Pela segunda noite consecutiva, dezenas de jovens incendiaram viaturas e enfrentaram na madrugada de ontem a polícia no subúrbio parisiense de Bagnolet, em protesto contra a morte de um jovem, de 18 anos, que domingo à noite perdeu a vida num despiste de motocicleta quando tentava fugir a um controlo da polícia.
Depois de na noite anterior terem incendiado 29 viaturas e lançado pedras e ‘cocktails Molotov’ contra as forças de segurança, os jovens voltaram segunda--feira à noite a sair para as ruas de Bagnolet, mas desta vez o forte contingente policial impediu que os distúrbios assumissem contornos tão graves como na véspera. Segundo o balanço das autoridades, foram incendiados apenas cinco automóveis e um mini-autocarro de turismo, e não se registou qualquer confronto directo entre os jovens e a polícia.
Os jovens acusam a polícia de ser responsável pela morte de Yakou Sanogo, um jovem distribuidor de pizas de ascendência africana, de 18 anos, que morreu no domingo quando tentava fugir da polícia. Segundo a versão oficial, Yakou foi detectado por uma patrulha quando circulava a alta velocidade na sua moto, e não obedeceu à ordem de paragem feita pelos agentes. Durante a perseguição que se seguiu, o jovem terá perdido o controlo da moto e embateu violentamente contra uma barreira metálica, tendo morte imediata. Os jovens do bairro alegam, porém, que o jovem foi propositadamente abalroado pelo carro da polícia, versão desmentida quer pelos relatórios periciais efectuados a ambos os veículos quer pela autópsia do jovem, que não detectou outros ferimentos que não os resultantes do embate mortal.
MINISTRO DO INTERIOR PROMETE 'INQUÉRITO SÉRIO'
O ministro francês do Interior, Brice Hortefeux, prometeu ontem uma investigação 'séria, honesta e rápida' às circunstâncias de morte de Yakou Sanogo, de modo a esclarecer todas as dúvidas sobre o alegado envolvimento policial. A autópsia efectuada ao corpo do jovem indicou como causa da morte um 'traumatismo torácico' causado pelo embate com uma barreira metálica, o que parece corroborar a versão policial, mas o governo quer afastar todas as dúvidas para evitar uma nova explosão de violência nos subúrbios parisienses.
APONTAMENTOS
‘BARRIL DE PÓLVORA’
Desemprego, falta de perspectivas, racismo, pobreza e criminalidade fazem dos subúrbios de Paris um ‘barril de pólvora’ prestes a explodir a qualquer momento.
PROBLEMA RECORRENTE
A morte de jovens dos bairros problemáticos em perseguições policiais esteve na origem dos violentos motins de 2005 e 2007, que alastraram dos bairros periféricos de Paris ao resto do país e levaram semanas a controlar.
CM
Depois de na noite anterior terem incendiado 29 viaturas e lançado pedras e ‘cocktails Molotov’ contra as forças de segurança, os jovens voltaram segunda--feira à noite a sair para as ruas de Bagnolet, mas desta vez o forte contingente policial impediu que os distúrbios assumissem contornos tão graves como na véspera. Segundo o balanço das autoridades, foram incendiados apenas cinco automóveis e um mini-autocarro de turismo, e não se registou qualquer confronto directo entre os jovens e a polícia.
Os jovens acusam a polícia de ser responsável pela morte de Yakou Sanogo, um jovem distribuidor de pizas de ascendência africana, de 18 anos, que morreu no domingo quando tentava fugir da polícia. Segundo a versão oficial, Yakou foi detectado por uma patrulha quando circulava a alta velocidade na sua moto, e não obedeceu à ordem de paragem feita pelos agentes. Durante a perseguição que se seguiu, o jovem terá perdido o controlo da moto e embateu violentamente contra uma barreira metálica, tendo morte imediata. Os jovens do bairro alegam, porém, que o jovem foi propositadamente abalroado pelo carro da polícia, versão desmentida quer pelos relatórios periciais efectuados a ambos os veículos quer pela autópsia do jovem, que não detectou outros ferimentos que não os resultantes do embate mortal.
MINISTRO DO INTERIOR PROMETE 'INQUÉRITO SÉRIO'
O ministro francês do Interior, Brice Hortefeux, prometeu ontem uma investigação 'séria, honesta e rápida' às circunstâncias de morte de Yakou Sanogo, de modo a esclarecer todas as dúvidas sobre o alegado envolvimento policial. A autópsia efectuada ao corpo do jovem indicou como causa da morte um 'traumatismo torácico' causado pelo embate com uma barreira metálica, o que parece corroborar a versão policial, mas o governo quer afastar todas as dúvidas para evitar uma nova explosão de violência nos subúrbios parisienses.
APONTAMENTOS
‘BARRIL DE PÓLVORA’
Desemprego, falta de perspectivas, racismo, pobreza e criminalidade fazem dos subúrbios de Paris um ‘barril de pólvora’ prestes a explodir a qualquer momento.
PROBLEMA RECORRENTE
A morte de jovens dos bairros problemáticos em perseguições policiais esteve na origem dos violentos motins de 2005 e 2007, que alastraram dos bairros periféricos de Paris ao resto do país e levaram semanas a controlar.
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