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População mundial de 300 mil Bisbis concentrada nas florestas da Madeira

ecks1978

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A ilha da Madeira é todo o território mundial do pequeno e irrequieto Bisbi Regulus madeirensis, ave com um peso médio de seis gramas descoberta em 2007. Hoje, a Spea (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) revelou que existem cerca de 300 mil indivíduos nas florestas da ilha, de acordo com os resultados do primeiro estudo realizado sobre a espécie.

Tons de laranja, verde, cinzento, preto e branco pintam esta ave que, até 2007, era considerada a sub-espécie madeirense da estrelinha (Regulus ignicapilus), ave que ocorre em quase todo o continente europeu.

Mas um olhar mais atento e testes genéticos revelaram que, afinal, esta era uma espécie distinta, explicou Ana Isabel Fagundes, directora da Spea-Madeira, ao PÚBLICO. “Pensávamos que se tratava apenas de uma pequena variação. Mas depois foram descobertas diferenças significativas, nomeadamente nas vocalizações, no tamanho do bico e na coloração”, contou. Afinal de contas, o bico é ligeiramente mais comprido, a risca branca por cima do olho é mais curta e, contrariamente, às aves do continente europeu, a crista dos machos e das fêmeas é laranja (no continente a dos machos é laranja e a das fêmeas é amarela). Testes genéticos vieram confirmar as suspeitas e o Bisbi passou a ser uma espécie única no mundo. E a mais pequena da Madeira.

Hoje sabe-se que as 300 mil aves representam uma densidade geral de 6,9 indivíduos por hectare, estando os habitats preferidos entre os 400 e os 800 metros de altitude. “Esta ave vive na floresta Laurissilva, mas também em zonas de pinhal e de urzal”, acrescentou a bióloga, depois de um extenso trabalho de anilhagem.

“Esta é uma espécie estável, com um número de indivíduos bastante bom” e não se conhecem ameaças, notou Ana Isabel Fagundes. “Mas o que queremos é continuar a fazer censos sobre a espécie, pelo menos, de dois em dois anos para conhecermos a sua evolução”. Por enquanto, é uma espécie com estatuto de Pouco Preocupante.

O estudo sobre o Bisbi teve o apoio da Birdlife International, RSPB (Royal Society for the Protection of Birds) e da Universidade de Ciências Aplicadas Van Hall Larenstein (Holanda).

A Spea quer fazer estudos semelhantes para outras espécies da avifauna da Madeira, também pouco conhecidas. Para o ano, adiantou a responsável, está previsto um estudo sobre o Fura-bardos ou gavião, sub-espécie de ave de rapina que apenas existe na Madeira e nas Canárias. “Esta é uma ave muito esquiva, de voo muito rápido e difícil de observar”. A Spea já contactou os seus colegas nas Canárias para tentar estabelecer uma parceria para esta investigação.
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