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"Devia ser para to das as mães"

Amorte

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Carlota pensou em abortar quando descobriu que estava grávida. "Foi pânico", diz. Tinha 17 anos e a ideia da maternidade precoce assustou-a. Hoje, ao lado, tem o pequeno Carlos de dois meses. E a sorte de ter alguma protecção social como o subsídio social de maternidade, que dará "uma grande ajuda" enquanto estiver em casa a cuidar do seu bebé.

"O subsídio de maternidade devia ser para todas as mães. Imagine que eu não tinha isto". Carlota tem razão. Até há um ano só quem tinha carreira contributiva suficiente recebia o subsídio de maternidade. Hoje, uma mãe com dificuldade económicas aos olhos do Estado e com pouca ou nula carreira contributiva já o tem. Para Carlota faz a diferença.

"Neste momento, obviamente, não posso estudar ou trabalhar. Tenho que estar e cuidar do bebé, como é suposto fazer-se. Sem protecção social como seria? O meu marido paga ao meu pai 150 euros para a ajuda na prestação da casa e mais 120 para as compras do mês. Ao todo são 270 euros e o salário dele não chega a 500. O subsídio social de maternidade é imprescindível para as fraldas, para o leite, para produtos de higiene, para a roupa do bebé. Para tudo o que ele precisar. E até para guardar algum dinheiro", conta desembaraçada, acrescentando que "o grande objectivo é estudar e trabalhar assim que Carlos estiver um pouco maior e tiver ama".

O problema de Carlota é que conta apenas consigo. A mãe trabalha e não vive perto. O pai e a madrasta trabalham o dia inteiro, o marido idem, chegando tarde. "Toda a gente me diz para retomar os estudos que interrompi com a gravidez. Claro que quero estudar. Mas como vou conciliar estudos com o trabalho, se ninguém me der uma ajuda?", questiona esta adolescente para quem "está tudo a ser muito duro".

Carlota é uma menina de 17 anos. Tinha pensado em ser mãe um dia, mas não se imaginava mãe e casada tão cedo. "De repente, mudou mesmo tudo", alerta.

"Quando pensava em ser mãe, achava que pensava em tudo. Quando soube da gravidez, pensei mesmo em tudo. Entrei em pânico. As tarefas, o dinheiro, tudo. Quis abortar. E depois encontrei uma associação que me tirou isso da cabeça. Se aprendi muito sozinha? Que remédio...".

Carlota só tem a agradecer pelo subsídio social de maternidade. "O apoio que tenho não é muito. Com aquilo que temos que dar ao meu pai para ajudar, se não fosse o subsídio de maternidade como seria?"

O objectivo seguinte é começar a estudar e a trabalhar. "A escola e o trabalho fazem muita falta. Para não falar de outras coisas... Coisas que vão para além de fraldas... Uma pessoa em casa fica estúpida", termina, em jeito despachado enquanto abraça o bebé Carlos.

JN
 
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