• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Morte mal esclarecida de pregador nigeriano

Amorte

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mai 27, 2007
Mensagens
7,461
Gostos Recebidos
0
Exibido pelas autoridades nigerianas, o cadáver de Mohammed Yusuf, o pregador integrista por trás dos incidentes da última semana, levanta dúvidas: morreu num tiroteio, versão oficial, ou foi executado a sangue frio, versão dominante?

As circunstâncias, levantando dúvidas, acabam por deixar muitas certezas. Os jornalistas, incluindo correspondentes estrangeiros, receberam um aviso do Governo, dizendo que o pregador Mohammed Yusuf tinha sido detido. Três horas depois, ao comparecerem no sítio para o qual haviam sido convocados, ouviram tiros oriundos de parte indefinida, receberam depois a informação de que Yusuf tinha sido "executado", no quartel-general da Polícia. Ao chegarem aí, viram o corpo do líder islamista. Enquanto a Polícia garante que morreu no tiroteio, o comandante da operação contra aqueles a quem chamam "taliban" assegura que foi capturado vivo. As organizações humanitárias apontam o dedo à Polícia.

Parece realmente muito provável que os polícias, que haviam sido alvos dos violentos ataques dos jovens integristas islâmicos, não terão perdido muito tempo com a vingança. Todavia, polémicas à parte, o Governo, embora diga que não apoia execuções extra-judiciais, admite que a morte de Yusuf é "uma coisa boa para a Nigéria".

Os incidentes no Norte do país, recorde-se, causaram cerca de centena e meia de mortos, sendo desencadeados pelo Boko Haram, grupo de seguidores de Mohammed Yusuf, que pregava contra a ocidentalização do sistema educativo nigeriano, que, alegava, fazia perigar o ensino islâmico. Apesar de várias suposições, ligando este movimento fundamentalista à al-Qaeda magrebina ou aos taliban afegãos, as autoridades nigerianas descartaram sempre tal possibilidade, atendendo à natureza étnica que sempre enforma as tensões no país, cuja população se reparte equitativamente por cristãos e muçulmanos.

Embora a "sharia" - a mais restritiva lei islâmica - vigore em partes importantes da Nigéria, não é generalizada no país. É por essa generalização que se bate o referido grupo Boko Haram, cujo primeiro passo seria a deposição do Governo. Depois dos incidentes, o grupo estava acantonado na cidade de Maiduguri (Nordeste).

JN
 
Topo