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Os sete acusados

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Os sete arguidos do processo Casa Pia procuraram, ao longo destes quase cinco anos, desmontar a acusação, apresentando facturas detalhadas dos telemóveis, dos restaurantes onde comeram e das portagens que atravessaram, tentando convencer o tribunal de que não poderiam estar nos locais onde os ofendidos diziam que estiveram. Só Silvino confessou a generalidade da acusação e implicou todos os restantes arguidos.

Carlos Silvino

Acusação:
Vai acusado de mais de 600 crimes de abuso sexual de menores. Poderá ver estes crimes reduzidos a pouco mais de uma centena se o colectivo de juízes acatar a proposta do Ministério Público nesse sentido.

Defesa:
A primeira coisa que disse em tribunal, quando começou a depôr, foi assumir a culpa e incriminar os restantes arguidos. Depois, justificou-se com a sua infância na Casa Pia, onde entrou aos quatro anos e onde foi violado repetidas vezes. A defesa, protagonizada por José Maria Martins, pede pena suspensa pela sua confissão e colaboração com a justiça.

"Tanto eu como os co-arguidos somos os culpados do que fizemos aos jovens".

Carlos Cruz

Acusação:
Responde por cinco crimes de abuso sexual e um por acto homossexual com adolescente. João Aibéu considera que dois dos crimes de abuso não ficaram provados e tornou conforme à nova lei o acto homossexual (entretanto, considerado inconstitucional) e reclassificou como acto sexual com adolescente. Cruz já tinha sido referenciado em 1982 como frequentador da casa do co-arguido Jorge Ritto, onde ocorreriam abusos com alunos da Casa Pia. Esse processo nunca chegou à fase de julgamento.

Defesa:
Nega tudo e garantiu, em julgamento, ser heterossexual e sexualmente activo.. Diz nunca ter conhecido Carlos Silvino (que afirma ter visto pela primeira ver na cadeia) nem qualquer dos rapazes que o acusam. Os seus advogados, António Serra Lopes e Ricardo Sá Fernandes, assentaram a defesa na descridibilização da investigação e das alegadas vítimas, que apelidam de adolescentes fantasiosos. Também viraram espingardas contra o Ministério Público, particularmente para o procurador do Julgamento, a quem acusam de levar em conta os depoimentos dos jovens apenas por "fé" e "convicção". Os advogados chegaram mesmo a requerer à Assembleia da República que abrisse uma comissão de inquérito para apuramento da verdade, mas o grupo parlamentar socialista recusou tal ideia. Se for condenado, Cruz, como os restantes arguidos, poderá ter de pagar uma indemnização às vítimas, conforme requerido pelos advogados da Casa Pia.

"Não sou pedófilo nem pederasta nem homossexual. Desde que me conheço sempre fui heterossexual e sexualmente activo"

Manuel Abrantes

Acusação:
O ex-provedor-adjunto da Casa Pia responde por 43 crimes de pessoa internada, cinco de abuso sexual de menores, dois de lenocínio e um de peculato., num total de 51 crimes. Diz a acusação que sempre protegeu Carlos Silvino e que só assim seria possível ao ex-motorista cometer todos os crimes por que vai acusado e angariar alunos da Casa Pia para terceiros. Nas alegações finais, o Ministério Público considerou que apenas ficaram provados 16 crimes.

Defesa:
Recusa todas as acusações e explica que a confiança em Silvino era apenas no trabalho que este realizava sem nunca se queixar. O ex-motorista não incrimina Manuel Abrantes e numa das sessões chegou mesmo a defendê-lo, dizendo que ele era muito mulherengo. Uma das hipóteses que o tribunal explorou foi o código de honra da Casa Pia, segundo o qual "os gansos não se chibam". Abrantes, que também foi aluno da Casa Pia, disse desconhecer tal expressão. "Confiava na eficácia e competência dele [de Carlos Silvino]"

Jorge Ritto

Acusação:
Foi pronunciado por nove crimes de abuso sexual de menores e dois de lenocínio.

Defesa:
Não falou em tribunal nem nunca dirigiu a palavra aos jornalistas. Não nega a sua homossexualidade, mas diz que nunca teve actos sexuais com menores. Garante que um problema o impede de ter relações anais desde 1967.

Defesa:
Também não prestou declarações em tribunal. A sua defesa diz que é absurdo pensar-se, como pensa a acusação, que poderia estar no seu consultório ou na sua casa, onde estão sempre presentes elementos da sua família, e praticar os crimes de que vai acusado.

Hugo Marçal

Acusação:
Responde por 22 crimes de lenocínio e 14 de abuso sexual de menores. É de Elvas, onde fica a casa de Gertrudes Nunes, para onde Silvino levaria alunos da Casa Pia.

Defesa:
Não aceita as acusações. Diz só ter conhecido Carlos Silvino quando, no início do processo, o representou.

Gertrudes Nunesos

Acusação:
Acusadade 35 crimes de lenocínio por ter facultado a sua casa em Elvas para prática dos crimes.Diz a acusação que Silvino entregava ali os alunos e que estes eram recebidos por Marçal.

Defesa:
Manteve-se em silêncio e nega tudo apoiando-se no facto de ser ama da Segurança Social.

JN
 
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