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Avião que se despenhou em Évora já tinha avaria no motor esquerdo

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Mai 27, 2007
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O avião da empresa de pára-quedismo SkyDive que se despenhou sexta-feira em Évora já tinha uma avaria no motor esquerdo antes do acidente, revelou hoje, sábado, o director do aeródromo municipal.

O comandante Lima Bastos disse à agência Lusa que durante o voo que acabou no acidente, o piloto do avião comunicou aos pára-quedistas que transportava que havia uma "emergência" tendo estes efectuado o salto.

O avião despenhou-se sexta-feira num bairro periférico de Évora, atingindo duas casas e provocando duas vítimas mortais, o piloto e dono da SkyDive, de 39 anos, e um acompanhante, um pára-quedista de 30 anos.

O director do Aeródromo Municipal de Évora, que é também investigador profissional de sinistros com aeronaves, embora "não deste acidente" específico, revelou poder já adiantar, contudo, que "houve uma falha de motor".

"Como há testemunhas e vários elementos, já poderei pelo menos adiantar que houve uma emergência em voo. Os pára-quedistas saltaram todos e o avião veio em emergência até à pista, com o motor fora de serviço".

Depois, na aterragem, continuou, o piloto do bimotor Beechcraft 99 terá tido "algumas dificuldades" e "o avião 'borregou', ou seja, recolheu o trem e voltou a voar".

"Mas, só com aquele motor [o direito a funcionar], aconteceu o que aconteceu", disse, frisando ser "nítido", pelas "hélices do motor esquerdo", que se encontram no meio dos destroços, que "o motor parou".

O comandante Lima Bastos declarou sexta-feira à noite aos jornalistas que o piloto da aeronave que se despenhou no Bairro de Almeirim, a menos de um quilómetro do aeródromo, tinha efectuado uma "manobra proibida" naquela infra-estrutura aeronáutica, ao percorrer toda a pista e virar o aparelho à esquerda.

Esse procedimento está proibido no aeródromo, em algumas descolagens, devido à proximidade de casas e do próprio Bairro de Almeirim, explicou na altura, recusando, ainda assim, atribuir a essa manobra a causa do acidente.

Questionado este sábado pelos jornalistas, o comandante Lima Bastos manteve que tal manobra é proibida e insistiu que "nunca" culpou o piloto, o qual qualificou como "muito bom".

"Tem a falha do motor, vai pela esquerda, o motor [direito] tem mais força de um lado do que do outro e o avião tende a ir para" a direita, precisou.

"Só com um motor, uma pessoa tem dificuldade em manobrar o avião, de seguir em frente, e terá tido o azar de vir nesta direcção [do bairro]", concluiu.

O mesmo responsável comparou também este sinistro com o do antigo primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, que morreu a 04 de Dezembro de 1980 quando o avião em que seguia se despenhou em Camarate.

"O caso de Sá carneiro é exactamente isto. O avião descola, tem a falha do motor, vai pela esquerda e acaba no bairro de Camarate. Neste caso é a mesma coisa", opinou.

Os peritos do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) estão, desde cerca das 10:00, a analisar o local do acidente e os destroços, para apurar as causas da queda.

Os destroços, segundo o comandante Lima Bastos, serão "ainda hoje [sábado]" transportados para o parque da Câmara Municipal, estando já técnicos da autarquia no terreno a proceder a algumas operações.

O proprietário de uma das casas do prédio em que o avião tocou, João Canha, que tinha este mês a moradia T4 por alugar, estava de férias no Algarve quando recebeu, por telefone, a notícia do sucedido.

"Estávamos a sair da praia quando ligaram", disse à agência Lusa o proprietário, que chegou a meio da manhã à residência, a qual terá agora de ser analisada por uma equipa de peritos da PSP, tal como a casa contígua, de outra família que estava de férias no Algarve, para atestar os eventuais danos no interior.


JN
 
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