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Aprender em férias lá fora para melhorar negócios

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Proprietários de casas algarvias aproveitam as suas próprias férias, já depois do Verão, e partem então à descoberta de destinos turísticos espalhados pelo mundo. Levam como objectivo o renovar de conhecimentos e a conquista de novas experiências para a sua actividade profissional

Quando nos meses de Novembro ou Dezembro consegue gozar férias, Assildo Duarte, de 56 anos e há mais de três décadas proprietário do Restaurante Atlântico (entretanto alvo de relocalização) na Praia da Salema, situado no concelho de Vila do Bispo, começa logo a preparar a próxima época turística com trabalhos de manutenção no estabelecimento. Além disso, "aposto na formação do pessoal, com uma série de explicações a meu cargo, a fim de melhorar o seu rendimento e profissionalismo", diz ao DN Assildo Duarte, reconhecendo residir a esse nível o problema do seu restaurante "e não na crise económica que o país atravessa". "A experiência adquirida pelos alunos na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve não é a melhor. Temos de ser nós a dar-lhes a formação e neste ano tenho sentido muita falta de mão-de-obra", lamenta. Naquele restau- rante, trabalham 15 pessoas.

Noutros anos, Assildo Duarte tem aproveitado as suas férias também para viajar, nomeadamente até ao Brasil, Espanha, Alemanha e Inglaterra, sempre à descoberta de novos conhecimentos para a sua actividade. É o que sucede em Barcelona, que visita todos os anos e onde se inteira de inovações em feiras internacionais. "Aproveito a ocasião para ver novos produtos ligados à restauração, nomeadamente ao nível da manutenção. Depois, aplico na minha vida empresarial os conhecimentos adquiridos, como sejam nas novas tecnologias", conta Assildo Duarte. Na Alemanha, é na vertente da hotelaria que tenta retirar experiências. Já em Inglaterra, "estabeleço sobretudo contactos com os meus clientes e amigos, que passam férias no Algarve".

Contudo, agora em tempo de crise e com a necessidade de poupança, Assildo Duarte pensa fazer o que também consegue nos tempos livres na região algarvia, isto é. "dedico-me à pesca e à caça". Mesmo assim, e embora não planeie férias a longo prazo, tenciona "dar uma volta por Portugal e ver a actividade da restauração, designadamente no Norte, com a sua gastronomia".

Já em Lagos, Jaime Maximiano, um dos sócios do Restaurante Adega da Marina, tem férias em família "no período possível, ou seja, a partir de Janeiro". "Sou um viciado no mar e as férias para mim não são férias sem o azul que vejo todos os dias no meu pais. Por isso, escolho o hemisfério sul para carregar as baterias. Sítios calmos como o Brasil, México e Cuba são o ideal, pois além desse aspecto, também me trazem naturalmente novas experiências para enriquecer os meus conhecimentos profissionais", afirma ao DN aquele empresário, de 60 anos.

Por outro lado, "e para voltar ao trabalho com a cabeça desanuviada", Jaime Maximiano costuma "ler e passear à beira-mar". Uma das suas paixões é a música e nas férias não perde a oportunidade de assistir a espectáculos, nomeadamente de ópera". "No Brasil, gosto de ver os ensaios para o Carnaval e tudo o que é cultura popular. Na minha memória, estão sempre presentes umas férias nas Seychelles, onde tive o renovado orgulho de ser português ao ver a simpatia com que éramos recebidos e constatar que, por exemplo, em todas as cartas dos restaurantes o principal destaque era para a Historia das Seycheles e do seu descobridor, o navegador português Vasco da Gama, lembra.

Em Vilamoura, Paulo China, sócio do ex-futebolista Luís Figo, no Restaurante-Bar Sete Café, localizado na marina, aproveita as férias no Inverno para "conhecer outros destinos turísticos e aí colher ensinamentos para a minha actividade empresarial ao inteirar-me das novas tendências num mundo que mudou e continua em permanente evolução". "Sou um viciado em trabalho", reconhece Paulo China, de 53 anos, que acaba também por conciliar sobretudo um périplo pela Europa, na companhia da esposa e das duas filhas, para assistir a jogos de futebol, "a minha outra paixão", em Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra, onde sempre contou com muitos jogadores amigos, desde o Barcelona e Real Madrid até ao Inter de Milão, nos tempos de Luís Figo, que encara como "um irmão". "Vejo jogos e revejo os meus amigos, muitos dos quais passam as férias de Verão no Algarve", recorda Paulo China. Contudo, e à margem do futebol, com o telemóvel desligado, também se diverte e aprende em Ibiza, em Saint Tropez, Miami e nas Caraíbas. Mas há mais. "Agora, a tendência da moda que tenho seguido é o turismo de Inverno em África, nomeadamente no Quénia, em contacto com a natureza e os safaris para ver animais selvagens, além dos países de expressão portuguesa, como Moçambique, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, nos quais tenho muitos amigos", nota o empresário algarvio. E como também não dispensa férias em território nacional, desfruta "desde a tranquilidade nos montes no Alentejo até à beleza do Norte, nomeadamente da zona do Minho, onde aprecio o turismo de lazer e a excelente gastronomia regional". "Nessas alturas, vou ao encontro de outros meus clientes que passam férias no Algarve para conhecer o meio onde vivem e procurar trazer mais pessoas para a nossa região", conclui Paulo China. Para já, a crise ainda não lhe permitiu pensar para onde vai no próximo Inverno. Mas como insiste em "férias cá dentro", admite que será tempo de "partir desta vez à descoberta, por exemplo, Trás-os-Montes, entre outras zonas do Norte de Portugal".
DN
 
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