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Acidente em França mata quatro portugueses

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GF Ouro
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Despiste, que terá sido causado pelo condutor português, vitimou ainda um cidadão holandês

Um acidente de viação em França, perto de Limoges, ao início da tarde de ontem, matou quatro portugueses e fez cinco feridos, três em estado grave, também de nacionalidade portuguesa. As vítimas residem todas em França. Veja imagens do local do acidente.


Entre os mortos, sabe-se que há três homens e uma mulher com idades entre os 63 e os 69 anos.

O acidente deu-se por volta das 12.45 horas locais (menos uma hora em Portugal) na auto-estrada 20, entre Bonnac-la-Côte e Beaune-les-Mines, em direcção a Limoges, e terá sido provocado pelo condutor - português - de um minibus Mercedes, que transportava duas famílias conterrâneas, residentes na periferia de Paris e que, supostamente, se dirigiam para Portugal.

Segundo as autoridades, "o acidente aconteceu quando o condutor português, no momento em que fazia uma ultrapassagem, perdeu o controlo da viatura, saiu da faixa de rodagem e foi embater em viaturas que circulavam na A20".

Segundo o JN apurou, tudo indica que o condutor do minibus, pertencente a uma empresa sediada no Sul de França, adormeceu ao volante no momento da ultrapassagem. Terminaria a marcha colidindo contra uma viatura Audi (no qual um ocupante ficou gravemente ferido).

Além dos quatro mortos portugueses, entre os quais, o condutor do minibus - que residia na região de Landes -, há a registar a morte de um holandês, condutor de um dos veículos contra os quais o minibus chocou. Os cinco mortos foram transportados para Bessines.

Os feridos foram transferidos para o Centro Hospitalar Universitário de Limoges. Fonte do hospital disse ao JN que pelo menos um ferido se encontra em estado grave. Entre os portugueses acidentados, há ainda um homem de 65 anos e uma mulher de 20, ambos com fracturas múltiplas, cujo estado não é considerado grave.

Na família holandesa, há a registar ainda três feridos, entre os quais, uma criança de seis anos, cujo estado é considerado grave.

A circulação foi restabelecida às 17 horas. Estiveram presentes cerca de 40 bombeiros, várias viaturas de emergência médica, bem como um helicóptero.

O caso está a ser acompanhado pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.
jn
 

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França: «Há 20 anos que fazia estas viagens»

O português que conduzia o mini-bus acidentado em França era motorista profissional e tinha uma empresa de transportes. «Há 20 anos que fazia estas viagens», afirma à Lusa referiu Francisco Baltazar, presidente da Junta da Freguesia de Alfaiates onde residia a vítima.

A mesma fonte garante que era «uma pessoa conceituada» na terra, daí que, com a sua morte, «toda a gente esteja transtornada». O autarca acrescentou ainda que alguns familiares se vão deslocar a França para tratarem do regresso do corpo para Portugal.

Recorde-se que o acidente aconteceu na auto-estrada A20, entre Paris e Province, na região de Limoges. Provocou quatro mortos e cinco feridos entre os passageiros do mini-bus e ainda a morte de um condutor holandês e ferimentos graves em três membros da sua família.

Os passageiros lusos dirigiam-se para as localidades de Gonçalo (Guarda) e Vale de Espinho (Sabugal). Pedro Pires, presidente da Junta de Freguesia de Gonçalo, explicou á Lusa que seis deles, incluindo uma das vítimas mortais (um homem), eram naturais da Freguesia (todos parentes) e se encontravam em França «há muito tempo».

Entretanto, o Governo Civil da Guarda disponibilizou ajuda aos familiares das vítimas. «O Governo Civil contactou as famílias no sentido de prestar toda a ajuda necessária», disse à agência Lusa a Governadora Civil da Guarda, Maria do Carmo Borges.

