vez, uma empresa portuguesa, incluída no grupo aeroespacial espanhol Deimos, vai lançar o seu próprio satélite de observação da Terra. O Deimos-1 parte às 19h45 de hoje (hora de Lisboa) do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, levado pelo foguetão Dnepr.

O grupo Deimos, de que faz parte a empresa portuguesa Deimos Engenharia, é o responsável pelo lançamento, operação e exploração dos dados obtidos pelo satélite. Quanto ao seu desenvolvimento, resultou de uma colaboração entre o grupo Deimos e a empresa britânica Surrey Satellite Technology Limited (SSTL), líder europeia na construção de pequenos satélites. O PoSat-1, o primeiro e único satélite português, para experimentar tecnologias, foi lançado em 1993 e construído ao abrigo de um protocolo de transferência de tecnologia entre a SSTL e um consórcio de universidades e empresas portuguesas; foi pago pelo Estado e pelas empresas envolvidas.

Semelhante a um cubo, o Deimos-1, que custou 30 milhões de euros, tem cerca de 100 quilos no total, e da sua carga fazem parte seis câmaras que vão voltar-se para a Terra e esquadrinhar o planeta na parte visível do espectro electromagnético (o mesmo que os nossos olhos vêem) e no infravermelho próximo. Com uma órbita circular e polar, andará a 686 quilómetros de altitude, varrendo uma ampla faixa da superfície terrestre (630 quilómetros) e completará 14 voltas ao planeta por dia.

A sua inovação face a outros satélites de observação da Terra reside na combinação de dois factores: uma resolução espacial alta, de apenas 20 metros, e o regresso, a cada três dias, ao mesmo local da Península Ibérica. Isto significa que consegue distinguir dois pontos afastados 20 metros e que, duas vezes por semana, repetirá imagens de um local de Portugal, incluindo a zona económica exclusiva, e Espanha. "Será a primeira vez que uma empresa portuguesa fornecerá este tipo de imagens do território português", frisa a física Elsa Alexandrino, da Deimos Engenharia.

O tipo de imagens a que física se refere tem a ver com a monitorização do ambiente e dos recursos naturais: por exemplo, detecção e seguimento de incêndios florestais e a elaboração rápida de um inventário das áreas queimadas; abate florestal; acompanhamento e evolução de cheias; monitorização de um derrame de petróleo na costa portuguesa; ou observação periódica da evolução das culturas agrícolas.

Os dados do Deimos-1 serão vendidos: o grupo comercializará imagens com diferentes níveis de processamento e os serviços baseados nessas imagens, por exemplo a comparação dos dados temporais de uma zona para detectar o abate de floresta.

Para processar, arquivar e distribuir os dados, será criado um centro na Universidade de Valladolid, a que se seguirão outros, incluindo Portugal.
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