Portugal está entre os países que mais dinheiro do PIB aplica na Saúde, situando-se cima da média da OCDE. Ainda assim, o valor gasto por cada habitante é relativamente baixo: 1514 euros por pessoa, quando a OCDE gasta, em média, 2087 euros.
No estudo ‘Dados sobre Saúde 2009: Como Portugal se Comporta’, os números mostram que o País gasta 9,9% do PIB neste sector, o equivalente a 16,6 mil milhões, um ponto percentual acima da média da OCDE. Ainda assim, o dinheiro despendido per capita coloca-nos no fundo da lista dos 30 países que compõem a organização: 1514 euros gastos com cada português, abaixo dos 2087 euros médios. Abaixo, só países como a Hungria, República Checa ou Polónia.
Para Eugénio Rosa, economista, a discrepância reside no facto de a riqueza produzida ser diminuta. "O valor do PIB é muito reduzido e, quando dividido, o valor por habitante torna-se baixo", explica. Sublinhando que a UE gasta em média 2300 euros por pessoa, o economista lembra ainda que "o que nos diferencia da Europa é que uma grande parte do dinheiro é gasto em medicamentos". "Gastamos quase o dobro", diz, lembrando que além de serem "mais caros", há também um "excesso de consumo". De acordo com o estudo da OCDE, recentemente publicado, "o aumento com os gastos farmacêuticos é um dos factores por detrás da subida" nos gastos totais na Saúde.
Em termos de recursos humanos, há ainda carências no número de enfermeiros per capita. Em Portugal há 5,1 enfermeiros por cada mil habitantes, mas o número está bem abaixo da média da OCDE (9,6). Já o número de médicos está de acordo com a média: Portugal tem 3,5 médicos por cada mil habitantes e a OCDE 3,1.
Já o número de camas tem vindo a encolher, situando-se nos 2,8 por cada mil habitantes, quando a média dos restantes países é de 3,8.
"HÁ UM MAU USO DO DINHEIRO"
O economista Eugénio Rosa, que já publico trabalhos sobre a área, entende que "além de o volume da despesa na Saúde ser inferior à média de países da UE com o mesmo número de habitantes, há uma má utilização de uma parte desse dinheiro". E recorda uma análise feita há cerca de cinco anos pelo Tribunal Constitucional ao sector, que apontava para o facto de "20% dos gastos do Serviço Nacional de Saúde serem mal aplicados".
Eugénio Rosa dá como exemplo os blocos operatórios, que são sub-utilizados, sucedendo o mesmo com as unidades laboratoriais.
GASTOS NA SAÚDE (per capita - valores em euros)
Estados Unidos: 5.134
Noruega: 3.354
Suíça: 3.110
Luxemburgo: 2.931
Canadá: 2.743
Áustria: 2.650
França: 2.536
Alemanha: 2.527
Holanda: 2.484
Bélgica: 2.431
Irlanda: 2.411
Dinamarca: 2.368
Suécia: 2.340
Islândia: 2.337
Austrália: 2.209
Reino Unido: 2.106
Média da OCDE: 2.087
Finlândia: 1.999
Grécia: 1.920
Itália: 1.891
Espanha: 1.881
Japão: 1.797
Nova Zelândia: 1.768
Portugal: 1.514
Coreia: 1.189
República Checa: 1.145
Eslováquia: 1.095
Hungria: 978
Polónia: 729
México: 580
Turquia: 433
Fonte OCDE
No estudo ‘Dados sobre Saúde 2009: Como Portugal se Comporta’, os números mostram que o País gasta 9,9% do PIB neste sector, o equivalente a 16,6 mil milhões, um ponto percentual acima da média da OCDE. Ainda assim, o dinheiro despendido per capita coloca-nos no fundo da lista dos 30 países que compõem a organização: 1514 euros gastos com cada português, abaixo dos 2087 euros médios. Abaixo, só países como a Hungria, República Checa ou Polónia.
Para Eugénio Rosa, economista, a discrepância reside no facto de a riqueza produzida ser diminuta. "O valor do PIB é muito reduzido e, quando dividido, o valor por habitante torna-se baixo", explica. Sublinhando que a UE gasta em média 2300 euros por pessoa, o economista lembra ainda que "o que nos diferencia da Europa é que uma grande parte do dinheiro é gasto em medicamentos". "Gastamos quase o dobro", diz, lembrando que além de serem "mais caros", há também um "excesso de consumo". De acordo com o estudo da OCDE, recentemente publicado, "o aumento com os gastos farmacêuticos é um dos factores por detrás da subida" nos gastos totais na Saúde.
Em termos de recursos humanos, há ainda carências no número de enfermeiros per capita. Em Portugal há 5,1 enfermeiros por cada mil habitantes, mas o número está bem abaixo da média da OCDE (9,6). Já o número de médicos está de acordo com a média: Portugal tem 3,5 médicos por cada mil habitantes e a OCDE 3,1.
Já o número de camas tem vindo a encolher, situando-se nos 2,8 por cada mil habitantes, quando a média dos restantes países é de 3,8.
"HÁ UM MAU USO DO DINHEIRO"
O economista Eugénio Rosa, que já publico trabalhos sobre a área, entende que "além de o volume da despesa na Saúde ser inferior à média de países da UE com o mesmo número de habitantes, há uma má utilização de uma parte desse dinheiro". E recorda uma análise feita há cerca de cinco anos pelo Tribunal Constitucional ao sector, que apontava para o facto de "20% dos gastos do Serviço Nacional de Saúde serem mal aplicados".
Eugénio Rosa dá como exemplo os blocos operatórios, que são sub-utilizados, sucedendo o mesmo com as unidades laboratoriais.
GASTOS NA SAÚDE (per capita - valores em euros)
Estados Unidos: 5.134
Noruega: 3.354
Suíça: 3.110
Luxemburgo: 2.931
Canadá: 2.743
Áustria: 2.650
França: 2.536
Alemanha: 2.527
Holanda: 2.484
Bélgica: 2.431
Irlanda: 2.411
Dinamarca: 2.368
Suécia: 2.340
Islândia: 2.337
Austrália: 2.209
Reino Unido: 2.106
Média da OCDE: 2.087
Finlândia: 1.999
Grécia: 1.920
Itália: 1.891
Espanha: 1.881
Japão: 1.797
Nova Zelândia: 1.768
Portugal: 1.514
Coreia: 1.189
República Checa: 1.145
Eslováquia: 1.095
Hungria: 978
Polónia: 729
México: 580
Turquia: 433
Fonte OCDE