• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Doentes do Santa Maria preparam acção conjunta

Amorte

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mai 27, 2007
Mensagens
7,461
Gostos Recebidos
0
Os familiares dos doentes que cegaram após um tratamento com 'Avastin' vão reunir-se já na próxima semana com o advogado para definir a acção que vão mover para apurar responsabilidades pelo que aconteceu. Tudo para que a culpa 'não morra solteira'

Os seis doentes do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que perderam a visão na sequência de um tratamento com Avastin, vão avançar com uma acção conjunta em tribunal para apurar responsabilidades pelo que lhes aconteceu, revelaram ao DN familiares dos afectados. Ricardo Alves Silva será o advogado que vai representar os doentes, e terá sido sugerido por um dos doentes ou pela sua família. Na próxima semana irá decorrer a primeira reunião com as famílias das vítimas e este defensor para delinear a estratégia a seguir. No entanto, segundo o DN apurou, o advogado quer saber em que estado de saúde vão ficar os doentes para ver o tipo de acção e de indemnização a pedir.

Isto porque os médicos dizem que ainda é possível a recuperação total dos seis pacientes. No entanto, nos últimos dias, e de acordo com os familiares das vítimas, os clínicos não têm adiantado nada de novo quanto à evolução dos doentes internados no Santa Maria. "Até se ouviu dizer que vinha um medicamento da América, mas deve ter sido boato porque nunca mais se ouviu nada", revela um dos familiares que preferiu manter o anonimato. A falta de informação prestada pelos médicos é uma queixa que o hospital não quer comentar.

Segundo a unidade hospitalar não houve alterações no estado clínico dos cinco doentes que continuam internados. Um dos familiares contou ao DN que "os médicos não adiantam nada, nem falam de novas altas". "Está tudo a ficar muito parado", desabafa.

Sem saber como vão evoluir os doentes, as suas famílias começam já a preparar a acção conjunta. "Para a semana vamos juntar-nos e falar com o advogado", refere outro familiar de um dos doentes, confirmando que o advogado só pretende avançar depois de saber como os doentes vão ficar.

Os doentes decidiram avançar todos juntos por terem medo de que a "culpa morra solteira".

É que, recorda um dos familiares, os médicos garantiram que "durante esta semana iriam dizer quem são os responsáveis" pelo acidente que lhes tirou a visão. No entanto, estão com receio de que tal não venha a acontecer.

Certo é que até agora nem vítimas nem familiares foram ouvidos pelo Ministério Público. "Ainda ninguém chamou ninguém, nem disse nada", refere um dos familiares. A mesma fonte acrescenta que os próprios médicos "não falam do processo e nunca mais disseram nada sobre a situação".

O processo está a ser investigado pelo Ministério Público, desde o dia 28 de Julho, que requisitou também o apoio da brigada de homicídios da Polícia Judiciária (PJ). Maria José Morgado pediu ainda os relatórios que foram realizados pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento) e pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS).

As primeiras conclusões do relatório da IGAS parecem apontar para falhas na farmácia hospitalar ou no próprio bloco operatório (ver caixa em cima).

Desde o início que muitos responsáveis garantem que o produto injectado nos olhos dos doentes não era Avastin, mas um produto tóxico.

A direcção do Hospital de Santa Maria já afirmou por diversas vezes que vai fazer tudo para apurar responsabilidades pelo erro que levou seis doentes a perderem a visão, após o tratamento para a retinopatia diabética. Dos seis doentes, apenas um teve alta, no início do mês. Ontem, nenhum dos cinco internados registou ainda melhoras significativas.

dn
 
Topo