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Woodstock: o rock mudou assim tanto há 40 anos?

nuno29

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Abr 16, 2007
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Ao fim de 40 anos, o festival de Woodstock mantém intacta a aura de um evento que simbolizou uma geração de jovens norte-americanos e marcou o começo da era dos festivais de música em todo o mundo.

No entanto, nem tudo correu bem no maior festival ocorrido entre 15 e 18 de Agosto de 1969, numa pequena localidade rural a 130 quilómetros de Nova Iorque.

Pensado para ser um evento de música e arte, o festival demorou dez meses a ser organizado por quatro jovens produtores: Michael Lang, John Roberts, Joel Rosenman e Artie Kornfeld.

A ideia era congregar uma série de artistas da época num evento pago para cerca de 180 mil espectadores e que rapidamente se transformou numa concentração de mais de meio milhão que se congregou num movimento espontâneo de hippies que apelou à paz no mundo e se opôs à guerra no Vietname.

No total, actuaram 32 artistas e grupos, como Joan Baez, grávida de seis meses, que fechou a primeira noite do festival a interpretar «We Shall Overcome», Joe Cocker, Greatful Dead, Janis Joplin, Carlos Santana, Creedence Clearwater Revival, Crosby, Stills, Nash & Young e The Who.

Portugal longe do que se passava lá fora

Tozé Brito, músico e antigo editor discográfico que integrou o Quarteto 1111, estava à beira de completar 18 anos quando soube que ia acontecer o festival em Woodstock.

Em declarações à Lusa recordou que na época em Portugal só sabia o que se passava musicalmente lá fora quem comprava jornais estrangeiros ou estava atento a programas de rádio, como o «Em Órbita», no Rádio Clube Português.

Era uma forma de aproximação a uma realidade que era difícil de atingir dada a distância geográfica e os constrangimentos de se estar num tempo de ditadura e censura.

«Só de ouvir os nomes das pessoas que lá iam tocar dava tudo para ter lá estado. Ter visto o Jimi Hendrix, a Janis Joplin ou o Neil Young para mim teria sido das coisas mais gratificantes», afirmou Tozé Brito.

Woodstock representa «uma lição para toda a gente de que este tipo de festivais podia resultar», defendeu o músico que, com o Quarteto 1111 actuou em 1971 na primeira edição do Vilar de Mouros, considerado o «Woodstock português».

Em Woodstock, a organização não esperava 500 mil que ocuparam um recinto equivalente a 240 campos de futebol, uma sessão contínua de música, acampamento ao ar livre, manifestação hippie de paz e amor, lama e muita droga.

Para lá chegar foi preciso aguentar vários quilómetros de trânsito e suportar a chuva intensa que caiu durante o fim-de-semana do festival; para chegarem ao palco os artistas tiveram que ser transportados de helicóptero.

Entre a multidão, morreram apenas duas pessoas, uma por overdose e outra alegadamente atropelada por um tractor, enquanto estava a dormir.

Pedro Albergaria, produtor e fundador do «Em Órbita», um dos mais importantes programas de rádio d década de 1960, recordou à agência Lusa que «pouca gente sabia o que se estava a passar em Woodstock».

No entanto, «tudo aquilo que foi cantado no Woodstock já nós tínhamos passado no Em Órbita muito tempo antes. Para nós não era novidade», disse Pedro Albergaria, hoje com 63 anos.

Apesar de Woodstock ser apontado como «o» festival que abriu as portas ao conceito de evento de música ao ar livre, Pedro Albergaria defendeu o Monterey Pop Festival como «o pontapé-de-saída».

Este evento decorreu em Junho de 1967 em Monterey, na Califórnia, contou com cerca de 200 mil pessoas e a participação de dos nomes que passaram dois anos depois por Woodstock, como Janis Joplin e Jimi Hendrix.

Foi precisamente Hendrix que encerrou o festival em Woodstock já na manhã de 18 de Agosto a improvisar sobre o hino dos Estados Unidos, perante umas escassas 25 mil pessoas.

A revista «Rolling Stone» sentenciou que Woodstock de 1969 foi «um dos eventos que mudou a história do rock», um epíteto que não perdeu força até hoje.

iol
 
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