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Dá tiro na cabeça do tio de 74 anos

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Mai 27, 2007
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O tiro que quase matou um homem de 74 anos num campo de milho em Vale Mendinho, no Fundão, na segunda-feira, foi disparado por um sobrinho da vítima, que tem o hábito de disparar contra os pássaros. O atirador, de 42 anos, alegou que estava a espantar pardais do quintal – com uma espingarda equipada com silenciador – e atingiu o tio a 140 metros de distância. Foi detido pela PJ da Guarda e é hoje presente a Tribunal.


António Leitão estava a "apanhar canas de milho para dar aos animais", num milharal a cem metros de casa, quando foi atingido na cabeça. Ao ver o sangue a escorrer, o idoso, que não se apercebeu de que tinha sido baleado, foi ter com os familiares, que o levaram para o hospital, tendo estado vários dias em risco de vida.

A bala atingiu o idoso na zona temporal esquerda, ficando alojada no interior da caixa craniana. Foi retirada mediante uma intervenção cirúrgica de alto risco, realizada nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

A origem do disparo só ontem foi esclarecida pela PJ da Guarda, que concluiu que o tiro foi disparado a 140 metros de distância, pelo sobrinho da vítima, que estava no quintal de casa e que utilizou uma arma de fogo longa, de repetição, de calibre .22, com silenciador .

O facto de ter usado silenciador impediu que o tiro fosse ouvido na vizinhança, como era costume acontecer, pois o atirador tem por hábito andar aos tiros no quintal.

Na altura "nem se apercebeu de que tinha atingido alguém com o disparo. Só mais tarde soube o que tinha acontecido", explicou ontem um responsável da Polícia Judiciária da Guarda, adiantando que o homem "não deu uma explicação cabal" para o que estava a fazer, nem para o facto de ter em seu poder seis armas de fogo, apesar de não ser caçador, nem ter qualquer licença de uso e porte de arma.

Ao ser confrontado pelos investigadores da Polícia Judiciária, não ofereceu resistência à detenção.

DIZ QUE A BALA FEZ RICOCHETE NUMA PEDRA

O alegado atirador tem 42 anos, é mineiro de profissão e trabalha na construção de túneis para abertura de estradas na Suíça. Vem com regularidade a Portugal, por isso a família – mulher e quatro filhos menores – continua a residir em Vale Mendinho. Depois de saber que tinha atingido o tio, o homem alegou que estava a disparar para as couves para afastar os pardais e a bala bateu numa pedra e fez ricochete, atingindo a vítima. Na vizinhança é conhecido o seu hábito de andar aos tiros, embora ultimamente ninguém se recorde de os ouvir, pois passou a usar silenciador na arma. "Não falei com o meu primo, sei que ele dava por lá muitos tiros, porque se ouviam, mas ultimamente não se tem ouvido nada", conta José Santos Leitão, filho da vítima, defendendo que "não se pode brincar com coisas sérias".

JÁ CONSEGUE SENTAR-SE E COMER SOZINHO

António Leitão, que completou 74 anos no domingo, véspera de ser atingido, continua internado nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Ontem já conseguiu sentar-se na cama e tomar um lanche pela própria mão, mas ainda não conseguiu recuperar a fala. "Esteve entre a vida e a morte e agora está a recuperar devagarinho", contou um dos filhos, José Santos Leitão, adiantando que a família ficou "aterrorizada" quando soube quem era o autor do disparo. "Na altura achámos bastante estranha a situação, porque todas as pessoas que moram aqui são da família. Afinal, o tiro veio da casa do meu primo."

PORMENORES

INVESTIGAÇÃO

A PJ ainda não tem "completamente esclarecidas as circunstâncias exactas e concretas" em que ocorreu o disparo.

SEM INTENÇÃO

"Não terá havido dolo directo, intencional", disse o coordenador da PJ na Guarda, Artur Vaz, adiantando que a arma foi apreendida.

EQUIPAMENTO

Além das seis armas de fogo, a PJ apreendeu ainda 700 munições, uma alça telescópica e um mecanismo de enquadramento de tiro.

CM
 
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