Nuno Cabeleira , vice-cônsul de Portugal em França, também informou este domingo que um dos feridos graves foi operado no Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Limoges, enquanto dois dos feridos ligeiros já tiveram alta.
TVI24
 

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Avaria e condução perigosa matam cinco

Horas antes do violento acidente que matou no sábado quatro emigrantes portugueses em França, a passageira mais nova do táxi de nove lugares mandou uma mensagem a um familiar que parecia estar a adivinhar a tragédia. "Vamos a uma velocidade louca, o homem parece que vai cansado e só vai a fazer asneiras", escreveu num SMS Melanie Pereira, de 19 anos, segundo disse ontem ao CM um familiar das vítimas.




Joaquim Vicente Alves, 63 anos, fazia o transporte de emigrantes 'há mais de vinte anos'. As pessoas que com ele viajaram várias vezes asseguram que 'era muito cuidadoso ao volante'. Mas nesta sua última corrida terá sido atraiçoado por uma avaria mecânica.

Tinha partido sábado de madrugada da zona de Paris com nove passageiros. Por voltas das 13h00, perto de Limoges, perdeu o controlo da viatura, invadiu a faixa contrária e foi embater nas viaturas que seguiam em sentido contrário.

O embate provocou-lhe a morte, assim como a José Marques, 65 anos, Ilídia Martins Gameiro, 65 anos, e a Manuel José Dias Martins, 69 anos. Os restantes cinco passageiros ficaram feridos, dois em estado grave. No acidente morreu também um cidadão holandês e três ficaram feridos. 'Foi uma tristeza que nos caiu em cima', lamentam os familiares das vítimas, em Gonçalo (Guarda) e Vale Espinho (Sabugal).

OS MORTOS

JOSÉ MARQUES

Natural da freguesia de Gonçalo, Guarda, estava reformado e vinha passar férias com a mulher, que ficou ferida.

ILÍDIA MARTINS GAMEIRO

Estava casada com Manuel José Dias Martins. O casal residia em Vale Espinho, Sabugal.

MANUEL JOSÉ D. MARTINS

Vinha com frequência a Portugal, com a mulher, para passar uns meses em Vale Espinho.

JOAQUIM VICENTE ALVES

Taxista de profissão, efectuava o transporte de emigrantes para França com regularidade.

PAGARAM 120 EUROS POR VIAGEM

O condutor do mini-bus, Joaquim Vicente Alves, era um dos sócios da empresa Sociedade Alves Vicente, especializada em transportes de passageiros entre Portugal e França. A empresa, que tinha como principais clientes os emigrantes, cobrava 120 euros por pessoa, por cada viagem. O veículo, de matrícula francesa era habitualmente conduzido por Joaquim, que fazia esta rota há mais de 20 anos.

'ÍAMOS RECUSAR CONTINUAR A NOSSA VIAGEM'

'Íamos parar na estação de serviço e recusar continuar a viagem. Mas não chegámos lá.' Foi ainda muito abalado e num cama do Hospital de Limoges que Raimundo Marques contou ontem ao CM o drama que viveu no acidente em França.

'Tínhamos feito 400 quilómetros quando mandei o condutor parar o bus porque havia um barulho estranho no motor. Ele tentou arranjar o radiador, mas pouco depois de arrancarmos ouvi um estrondo. Ele não conseguiu segurar o bus e passámos para a outra faixa', relatou ao CM Raimundo, que ficou ferido num braço e diz ter perdido 'muito sangue'.

A vítima diz que o veículo tinha tido um acidente há poucos dias e que não terá sido bem reparado.

CINCO DA MESMA FAMÍLIA NA CARRINHA

A família Marques, da freguesia de Gonçalo, foi a mais atingida pela tragédia. José Marques morreu, a mulher, Maria José Marques, ficou em estado grave e a neta, Melanie Pereira, sofreu ferimentos ligeiros. O irmão de Maria José, Raimundo Marques, de 70 anos, e a mulher, Natividade, de 67, sofreram ferimentos. Adília Marques, cunhada dos dois casais, também ficou ferida. O marido livrou-se do acidente porque tinha vindo dias antes com um familiar.

