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"Eles chegam aqui e tomam conta de tudo"

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O terrado das festas da Virgem das Dores, em Monção, acordou ontem em clima de tranquilidade, depois de no dia anterior os ânimos se terem exaltado entre empresários portugueses descontentes com o número de estrangeiros que ocupam o espaço.

Os equipamentos de diversões funcionavam a meio-gás, permanecendo alguns a aguardar que a autarquia emitisse os licenciamentos.

O caso não é pacífico. O aumento exponencial de divertimentos de Espanha traz irritados os portugueses, que no terrado da Virgem das Dores, estão em minoria. Manuel Moreira, 50 anos, empresário da Arca de Água (Porto), proprietário de um carrossel para adultos, era ontem um dos poucos empresários lusos presentes na festa dizia-se "prejudicado" pela forte concorrência estrangeira. Há 40 anos na actividade, refere que "eles (os estrangeiros) têm entrado devagarinho, mas em Monção foi demais. Está tudo cheio, só cá estão quatro portugueses". "Quando éramos só nós, queríamos espaço e tínhamos o que queríamos, e isso agora não acontece. Eles chegam aqui pedem sete metros, ocupam 30 e as pessoas fecham os olhos. Estamos revoltados", lamentava Moreira, somando o facto de os concorrentes "não pagarem impostos". A falta de segurança dos carrosséis estrangeiros é outra das reclamações: "O ferro-velho que não é aceite lá vem para Portugal. Há por aí muito encoberto, mas é só ferrugem", alerta.

Ontem, a meio da tarde, no terrado da principal festa do concelho de Monção, vários equipamentos de diversão estavam ainda parados, à espera das licenças camarárias. A maioria era de origem espanhola. O JN tentou abordar alguns desses empresários, que se escusaram prestar declarações. Já os portugueses não se pouparam a críticas: aos colegas, à câmara e à comissão de festas. Romeu Morgado, empresário de Esposende, há oito dias instalado em Monção, queixava-se: "Fomos invadidos pelos espanhóis, anda aí tudo ilegal, e se não resolverem o problema vai cair tudo em cima de nós". "Há portugueses que se querem instalar e não há espaço, e vêm os espanhóis sem licenças, seguros, nada, e têm tudo", frisou.

Sobre este caso, o autarca de Monção referiu, ontem, ao JN, que "não é uma questão de legalidade, mas de rivalidades entre empresários do sector das diversões". Sobre a questão do licenciamento, José Emílio Moreira admitiu: "É facto que a câmara deixava isso à consideração da comissão de festas, mas perante uma situação destas, tivemos de agir".

Durante o dia de ontem, era intenção da autarquia emitir todas as licenças que lhe fossem solicitadas. De resto, Moreira frisou que "os empresários portugueses não vieram porque não quiseram. Tiveram a reserva do terreno até segunda-feira, mas como preferiram - a maior parte deles - ir para Viana do Castelo, só depois é que a Comissão de Festas cedeu o espaço aos espanhóis". E deixou um aviso: "Depois disto, se eu estiver na próxima festa, vamos exigir a todos um pedido de licenciamento com absoluta legalidade. Vou ser rigoroso, quiseram assim vão ter assim".

JN
 
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