Adélia Dias Marques, sobrinha das vítimas, costumava acompanhar os familiares na viagem, mas desta vez atrasou-se a fazer a marcação e teve de arranjar uma alternativa com o marido porque a viatura estava cheia. 'Parece que foi Nosso Senhor que ajudou', desabafou Adélia ao CM.

FERIDOS: À ESPERA DE ALTA

Dois dos cinco feridos aguardavam ontem, à hora do fecho desta edição, receber alta do Hospital Universitário de Limoges. Familiares de Gonçalo estavam ansiosos.

CM
 

maioritelia

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Acidente/Bordéus: Nacionalidade da vítima mortal é para já desconhecida - Consulado

Lisboa, 04 Ago (Lusa) - O consulado português em Bordéus desconhece para já a nacionalidade da vítima mortal do acidente hoje de madrugada em Augnacq-et-Muret, na região de Landes, com um autocarro que transportava 53 pessoas, das quais 48 portugueses.

Fonte do consulado adiantou à agência Lusa que as autoridades estão a ser muito "prudentes" na identificação e divulgação da naturalidade das vítimas do acidente.

De acordo com a mesma fonte, o autocarro que seguia com três motoristas, transportava 53 passageiros, dos quais 48 eram portugueses, três franceses e dois alemães.
fonte:jn.
 

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Despiste fatal em Bordéus

Sono ou distracção do condutor: segundo a Polícia francesa estará aqui a causa do acidente com o autocarro que trazia emigrantes portugueses da Alemanha. Dos 52 ocupantes, uma mulher morreu e três ficaram hospitalizadas.

Uma portuguesa morreu e três ficaram gravemente feridas num acidente com um autocarro da companhia portuguesa Internorte, anteontem de madrugada, a cerca de 70 quilómetros de Bordéus, no sudoeste francês. O veículo fazia a ligação regular entre Estugarda, na Alemanha, e o Porto.

A mulher que faleceu, Maria Manuela Pinto, tinha 52 anos e residia em Almeida, distrito da Guarda (ver outro texto). As três feridas, que têm 23, 34 e 49 anos de idade, ficaram internadas nos hospitais de Bordéus e Arcachon, "livres de perigo", mas com mazelas de "alguma gravidade" - ferimentos nas pernas, braços e bacia, disse fonte hospitalar francesa citada pela agência AFP. Dos 52 ocupantes do veículo, só 19 ficaram com ferimentos ligeiros.

O autocarro, de marca MAN, pertencente à rodoviária Auto Mondinense, mas ao serviço da Internorte, fazia a ligação Estugarda-Porto, quando, perto das 3 horas, sem razão justificável, galgou o separador de segurança da estrada nacional RN 10, em Saugnacq-et-Muret, na região de Landes, e tombou sobre o lado direito, arrastando-se vários metros até se deter junto de um viaduto, do outro lado da pista. Nenhum outro veículo se envolveu.

A bordo seguiam 52 pessoas. Dessas, 46 são portuguesas, a maioria residente na Alemanha e que voltava a Portugal de férias, entre as quais sete crianças e 39 adultos, incluindo os três condutores do autocarro. Há três franceses e três alemães entre os restantes passageiros.

"A vítima mortal e as feridas graves seguiam na parte da frente do autocarro à hora do acidente [03.07 horas]", disse Renaud Benne, comandante da divisão rodoviária da região de Landres.

As causas do sinistro estão agora sob investigação das autoridades francesas, mas, segundo os primeiros inquéritos de "homicídio e lesões involuntárias", o limite de tempo de condução - quatro horas - foi respeitado e o teste de álcool do condutor deu resultado negativo. No entanto, o condutor ficou sob custódia policial, segundo a AFP, não tendo seguido para Portugal. As autoridades francesas apontam como causa provável "o sono ou uma distracção do condutor", mas o inquérito ainda está a decorrer.

"Não sabemos o que se passou", confessou ao JN Nuno Freitas, um dos três condutores profissionais que seguiam a bordo e que dormia na altura do acidente. "Perguntei-lhe o que tinha acontecido e ele não sabe dizer, não consegue explicar. Mas diz que não foi sono". Os responsáveis da Internorte esclarecem somente que "as causas estão por averiguar" e que o seguro já foi accionado. Jorge Póvoas, director financeiro da empresa sediada no Porto, refere que "o autocarro sinistrado tinha dois anos e observava todas as condições exigíveis por lei" - a análise ao tacógrafo digital, aparelho que regista tempos de condução, pausas e velocidades, é agora fundamental. A Auto Mondinense não prestou esclarecimentos.

A maioria dos passageiros já terá regressado a casa. Ontem, às 16.30 horas, um autocarro fretado pela Internorte deixou o local do acidente trazendo para Portugal 37 pessoas, incluindo dois dos condutores. A viagem em direcção ao Porto tinha paragens previstas em Vilar Formoso, Mangualde, Viseu, Abergaria e Lourosa, devendo ter chegado ao Porto às 4 horas. 11 pessoas, de três famílias, decidiram regressar pelos seus próprios meios.

jn
 

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Emigrantes portugueses do acidente em Bordéus já regressaram a casa. Cansados e abalados, confirmam hipótese da polícia francesa: “Causas? O motorista só pode ter adormecido”.


foto LEONEL DE CASTRO/JN
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Chegada de emigrantes ao Porto após acidente em França


Cansados, moídos, suados, com pensos e braços ao peito, claramente acidentados: já regressaram a Portugal 37 dos 49 emigrantes envolvidos no despiste de autocarro, terça-feira de madrugada, em Bordéus, no Sudoeste francês.

Eram 52 ocupantes, três franceses, três alemães, todos os outros emigrantes portugueses, mais os três condutores. A maioria chegou às 5.30h da manhã ao Porto, destino da viagem original que começou na segunda-feira em Estugarda, Alemanha, mas que foi interrompida quando o condutor perdeu a pista na estrada nacional francesa RN 10, ia a viagem a meio.

O acidente foi um susto com uma morte: o MAN da Mondinense, em serviço para a transportadora Internorte, correu as duas pistas da sua faixa, embateu de bico nos rails, galgou a protecção, entrou na estrada de esquina e tombou pesadamente sobre o lado direito, arrastando o metal e os vidros e o pânico por vários metros até parar perto de um viaduto do lado errado da estrada.

Um despiste solitário marcado em Saugnacq-et-Muret, a 70 km de Bordéus, com causa provável de sono, na suposição da polícia francesa, que está a investigar o caso. Uma mulher de 52 anos da vila de Almeida, Guarda, foi a única vítima mortal, mas três outras portuguesas (23, 34 e 49 anos) ficaram feridas com gravidade e permanecem internadas em França.

“Eu só quero esquecer, mas não posso”

Derreados, esgotados, insones, mas livres de perigo, os do Porto – são a maioria; outros foram ficando desde a fronteira, Vilar Formoso, Mangualde, Viseu, Albergaria, Lourosa – comoveram-se de novo depois do choque. Eram 5.30 horas da manhã quando desembarcaram do autocarro de resgate da Internorte para o largo escuro da Praça da Galiza, Porto, e desceram esmorecidos a apertada escada do veículo de transportes colectivos.

Durante uns minutos, pequenos e nervosos, pareciam perdidos, perplexos por chegar, uns choraram, houve abraços, muitas malas, sacos tirados de baixo, tensão, muitos táxis e saíram dali, do escuro, debaixo da pequena chusma dos focos da TV, cada um a caminho de casa.

A tese é comum para eles, os que vinham lá dentro: o motorista adormeceu. É o que diz Maria de Lurdes Nogueira, emigrada em Estugarda há nove anos. Conhece bem o trajecto que dura 30 horas. “Eu vi que o motorista vinha com sono. Vi. Vi a cabeça dele a pender, trepou as bermas duas vezes. À terceira não parou. E fomos todos com ele”.

Braço ligado, inchado, dorida, Maria de Lurdes deixa-se chorar: “Eu quero esquecer, só quero esquecer, mas não posso”. Pára, refaz-se, diz: “Eu vinha acordada, parece que já vinha a ver. Foi como uma explosão, foi assim, toda a gente a gritar, o autocarro a arrastar-nos a todos de lado, foi um susto no coração”. Ainda antes de tombar, Maria de Lurdes agarrou-se ao marido, José Fernando Castro Magalhães, que dormia no banco ao seu lado. “Durmo sempre, não sei o que é, tinha dado um filme, um Jackie Chan, gosto muito, depois dá-me sono, acordei com ela a gritar. Os vidros, os bancos, estava tudo virado, perdi tudo, ficou tudo no bus”, diz ele, é pintor, ela está nas limpezas, são da Póvoa, emigraram para ficar.

“Regressamos a Estugarda dia 24. Tem que ser, sim, tenho medo, mas o que é que podemos fazer, deixar de andar de autocarro para o resto da nossa vida?”, pergunta ele e responde: “Não, o perigo está onde estiver que estar, nada podemos fazer. E depois, a minha mulher ainda tem mais medo dos aviões”. Maria de Lurdes confirma, coça a cabeça. “Ainda tenho os cabelos cheios de vidro”.

“Não pode ser assim, são profissionais...”

“A causa? O motorista só pode ter adormecido”, diz quem sabe porque a ainda a semana passada andou lá dentro. É José Luís, é de Gaia, 54 anos, “sou operário de construção civil, vim de Reims, é na França, é a uma hora de Paris, cheguei já nesta sexta-feira”.

Veio buscar o António, um amigo, ele e o filho, chegaram com os outros cansados, estourados, não vão querer falar. “Fica a faltar a mulher dele, ela é uma das portuguesas feridas, sim houve três, mais a outra senhora que morreu. A mulher do meu amigo partiu a perna em dois sítios, sim, foi feio, ele está abalado, ela está no hospital de Bordéus, não a deixaram seguir, já me disse o António, está livre de perigo, mas são as férias estragadas, isso é o que é”, vê dali o José Luís, bigode igual ao do amigo, encostado ao carro, pronto para partir, o António já entrou, chorou como um homem quando tentou falar.

José Luís insiste, não se indigna mas também não está conformado: “O motorista adormeceu. De certeza. Não pode ser, são profissionais, levam a nossa vida nas mãos, não podem adormecer assim. Olhe, a minha viagem de sexta-feira correu toda bem, de Reims até aqui, mas quer saber uma coisa? Só vinham dois motoristas a bordo. Sim, dois, era a carreira da Internorte, e cada um deles fez muito mais do que as quatro horas máximas da lei, muito mais, eu estava lá, foi na sexta”.

A empresa não confirma, não fala dessa viagem, nem desta, muito menos a esta hora, passava uns minutos das 6.00h. “Os esclarecimentos são prestados pela Auto Mondinense, que é quem tem responsabilidade no autocarro. Nós não vamos comentar”, disse uma funcionária da Internorte ao JN.

Motoristas calados

Dos três motoristas portugueses, dois regressaram hoje, quarta-feira, no autocarro de resgate, mas não falaram com a Imprensa. O outro, que conduzia o MAN na madrugada do sinistro, permanece em França sob custódia policial - , ao abrigo dos inquéritos de “homicídio e lesões involuntárias” levantado pelo Ministério Público de Mont-de-Marsan.

Já prestou depoimento policial, foi ouvido pelo procurador local, o teste de alcoolemia deu negativo, a primeira impressão do tacógrafo, aparelho digital que regista a memória técnica da viagem do autocarro (tempos de percurso, paragens, velocidade), deu por cumpridas as quatro horas da lei.

As autoridades francesas, citadas pela agência AFP, continuam a apontar a “sonolência” como causa provável do acidente, presumindo desde a primeira hora que o acidente se deveu a erro humano.

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